Cap 11: Eu não acredito

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POV de Beah

Fiquei imobilizada com aquela cena. Em um piscar de olhos fui capaz de entender tudo. Por isso achei aquela voz tão familiar. Era ele, o tempo todo.

Todas aquelas pessoas estavam ali para vê-lo. Eram seus fãs. Fãs. Ele era famoso. Algo em mim começou a perceber o grande erro que eu havia cometido.

Eu não poderia ficar ali. Não poderia encará-lo. Não depois de tudo que falei. Ele não havia feito nada de errado, afinal. Ele era apenas um músico. Muito conhecido, uma celebridade.

Dentre todas as pessoas no universo, eu tinha de me apaixonar justamente por um cara nada convencional e de brinde, famoso. Ótimo. Não teria como piorar.

De repente, me senti envergonhada pelo que havia feito. Ele não merecia ouvir aquelas coisas. E eu nem ao menos dei uma chance para que ele pudesse se explicar.

Mas já estava feito. Ele certamente não iria mais querer nem olhar em minha cara depois daquilo. Havia acabado antes mesmo de começar.

Tentei empurrar a multidão para abrir espaço. Estava sem ar. Precisava respirar um pouco. Pensar um pouco. Aquele turbilhão de informações juntamente com a música alta estavam fazendo minha cabeça doer.

Lexy falava coisas a todo momento. Não registrei nenhuma palavra. Queria apenas sair dali. Eu não conseguia mais olhar para ele sem sentir o peso da culpa. Era demais.

Houve um momento em que ele olhou diretamente para mim. Eu não conhecia a letra da música mas, podia jurar que ele havia esquecido, pois as pessoas continuaram cantando.

Ele havia me visto. Ele sabia que eu ainda estava ali. Foi demais para mim. Só queria me esconder, sumir, evaporar dali.

Fui o mais depressa possível em direção à saída. Quando estava prestes a sair, sinto alguém me puxar. Lexy.

-"O que você tá fazendo??" - Ela gritou, segurando meu braço.

-"Tenho que ir embora! Eu... Não posso ficar aqui... Não depois de tudo..." - Falei embaraçadamente.

-"Você não pode simplesmente ir embora assim, Beah!"

-"Me solta! Faço o que quiser, tá legal?!"

Saí em disparada sem olhar para trás. A música aos poucos ia diminuindo mas ainda dava para ouvir lá de fora. Eu estava sem ar. O que foi aquilo tudo que acabei de ver? Foi real? Devo estar sonhando. Sim. Isso é um sonho.

Caminhei pelas ruas de Helsinki até que um cartaz me fez parar:

"Tavastia Klubi
HIM
Hoje, às 9 da noite"

Um anúncio do show. E o rosto dele bem ali, no centro, estampado. Não era um sonho. Ele realmente era o vocalista de uma banda famosa. E eu me apaixonei por ele. E estraguei tudo.

Sentei no banco da praça, por ironia do destino era o mesmo banco onde mais cedo eu havia planejado um plano de vingança. Lágrimas escapavam de meus olhos. E eu começava a me dar conta do que realmente havia acontecido.

Me senti o ser mais desprezível de todos. Ele havia sido tão gentil. Tão atencioso. Tão educado. E eu nem ao menos considerei outra hipótese. Nem ao menos o deixei falar. Aquelas lágrimas... Ele realmente estava chorando.

Essa foi a pior parte. Eu o magoei. E depois de tudo o que falei, ele não vai mais querer falar comigo. Não posso nem ao menos voltar lá e pedir desculpas. Eu o machuquei. E ele não fez absolutamente nada para merecer isso. Fiquei chorando, sozinha, na praça. E amaldiçoando o lixo de pessoa que sou.

Love: in Theory and Practice - Chapter one (Ville Valo OC) - Em ReformaOnde histórias criam vida. Descubra agora