Julie
Chego em meu apartamento seguida por Peter.
Vou até meu quarto e separo uma mochila para levar amanhã na casa da Lívia.
Estou de costas arrumando e quando viro, dou de cara com Peter de braços cruzados na porta do meu quarto.
- Hei assombração, quer me matar?
- Julie, uma única vez, apenas essa vez me escuta por favor. Não vá a casa daquele cara. Eu sei que seus extintos estão certos, ele é desequilibrado, você já tem como ajudar aquela moça, é só fazer uma denúncia. Simples, e você evita se por em risco.
- Ja te falei, o cara é rico, e deve ser poderoso, esqueceu que estamos no Brasil? Quantas pacientes você atende por dia, que chegam vitimas de maus tratos, ocasionados por parceiros, e que as mesmas, relatam que haviam pedido ajuda,e registrado queixas em delegacias? Quantas? - ele se cala e não responde, porque são pelo menos uma por dia.- Essa é a nossa realidade hoje, mulheres não conseguem ser ouvidas de verdade. Somente quando ja é tarde de mais.
- E você acha que vai mudar em muito a estatística ajudando essa moça? Não Julie, não vai.
- Então você salvar pacientes diariamente, não lhe causa a alegria de ser menos um, na estatística de pacientes que chegariam a óbito? Peter não diminua a importância de um trabalho para o outro.
- Jujuba, eu me preocupo com você. - filho de uma tia querida, quando ele usa esse apelido de infância, é porque quer as coisas. Só me chama de Julie quando esta bravo.
- Nem Julie e nem Jujuba, eu vou e pronto. Para sua sorte e meu azar o infeliz é astuto, e não quis que eu ficasse direto. Mas nada que não seja alterado.
- NEGATIVO. VOCÊ VAI FAZER COMO ELE QUER, SE NÃO EU MESMO TE BUSCO LA PELOS CABELOS. - Ual vou ali trocar minha calcinha e já volto.
- Ok Dr.Nervosinho. Agora vai lá arrumar algo para jantarmos vai.
- Você é folgada heim garota!- ele sai batendo os pés todo bravinho, e eu acho fofo.
Agora preciso pensar em como ajudar a Livia. O cara é esperto tenho que pensar em planos A, B, e C com ele.
Uma coisa eu ja imagino, ele poderá tirar meu celular, por medida de segurança. E como irei ajudar sem um? Preciso pensar...já sei.- Peter, me empresta aquele seu celular velho. - falo quando chego a cozinha.
- Você tem um novo, porque quer outro?
- Pensa comigo, o cara pode recolher meu celular durante o período que eu estiver em sua casa.
Ele apoia as duas mãos na pia, vejo que busca ar para respirar. Passa as mãos no cabelo, totalmente sexy.
- Você não acha que esta fantasiando de mais não, Sherlock Holmes?
- Não assisti tantos filmes policiais a toa, tem sentido o que estou falando. Mas caso ele peça, darei o seu velho. E fico com o meu escondido.
- A claro, e sendo revistada, onde a esperta iria esconder?
- Não sei ainda, dentro da bolsa, ou no meu corpo, ainda não sei.
- Senhor, que nada lhe aconteça, pois se ele tocar em um fio de cabelo seu, não sei do que serei capaz.- ele fala de um jeito que me arrepia toda, pena que é preocupação de primo. - E eu vou te levar amanhã. E não tem conversa, preciso saber onde é essa casa.
- Tudo bem. O cheiro está bom, o que você está fazendo?
- Macarrão com almôndegas.
- Ja falei que te amo hoje? - dou a volta no balcão e o abraço...e ficamos assim nem sei por quanto tempo.Até que sentimos um cheirinho de queimado.
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De Janeiro a Janeiro
Romance- Um beijo Livia.- ele pede. - Nunca. Prefiro beijar um sapo. - minto claro, porque "sou dessas". - Seu desejo é uma ordem. - me toma nos braços e me beija e que beijo. - Seu cretino, por acaso é sapo agora? - Não mais, agora virei seu príncipe...