Capítulo 17 - Sufoco.

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''A vida vai te derrubar várias vezes, mas é sua obrigação não deixar ela te manter para baixo. ''

Será que eu havia morrido? Porque eu não sentia nenhuma parte do meu corpo? Braços e pernas pareciam não existir, já a minha cabeça estava leve assim como todos os meus outros membros. Fiz um grande esforço para não abrir os olhos e constatar o local que eu estava. A insistência fez com que eu lentamente desgrudasse-os e enxergasse com dificuldade o teto branco. Merda, eu tinha ido parar ali de novo? E quase pelo o mesmo motivo. A única diferença era que o sujeito não usou um carro para me ferir. O barulho do aparelho medidor de batimentos cardíacos apitava ao meu lado fazendo um eco enorme nos meus pensamentos. Cada apitar eu apertava os olhos com força. Movi a minha mão sentindo o meu dedo preso com alguma espécie de fita ligada a aquele aparelho incomodo. Eu só havia desmaiado então qual era o porquê de tudo aquilo? Rondei o olhar por todo o quarto, mas não encontrei ninguém. Movi minha cabeça para os lados e senti uma ligeira tontura.

- Zayn? -chamei em voz baixa.

Nesse instante uma enfermeira entrou no quarto carregando alguns utensílios de primeiros socorros nas mãos, como faixa, gazes, algodão e até uma tesoura.

- Oh você acordou. -ela disse colocando a bandeja de ferro ao meu lado. - Deve estar se sentindo um pouco zonza, o doutor teve que aplicar uma anestesia em você. Foi necessário para dar os pontos no corte em sua perna. Tem sorte que não foi um corte profundo.

- Onde está a minha família? -perguntei.

- Eles estão lá fora e só poderão entrar depois que eu terminar esse curativo. -ela levantou o lençol e pediu para que eu esticasse bem a perna. Assim eu fiz e a vi tirar a faixa que enrolava o meu ferimento.

Ao observar a linha preta cravada em minha pele, eu senti um forte enjoo. Só de lembrar-se daquele sujeito, meu corpo todo tremia e o meu cérebro mandava mensagens de alerta para todas as minhas células. E ele também me aconselhava a voltar dormir. Eu não sabia se toda a minha sonolência era devido á eu estar assustada ou por ter desmaiado. Em todo o caso, eu fico com a primeira opção.

- Pronto, terminamos. -ela sorriu mais uma vez e ajeitou o lençol sobre a minha perna. - Espero que fique boa logo. Você irá precisar.

- Eu também espero, obrigada. Posso ver a minha família agora? Estou ansiosa. -tentei colocar um sorriso no rosto.

- Claro querida. Eu vou avisá-los. -ela afagou a minha mão e saiu do quarto.

Respirei profundamente sentindo uma pressão se formar sob o meu estomago, coloquei a mão em cima e senti uma enorme vontade de vomitar. Felizmente era apenas vontade e eu não precisei levantar e correr para o banheiro. Ouvi a porta se abrir fazendo um estalo em minha cabeça.

- Emma. -ouvi sua voz desesperada.

- Zayn? Zayn? -fiquei aliviada só de poder escutá-lo.

- O que aconteceu meu amor? -ele me abraçou quase arrancando o meu corpo da cama. - Quem fez aquilo com você?

Nós dois tínhamos medo daquela resposta.

- Foi ele, Zayn. Aquele mesmo desgraçado. -agarrei em sua camisa com força como se nunca mais eu quisesse me soltar dali. - Eu estava em casa, não sei como ele conseguiu, ele simplesmente apareceu do nada e foi tudo tão rápido. -encostei minha cabeça em seu peito.

- Xiu! Está tudo bem, eu estou aqui com você. -ele beijou a minha testa. Somente quando eu me separei um pouco dele, eu pude ver papai e Yaser parados um ao lado do outro.

- Isso já passou dos limites. -papai comentou se aproximando da cama. - Seja lá quem for essa pessoa, está acabando totalmente conosco e nós não estamos fazendo nada para impedi-lo.

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