**Capítulo 15**

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Pov. Axel

Uma semana, uma fodida semana procurando Hannah num lugar onde não conheço. Merda, que vontade de arrancar a cabeça do idiota do Ethan por me fazer perder o meu fodido tempo.

O idiota ainda tem o disparate de pedir que eu tenha paciência, essa palavra não existe no meu vocabulário, ela se extinguiu naquela época que eu fiquei esperando pacientemente a minha morte, uma que eu desejei no mais profundo do meu ser. Depois de apanhar, ser humilhado, ter ossos quebrados, hematomas, feridas abertas, mas a maldita nunca chegava, tanto que eu roguei para que acabasse, quando o meu martírio era cada dia pior, e isso nunca foi atendido.

Agonizando pelas recordações daqueles dias infernais, sinto que me asfixio entre essas quatro paredes. Preciso fugir para manter o demônio na linha, caminho pelo imenso bosque perdido nas especulações da minha debilidade.

Deixo para trás a pensão onde estou vivendo, não posso ficar na cidade já que isso geraria suspeitas, aliás eu seria reconhecido e não quero acabar atrás das grades.

Ethan tem leves suspeitas de que Hannah está por esses arredores, mas permanecer sentado não é algo que eu goste muito, tirar a merda que levo por dentro será melhor para não descarregar minha fúria em Ethan, desfigurar a sua cara não resultará em nada.

A brisa fresca bate no meu rosto esfriando meus sentidos, o silêncio que me rodeia coopera para controlar as minhas atitudes.

Caminho por vários minutos pensando na possibilidade de ter um filho com Hannah, serei um idiota e disso não há dúvida mas é algo inevitável. Desfrutar de sua companhia, usá-la de todas as formas possíveis, beber de seus seios o alimento para o meu filho, enquanto a tomo selvagemente contra a parede.

Esses pensamentos me provoca uma ereção que nem o frio do dia pode abaixar.

Gritos alegres me põe em alerta me tirando do meu sonho, ao me virar observo um menino correr atrás de um cachorro. Aquela imagem me traz pensamentos do que poderia ter sido a minha infância, similar daquele garoto que brinca feliz com o seu cachorro. Ele é feliz, sem nenhuma preocupação, inocente cheio de alegria e sonhos do que ele poderia chegar a ser.

Muito ao contrario do que foi a minha infância, já que eu tinha uma mãe de merda. Dor, cicatrizes, lacerações toda a merda que chegava pela mente daquele bastardo ele fazia comigo.

A pureza da minha alma foi tirada da pior forma possível, aprendi que o amor era só uma maldita alucinação, que esconde a verdadeira cara do egoísmo das outras pessoas.

A piedade se apagou, por mais que eu suplicasse para que pare, ele nunca parou.

Jurei que vingaria por tudo o que ele me fez, por cada tortura, cada surra, cada marca que eu tinha em meu corpo, mas para isso eu tive que esperar anos. Mas a vingança é um prato que se come frio e desfruta devagar sem pressa para degustar até o final.

Desfrutei de cada mutilação que eu fiz em seus corpos, minha alma escura se alimentou do terror deles, me deleitei ao arrancar cada pedaço de carne dos seus ossos como um animal faminto. Minha pele foi impregnada por aquele sangue, sus gritos era como melodias que os meus demônios adoravam ouvir e foi o que converteu na besta que sou hoje.

O filhote de cachorro se lançou na minha direção, o animal se aproxima, mas não pega a bolinha, ele se coloca em posição de ataque e começa a rosnar.

Até os animais sabem o que eu sou  perigoso, não tenho tempo de brigar com aquele pulguento, se ele não me atacar eu não vou machucá-lo.

- “Blue espera” - aquela voz faz cada poro do meu ser se estremecer. Cada célula grita extasiada, é a droga que entra em meu corpo que quase me leva para uma viagem sem volta até a loucura.

O menino se abaixa e agarra o cachorro.

- “Blue cachorro mal, não pode ficar rosnando para as pessoas” - o garoto a bolinha de pelos do chão.

- “Benjamim, o que eu te disse sobre ficar correndo atrás de Blue?” uma morena vem para perto do pequeno.

Ela coloca a coleira no cachorro e nota a minha presença. Não sei o que acontece comigo, porque os meus demônios fodem a minha existência. Meu corpo sacode por causa da emoção, não posso ver o seu rosto, mas eu não preciso ver, ela poderia ter fazer uma cirurgia plástica mudar todo o seu rosto e eu a reconheceria a quilômetros.

Ela se levanta e olha para mim.

- “Me desculpe senhor” - ela sussurra.

Outra descarga percorre o meu corpo, sinto que eu vou perder o controle, quando ela levanta o rosto. Ela fica estática ao me reconhecer, a coleira do cachorro estava em sua mão cai no chão.

Finalmente a encontrei e agora eu não vou deixar ela escapar de novo.

A Vingança 2 -  O anjo é um demônio (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora