A Chapéuzinho Vermelho e o Lobo

Prólogo

6 anos antes:

Narradora on:

Numa noite fria, na parte mais obscura e perigosa da floresta numa cabana velha, haviam três meninos de apenas 14 anos e uma pequena bebêzinha de 9 meses, os meninos eram trigêmeos, mas com personalidades distintas.

O loiro andava de um lado para o outro impaciente, um ruivo igualmente impaciente e irritado estava encostado perto da porta atento a cada barulho, enquanto isso no andar de cima em um dos quartos outro garoto castanho de pijama azul tentava se manter calmo enquanto cuidava de sua nova irmãzinha ao qual a mãe deu o nome de Lilian.

Toda essa tensão era pelo fato da mãe dos quatro ter saído a algumas horas apesar de ter dito que seria rápido e ela não costumava deixar eles sozinhos por tanto tempo, já que da última vez o loiro e o ruivo quase tinham posto fogo na casa ao tentar fazer um simples chá.

Phill, o mais velho é marrento e fácil de irritar além de gostar de provocar não só os irmãos mas qualquer um por diversão, o seu cabelo foi consequência de uma travessura, Bill, o do meio tinha um humor neutro e se forçava ser forte para que não sentissem pena, algo que ele odiava, também era especialista em fugir, enganar e provocar os caçadores sendo essa sua maior diversão, Will, o mais novo era doce, gentil e ingênuo algo que o fazia ser um alvo fácil pras brincadeiras dos irmãos mais velhos, que apesar de tudo, odiavam quando outra pessoa o fazia chorar.

O loiro continuava andando de um lado para o outro, o que pareceu irritar o ruivo.
Phill:Será que dá pra você parar?-Ele saiu da posição que se encontrava a algumas horas e ficou de frente para o irmão, os dois se encararam com caras nada amigáveis.
Bill:Deveriamos ir atrás dela não ficar aqui como covardes.-Ele vociferou, antes que o ruivo rebatesse, eles ouviram o barulho irritante das velhas escadas e encontraram o castanho os olhando preocupado.

Will:N-não é u-uma b-boa ideia, m-mamãe disse p-pra f-ficarmos a-aqui.-O castanho disse meio temeroso pelos irmão estarem se estranhando, sabia que isso nunca acabava bem.
Bill:E se tiver acontecido alguma coisa com ela?Eu não vou ficar aqui esperando a notícias que a nossa mãe foi capturada e que nós não fizemos nada pra impedir, eu não vou deixar que aconteça com ela o que houve com o nosso pai.-O loiro bufou e sem deixar que os outros dois falassem algo saiu noite a dentro.

                #Quebra de tempo#

Muito distante dali, uma híbrida de lobo de 34 anos cabelos castanhos, pele branca e olhos dourados corria em desespero, tinha sido um erro ter saído de casa e deixado os filhos sozinhos, era temporada de caça, ela deveria ter conferido o calendário, sempre o fazia mas dessa vez foi diferente.

Enquanto corria conseguia ouvir os cães, não podia voltar pra casa agora, iriam descobrir sobre seus filhos e provavelmente os venderiam ao mercado negro ou pior, assim como fizeram com seu amado marido, ele estava indo ao uma direção totalmente oposta a sua casa e agora precisava despistar os caçadores.

Seu pulmão ardia, suas pernas estavam cansadas, sua respiração desregulada, não sabia a quanto tempo estava correndo mas precisava parar.
Ao deixar de correr teve a ideia de subir encima de uma árvore, pode descansar e pensar em um plano de como enganar os caçadores, se fossem seus dois filhos mais velhos com certeza já o teriam feito.

Seu descanso não durou muito ao ouvir passos ao longe, a híbrida emitiu um rosnado baixo mas parou ao reconhecer seu filho do meio.
Sentiu seu rosto empalidecer e uma sensação de angústia e preocupação a tomou, angústia por ele estar tão longe de casa e preocupação por ter caçadores por perto.

Antes de poder fazer mais alguma coisa, foi como se o tempo passasse devagar, ouviu os cachorros, e estavam perto, e ao olhar mais a fundo conseguiu ver a figura de um homem com uma espingarda...apontando para seu filho.

Em pouco tempo sua energia foi recuperada e seu instinto de mãe atiçado, em um pulo ela caiu a alguns metros do filho que a olhou surpreso, não havia notado o homem.
Então o garoto viu sua mãe correr em sua direção o empurrando bruscamente e por fim um barulho ensurdecedor do tiro cortando o ar.

Ao levantar, olhou pro lado e viu a cena que foi a pior coisa que já presenciou, sua mãe havia levado um tiro no peito.
Ele sentiu o desespero ao ver a pessoa que tanto amava ali, fria, pálida e agonizando em seus braços, sentiu lágrimas de desespero sair de seus olhos, não gostava de chorar na frente de ninguém mas agora pouco importava.

Quando olhou na direção do tiro pode ver um velho caçador, de cabelos meio grisalhos e roupas tipicas das quais eles usavam no frio, provavelmente com peles de animais, ele já havia visto o caçador de longe e ouvido seu nome, que agora ressonava na sua cabeça: Stanford Pines.

Ao trocar olhares com o caçador sentiu o ódio ocupar todo o espaço de seus sentimentos e o jovem híbrido rosnou mostrando os caninos afiados, o que fez o caçador levantar a arma assustado, mas antes que o híbrido pudesse avançar, sentiu uma mão fria tocar seu braço...era sua mãe.

Linda:F-filho n-não, p-por f-favor, s-seus irmão p-precisam de você-Dizia sussurrando com dificuldade enquanto usava as últimas forças pra empurrar o filho em direção onde ficava a cabana, o loiro era teimoso mas os olhos de sua mãe suplicavam que ele obedecesse, e assim o fez, deu uma última olhada ao caçador e com os olhos cheios de lágrima ele correu e em pouco tempo  conseguiu despistar os caçadores.

Chegando em casa ele parou e ficou encarando a velha cabana, era velha por causa dos materiais mas seu pai havia construido com carinho e ajuda de um casal de idosos que não os consideravam monstros e sim pessoas especiais, não chegou a conhecer o casal mas seus pais falavam muito deles.

Mas o que realmente tomava sua cabeça era como iria contar a seus irmãos sobre sua mãe.
Ele pensou pelo caminho enquanto ia se acalmando que aquilo não, foi só culpa do caçador mas, que também fora sua.

Ele sentia raiva dos caçadores, mas sentia que se tivesse ouvido seus irmãos, se não tivesse sido teimoso sua mãe ainda estaria viva.
Ao entrar de cabeça baixa na cabana percebeu que seus irmãos estavam na sala e ao se depararem com o irmão do meio com lágrimas nos olhos e sangue na roupa, eles empalideceram.

Naquela noite, os irmãos ficaram de luto, órfãos e com um bebê.
Naquela noite, os três irmão choraram juntos e juraram proteger uns aos outros.
Naquela noite, o um dos irmãos se culpava pela morte da mãe, ao mesmo tempo que jurava se vingar um dia do caçador, da mesma forma que ele havia matado uma das pessoas que ele mais amava, o loiro jurou fazer o mesmo.