** Capítulo 27 **

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Pov. Hannah

Meses depois...

Tenho tentado ser paciente, mas isso cada vez fica mais complicado, tenho insistido para a minha mente ser forte, mas cada vez estou perdendo a mim mesma. Estou me corrompendo. Tenho jogado a toalha tantas vezes que eu já perdi a conta.

Quero ser forte e pouco a pouco estou conseguindo. Ser de ferro, brigar por eles e serei tudo por meus pequenos. O tempo tem passado voando e a hora de conhecê-los está mais próximo que nunca.

Estou com sete meses e duas semanas de gravidez, estou parecendo uma bola de futebol, e eles brincam muito aqui dentro. O que me resulta muitas dores e eu as vezes fico irritada, mas isso não evita que eu os ame com todo o meu ser.

Me levantar da cama é um suplício. É realmente cansativo esse peso que eu carrego, mas não é impossível.

- “Bom dia meus pequenos, mamãe ama muito vocês, igual ou mais do que os dias anteriores” - passo a mão pela minha barriga e me deleito com os pequenos movimentos que eles realizam. Falar com eles assim que eu acordo é um costume que eu adotei.

- “Me desculpe incomodar senhorita” - a voz de Maria me tira dos meus pensamentos.

- “Tudo bem” - eu sorrio amavelmente e ela me devolve um sorriso maternal. Eu sinto muito carinho por essa senhora, ela é tão agradável.

Ela entra no meu quarto com uma bandeja e coloca numa mesinha ao lado da cama.

Com cuidado ela me ajudou a levantar como de costume. Quando me sento eu sinto que o ar escapa dos meus pulmões e suspiro em busca de ar.

- “Senhorita, você está bem?” - eu balanço a cabeça de um lado para o outro negando a sua pergunta. - “Meu Deus você está pálida, volte a se deitar!” - volto a negar, sinto que se eu me mexer sinto que ficará mais difícil de respirar.

- “Já passou não se preocupe” - tento soar convincente. Pouco a pouco a incomodidade se vai e eu volto a respirar normalmente.

A expressão de preocupação é evidente em seu rosto, e lhe mostro um sorriso para aliviar a sua agonia.

- “Sei que você se preocupa com o meu estado e eu agradeço Maria, mas estou bem, não só eu mas os pequenos também” - toco a minha barriga pra mostrar que só foi um simples susto sem importância.

- “Eu gosto de você como uma filha, bom nesse caso como uma neta” - sorrimos de acordo. - “Sempre vou me preocupar com você senhorita”

Gosto tanto dela como uma mãe, é bom passar o tempo com ela enquanto Axel não está, nós dois não estamos tendo uma boa convivência.

- “E eu gosto de você como uma mãe ou uma avó que eu nunca tive, só éramos papai e eu”

Um nó se forma na minha garganta ao me lembrar dessa parte da minha vida, pisco várias vezes para afastar as lágrimas.

- “Vamos querida pensa nos bebês, eles sentem toda a sua dor, agonia e tristeza. Mude esse cara para uma que ilumine todo esse quarto com um de seus radiantes sorrisos, como todas as manhãs e deixamos tudo para trás, o que importa é o presente, e agora você precisa comer e alimentar esses pequenos, que eu imagino estão mortos de fome igual a mamãe”-  ela coloca a bandeja sobre as minhas pernas, o cheiro de waffles, torrada, suco de laranja desperta o meu apetite e meu estômago começa a roncar.

Em menos de cinco minutos termino como a metade do conteúdo da bandeja, estou tão cheia que sinto que vou explodir. Eu agradeço a Maria e ela retira ao bandeja das minhas pernas.

Ela me deixa sozinha enquanto ela vai levar a bandeja para a cozinha no andar debaixo. Tiro as cobertas que cobrem o meu corpo, desço os pés da cama, coloco os pés no chão frio, flexiono um pouco as minhas pernas para me levantar. Ao tentar levantar, as minhas pernas tremem e isso é raro, durante essa semana tem me acontecido isso.

Dou passos lentos e pausados para chegar ao banheiro, mas do nada perco o equilíbrio, grito assustada esperando o impacto, mas sinto o meu corpo ser segurado por mãos fortes que não me deixa cair. Sua pele tatuada faz grande contraste com a minha, livre de tinta e me faz parecer mais pálida do que de costume.

- “Já estou cansado de dizer para não fazer esses tipos de atividades e ainda mais sozinha” - seu tom de voz é de irritação tanto que ele pressiona o seu corpo no meu para me manter estável. - “Porra Hannah, pra que diabos eu pago as pessoas que estão na merda dessa casa?” - ele aumenta a voz e aperta as suas mãos na minha pele causando dor com o seu aperto. - “Procure machucar você e não os bebês!” - ele ajuda a me sentar em um dos moveis do quarto e fica parado na minha frente para que eu responda.

- “Desculpa, eu não quero machucá-los...” - ele interrompe as minhas palavras entrecortadas e nervosas.

- “Você não sabe outra merda além de se desculpar?” - ele grita e eu pulo de susto por causa do seu ataque de histeria. - “Suas estupidas desculpas não servirão de nada se você cair e machucar os meninos” - ele suspira fastidiado. - “Se você já os carregou durante sete meses, não venha foder com tudo agora!” - ele disse isso e ele saiu do quarto furioso.

Meu coração bate a mil por hora, durante todo esse tempo eu me dei conta que Axel cuida dos meninos, mesmo me tratando a patadas e me faça sentir miserável. Brigar contra isso, mesmo que seja difícil mas não impossível, se durante todo esse tempo cheguei tão longe porque não posso conquistar o coração negro e danificado por seus demônios e chegar a conhecer a sua mente podre.

- “Oh minha menina, o senhor Axel saiu furioso, o que aconteceu?” - Maria  questiona preocupada.

- “Nada Maria, não aconteceu nada” - suspiro cansada. - “Quero tomar banho, você poderia me ajudar, por favor?” - ela assente e com a sua ajuda me levanto do móvel e nos dirigimos até o banheiro. Tiro a minha roupa, enquanto ela enche a banheira com água fria e coloca a fragrância de flores que eu tanto gosto.

Dentro da banheira limpo a minha pele, com a ajuda de uma esponja esfrego os meus braços e minhas pernas, ao ter a minha pele limpa de toda a sujeira, agora eu me sinto mais tranquila e livre de estresse.

Coloco um vestido fresco com estampas de flores e uma sandália. Descemos as escadas, esse exercício me cansa a tal ponto que paro de andar e me apoio na parede.

- “Isso é fora do normal, senhorita”

Sim, eu estou de acordo com Maria, me sentir tão fraca não é normal.

Eu sinto o meu estômago revirar a tal ponto que eu me inclino e expulso tudo o que havia comido há alguns minutos. Meu corpo treme sem explicação e eu caio de joelhos. Escuto a voz desesperada de Maria pedindo que eu reaja, mas estou esgotada sem poder fazer um movimento sequer.

Meu corpo cai no chão e entro na escuridão...

A Vingança 2 -  O anjo é um demônio (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora