Love: in Theory and Practice - Chapter one (Ville Valo OC) - Em Reforma

Cap 17: Água e fogo

Atenção: Essa história possui conteúdo NC-17, que pode conter linguagem não apropriada, violência, sexo explícito, entre outros. Não recomendado para menores de idade. Continue a ler por sua conta e risco.

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Ville continuava me olhando. Eu não sabia realmente se queria ir. Queria estar com ele e sua febre me preocupava. Além disso, ele é tão tímido e de repente faz uma proposta dessa. Isso era um bom sinal. Significa que ele está ganhando mais confiança.

-"Tá falando sério?" - Consegui finalmente dizer.

Ele balançou a cabeça positivamente, bem devagar.

Nossa. Meu deus.

-"É, bem, eu... Então..." - Me embaraçei toda.

Ele sorriu e segurou minha mão. Estava quente. Talvez ele estivesse delirando por causa da febre. Era isso. Era um delírio com certeza.

-"Você tá delirando né?" - Concluí.

-"Em tese, sim."

Um jogo de palavras. Ele é bom nisso. E estava falando sério. Ele beijou minha testa e levantou. Meu olhar o seguiu.

-"Vou esquentar a água. Seria suicídio não fazer isso a essa hora. Você pode vasculhar o guarda roupa, se encontrar algo que goste ou que caiba em você, pode vestir." - Ele disse e saiu.

Continuei no mesmo lugar. O convite ainda estava em meus pensamentos. Ainda não tínhamos ido tão longe. Ele parecia certo disso. Talvez estivéssemos começando a esquecer nossas próprias paranoias.

Ouvi a água cair e ainda não tinha pensado numa resposta. Levantei e abri o guarda roupa. Muito tecido preto. Isso é a cara dele. Uma infinidade de cachecois e muitas, muitas camisetas de bandas. Acabei escolhendo uma camisa azulada de mangas longas. Parecia confortável. Gostava dela.

Tinha o cheiro dele. Era perfeita. Eu nunca mais iria querer sair dela depois que vestisse. A joguei sobre a cama. O som da água ainda continuava. Fui até a porta, ouvindo melhor. Parecia que a água conversava comigo. E aos poucos resolvi ouvir o que ela dizia.

-"Seja o que deus quiser..."

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Abri a porta e me deparo com uma luxuosa banheira negra. Wow. Pontos para o bom gosto de Ville Valo. Nem dava para chamar aquilo de banheiro de tão elegante que era. O dom dele para decoração era evidente. E eu achando que a casa de um homem sozinho seria um verdadeiro desastre. Doce engano.

Um certo ponto da parede era coberto com várias folhas de papel. Aquilo chamou minha atenção. Talvez fossem letras de suas músicas. Me aproximei para ler algumas delas. Para minha total surpresa, não eram músicas.

-"Meu deus, Ville você não presta." - Falei para mim mesma reconhecendo trechos da bíblia.

Quem em sã consciência coloca páginas da bíblia na parede do banheiro? Ville certamente fazia. Continuei observando até que um barulho me fez virar rapidamente.

-"Pyhä paska!*" - Reconheci aquele sotaque finlandês imediatamente.

Ville estava com uma expressão assustada. Obviamente ele não esperava me ver ali. Ele deu um nó na toalha em volta de sua cintura. E veio até mim.

-"Você quase me matou do coração!" - Ele disse com a mão no peito.

Seu cabelo estava ligeiramente molhado, caindo em seus ombros e pingando. Sua boca ganhou aquele tom avermelhado que tanto adoro. Ele era a própria perfeição em pessoa.