Cap 53: Atrito

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-"Você o quê??"

-"Enlouqueceu Beah?"

-"Não tô acreditando nisso."

Ouvi tanto sermão que comecei a achar que Yoko e Lexy eram os próprios Moisés e Aristóteles reencarnados.

-"Como é que você faz uma coisa dessa sabendo que ele é doido por você?? É o Ville Valo amiga, VILLE VALO entendeu?" - Yoko estava surtada.

-"Era doido por ela, você quer dizer né porque depois dessa... olha..."

-"Tá ajudando muito Lexy." - Falei irônica.

Me joguei no sofá, sem vontade alguma. Elas se entreolharam e vieram sentar comigo, uma de cada lado.

-"Oh amiga, não fica assim..."

-"É, a gente não quis dizer isso... só é que... Poxa. De novo isso? Quando essa história com Ville vai se resolver?"

-"Pode acreditar, sou eu quem mais quer saber." - Desabafei.

Mas elas estavam certas. Ville não queria me ver nem pintada de ouro. Tive a prova disso quando o encontrei sem querer num evento. Ele simplesmente desviou para não passar por mim. Ok. Eu poderia sobreviver à isso.

Mas a raiva maior foi em outro evento. Já em Dezembro. Eu não tinha visto ele fazia tempo. O HIM estava viajando por aí. Era uma festa temática. O HIM, sendo a sensação da Finlândia, obviamente havia sido convidada juntamente com o The Rasmus. Além deles, haviam também vários outros artistas, como os meninos do Apocalyptica e Nightwish. Era A festa.

Meu sangue ferveu quando vi ele novamente com aquela garota. Aquela, que havia se esfregado nele. Havia sido rápido não? Rápido demais pra quem dizia amar. Ele simplesmente passou de mãos dadas com ela. Na minha frente. Esse era o jogo dele? Ok. Vamos ver quem jogava melhor.

Fui até o DJ e fiz um pedido. Ia mostrar àqueles finlandeses porque os brasileiros têm fama de ser um povo alegre e festeiro. Começou a tocar Anitta. Ville certamente iria lembrar.

Perdi as contas de quantos caras me chamaram pra dançar ou simplesmente chegaram em mim. Dei o fora em todos. Não precisava de homem nenhum. Nem mesmo de Ville. Mulheres são autosuficientes.

Mas que belo engano...

A verdade é que ninguém consegue fingir, esconder seus sentimentos. Quebrei em mil pedaços quando vi os dois dançando juntos.

Eu não podia contar com ninguém naquele momento. Lexy estava ocupada com os meninos do Rasmus e aproveitou pra matar a saudade de Mige. Ele iria passar pouco tempo no evento por causa da bebê. Burton também. Os papais iriam voltar para suas tocas logo. Yoko fotografava o evento. Estava à trabalho também. Era eu por mim agora.

Respirei, ergui a cabeça. Mas meus olhos encheram de lágrimas. Vê-lo beijando outra foi pior do que tudo nesse mundo. Ele abaixou a cabeça depois do beijo. Mas ela novamente, se inclinando para um novo beijo. Ele parecia cansado e apenas aceitou.

Os dias passaram depois de eu ter ido dormir chorando àquela noite. Minha mãe havia chegado na Finlândia. Para minha surpresa Tia Rose veio junto. Adorei isso. Seria meu presente para a formatura.

Antes de qualquer coisa, deixei bem claro que o assunto "Ville" estava proibido naquele apartamento.

-"Você pode ficar sem vê-lo se quiser. E bem longe dele também. Basta voltar para o Brasil." - Tia Rose opinou. Minha mãe continuou calada.

Mas eu ainda não queria ficar longe. Era reconfortante saber que ele ao menos respirava o mesmo ar gelado que eu.

O aniversário dele havia passado, e não pude nem mesmo conversar com ele. Agora já era quase o fim de Dezembro. E do ano. A formatura estava em cima. E eu precisava focar nisso. Eu iria focar nisso. Era o que eu achava.

Love: in Theory and Practice - Chapter one (Ville Valo OC) - Em ReformaOnde histórias criam vida. Descubra agora