Cap 8: O Dia Depois de Ontem

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Já estava ficando tarde, decidimos tentar ir para casa. Lexy estava no ponto de subir nas mesas e começar a dançar. Nunca tinha me divertido tanto. Mas tínhamos que voltar. A madrugada já se aproximava. E única coisa que eu sei é que nunca havia me sentido tão viva. E feliz.

-"Posso te acompanhar até em casa se você quiser. Quero dizer, olhe para Lexy. Ela parece um gambá bêbado." - Ville disse entre um sorriso.

-"Ah, não precisa se preocupar, vou jogar o gambá no banco de trás de um táxi." - Respondi igualmente.

A verdade é que nenhum de nós queria dizer adeus. Eu já estava ficando com saudades daquelas bochechas rosadas. E daqueles abraços. E beijos... Mas era preciso ir.

Ville me ajudou com Lexy enquanto esperávamos pelo táxi. Quando chegou, colocamos ela no banco de trás confortavelmente. Saí de dentro do táxi para me despedir. Ele tinha o bico mais fofo e uma cara igual àquelas crianças que não querem largar seu ursinho de pelúcia. Era encantador.

-"Oh Ville, não faça essa cara..." - Eu sabia que era pura encenação e entrei no jogo. Ele desfez o bico, mas manteve o olhar triste. - "O que houve?" - Perguntei um tanto preocupada.

Ele manteve os olhos no chão e as mãos dentro do bolso do casaco. E começou:

-"Hoje foi incrível! Obrigado por ter vindo, e me desculpe por qualquer... Hm... Porta de banheiro trancada." - Ele falou, tímido.

-"Ville. Não se desculpe. Eu também estava lá, lembra? E... Foi literalmente incrível! Tudo! Até seus gritos na montanha russa."

-"Hey! Aquilo não foi incrível, foi aterrorizante!" - Ele protestou. Nós rimos lembrando das cenas.

O taxista buzinou. Eu havia esquecido que ele estava ali. Ville pegou em minhas mãos, as segurando. E olhou bem em meus olhos:

-"Eu quero te ver novamente." - Ele falou sério. - "Isto é, se você também quiser me ver novamente..."

Como ele podia pensar que eu não queria? Gostaria de poder guardar ele num potinho e levar para casa.

-"Você vai. Temos uma noite do rock marcada, lembra?" - Falei sorrindo. O rosto dele se iluminou.

Eu o beijei rapidamente e me despedi.

-"Agora tenho que ir, antes que o táxi desista de me levar..."

E entrei no carro, deixando um Ville sorridente acenando para mim lá fora. Lexy falava enquanto estava desmaiada em sono profundo. Eu não conseguia tirar o sorriso do rosto. Meus sonhos naquela noite seriam pintados em forma de um anjo de olhos verdes.

_______

Amanheceu e eu não fazia ideia de como consegui chegar em meu quarto. Eu ainda estava em minhas roupas da noite anterior. Não que eu estivesse bêbada à ponto de não conseguir sair de minhas roupas. Elas tinham um perfume maravilhoso de tudo que aconteceu e eu me recusava a sair delas. Mas era necessário.

Levantei sem vontade de sair da cama e me arrastei até o banheiro. As lembranças da noite anterior pareciam mais um sonho. Mas o cheiro dele estava em mim, então, foi real. Tomei um longo banho quente e vesti algo confortável. E então lembrei de ir ver se Lexy já havia saído de sua hibernação. Um zumbi loiro e com ressaca se arrastou até a porta do banheiro.

Ela apertou os olhos: -"O que você faz fora da cama tão cedo?"

-"Tão cedo? São mais de 10 horas da manhã... Você apagou ontem à noite."

-"Não importa. É cedo." - Ela falou ainda grogue. - "Quero comer."

Lexy. Como sempre pensando em comida. Ela fechou a porta do banheiro e a abriu em poucos segundos, me fazendo virar.

Love: in Theory and Practice - Chapter one (Ville Valo OC) - Em ReformaOnde histórias criam vida. Descubra agora