** Capítulo 36 **

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Pov. Axel

Ler aquele texto que aparecia na tela do meu celular, parece impossível ser verdade.

"Hannah está aqui no clube!"

Leio essas cinco palavras uma e outra vez e não posso assimilar essa informação. Sem pensar duas vezes volto a colocar a mesma roupa que eu tinha colocado a umas horas atrás, chamo Maria para que ela suba pra cuidar dos gêmeos enquanto estou indo em direção ao clube.

O caminho parece interminável e meus instintos me dominam, estaciono em qualquer lugar.

O segurança se surpreende ao me ver no clube a essa hora, mas sem duvidar ele abre o caminho pra que eu passe. A música ecoa por todos os lados, em uma outra situação eu me irritaria, mas estou tão absorto procurando por uma pessoa. Prssoa que eu reconhecia mesmo se passassem mil anos.

Tão perdida como da primeira vez que eu a vi, chego perto dela e a arrasto para fora do clube, desviando de dezenas de pessoas, levo ela para um lugar onde ninguém possa nos ver. Não sei que disparates sai da minha boca, nem eu estou entendendo o que estou fazendo, até que é muito tarde.

Me afasto e não compreendo o que ela está gritando, não possuo controle do meu corpo. Meus atos carnais respondem por si só, meu instinto fala sem a minha permissão, me sinto prisioneiro do meu passado e dos meus demônios.

Ajudo ela a se levantar, queria tanto abraça-la. Meu peito dói mas eu não consigo controlar as minhas ações e os meus desejos sinceros são apenas uma imagem borrada.

Não sei como eu consegui dirigir de volta para casa, e o meu silêncio é interrompido por sua respiração.

Nem sequer consigo olhar pra ela quando desço do carro, caminho rumo a minha salvação. Sei que ela segue os meus passos, trato de me assegurar disso.

A razão vem ao meu corpo, tento me aderir a ela com unhas e dentes. Estou farto do poder, do dinheiro e da vida.

Cansado de estar vazio, de tudo.

Anos fazendo um papel que agora eu não me sinto apto a protagonizar. Como faço para voltar a trás?

Entro no quarto e deixo a porta aberta. Seus soluços se fazem presentes, ela passa ao meu lado se aproximando de um dos berços. Observo pacientemente suas ações, ela pega um dos gêmeos que está meio adormecido no colo e o abraça, vejo o seu rosto marcado pelo alivio, me aproximo pego o outro gêmeo no colo e coloco em seus braços para facilitá-la.

Fico observando o grande reencontro e isso me cai como uma forte bofetada. Dou alguns passos para trás até me chocar contra a parede, sinto como se tudo aí meu redor fosse desmoronar. Uma tortura me envolve e meu peito palpita terrivelmente forte, um sabor amargo sobe no meu paladar, quando as imagens de tudo o que eu fiz aparece em minha mente e me tortura sem nenhuma piedade.

Seguro a minha cabeça com as mãos, desde que eu a vi com os meus filhos nos braços foi como um click da minha detonação.

Meus olhos ardem e sinto- os cheios de lágrimas as quais começam a rolar pelas minhas bochechas. O frio invade o meu ser, daí desde o meu peito e me consome em grande escala.

Deixo o meu corpo cair, meu corpo treme por completo, sons desconhecidos saem dos meus lábios, olho para as minhas mãos e as sinto suja, podre, o cheiro de sangue que sai de cada um dos meus poros, é insuportável.

Até onde chegou o meu ódio por uma só pessoa.

Longe, muito longe até que eu não pude controlar mais e machuquei muitas pessoas, a milhares delas.

A Vingança 2 -  O anjo é um demônio (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora