Tina
Ligo para a Livia, para combinarmos o que iremos fazer para o aniversário do Gael, e para minha surpresa, a pobre está aos prantos. A chamo para vir para casa, e me assusto quando abro a porta e a vejo em frangalhos.
Levo ela para o quarto do Gael, não pergunto nada, deixo ela chorar o quanto precisar, faço carinho em sua cabeça, até que vejo seu desespero diminuir, os soluços cessarem, e sua respiração normalizar? Daí percebo que fechou os olhinhos tristes. Tento sair sem que acorde ela, a cubro, ligo o ar e fecho as cortinas. O sono é um ótimo remédio. Fecho a porta e vou para a sala. Pego o celular e ligo para Gael.
- Oi Tina, se quer saber se vou almoçar, não vou conseguir, tenho uma reunião, nem sei se vou conseguir almoçar. - ele desaba a falar e parece cansado.
- Escuta aqui seu idiota. Você sabe que eu te amo não sabe? Sabe que faço qualquer coisa por você não sabe?
- Sei, por que tudo isso agora Tina?
- Mas sabe que amo a Lívia, e te avisei para não magoar a menina.
- Oi? O que tem a Lívia? Está maluca mulher?
- Maluca vou ficar, se você não chegar aqui em dez minutos.
- Mas que porra está acontecendo, da para me explicar?- está bravo.
- A menina chegou aqui desesperada, chorando um rio São francisco de lágrimas, e se você tem alguma coisa a ver com isso, se prepara, porque vou lhe dar a surra que sempre só te ameacei. Não te criei com talco pompom para magoar a única mulher que merece seu coração.
- Tina, mas o que...
- Ande abestado, venha logo. O bicho lesado é homem.- desligo na cara dele.
E como minhas ordens ele nunca desobedece, eis que dez minutos e a porta se abre, e entra um cabra bem preocupado.
- Onde ela está?- pergunta.
- No seu quarto. Mas antes eu quero saber o que você fez seu idiota.
- Eu juro Tina, eu não fiz nada. Falei com ela hoje cedo, ela estava bem. Eu não entendo. Ela disse alguma coisa?
- Não. A pobrezinha chegou aqui um caco. Chorando descontroladamente. Eu não quis piorar, apenas lhe dei o colo que ela previsava. E ela adormeceu após chorar muito. Gael, eu não sei o que fez ela ficar assim, mas posso te garantir. É algo que ela tem muito pavor, pois eu vi pavor em seus olhinhos.- digo isso e ele se vai para o seu quarto.
Gael
Recebo a ligação de Tina e corro para meu apartamento. Não sei o que aconteceu, mas temo ser o que a tempos venho evitando.
Entro em meu quarto e a dona do meu coração está abraçada ao meu travesseiro. Tiro minha roupa, coloco um shorts e deito ao seu lado, com muito cuidado a puxo para meus braços. Ela não acorda. Meu Deus o que aconteceu com ela?
Quase uma hora depois que cheguei ela começa a dar sinais que está despertando. E quando abre os olhos e me vê, começa a chorar, e me abraça forte.
- O que aconteceu meu amor? Me diz?
- Eu...eu...vi ele.- ela responde, e eu perguntei mas já sabendo a resposta. Há algumas semanas descobri que Iam estava em liberdade. Mas ainda não sabia seu paradeiro. E nem comuniquei a Lívia, pois precisava saber primeiro onde ele estava e se ainda oferecia perigo a Lívia. E tentei de uma forma discreta a manter em segurança.
- Quem você viu amor?
- Iam. Eu vi, falei com Iam. - ela se levanta e anda pelo quarto, vejo seu desespero.
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De Janeiro a Janeiro
Roman d'amour- Um beijo Livia.- ele pede. - Nunca. Prefiro beijar um sapo. - minto claro, porque "sou dessas". - Seu desejo é uma ordem. - me toma nos braços e me beija e que beijo. - Seu cretino, por acaso é sapo agora? - Não mais, agora virei seu príncipe...