Cap 9: Heartache Every Moment

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Eu havia congelado. Então, sem medir meus atos, me virei para falar com o grupo de garotas. Lexy tentou me segurar.

-"Me solte, Lexy." - Falei séria.

-"Não vale à pena, Beah."

-"Eu preciso saber. Talvez... Talvez não seja ele... Talvez tenha sido... Um engano?" - Eu me recusava a acreditar.

Lexy me soltou, compreendendo minha situação. Fui até às garotas e reuni o pouco de coragem que havia em mim. Eu precisava saber.

-"Com licença... Eu ouvi você falar sobre seu namorado..." - Eu iniciei, trêmula.

A garota loira se virou para mim.

-"Ah! Claro, o Ville! Nós estávamos falando sobre ele sim. Mas por que você pergunta?" - Ela falou sorrindo.

Tremi ao ouvir ela dizer o nome dele. Não podia ser real. Eu só precisava fazer mais uma pergunta pra então ter certeza.

-"Eu acho que o conheço...Você poderia me dizer como ele é, pra eu poder ter certeza?"

Os olhos dela brilharam.

-"Ele é alto, tipo, 1.88cm, magro, tem os olhos verdes mais lindos de Helsinki, um cabelo avermelhado e ondulado. Esqueci alguma coisa meninas?" - Elas riram.

A cada característica igual eu sentia o mundo desabando sob meus pés. Não podia ser verdade.

-"Você esqueceu das tatuagens!" - Disse uma delas.

-"Ah! Como pude esquecer disso! Ele tem uma enorme tatuagem..." - Ela falou, me mostrando o celular. A foto dos dois abraçados. Eu a interrompi:

-"Cobrindo todo o braço esquerdo. Eu sei."- Falei tentando engolir o peso de minhas palavras. -"É ele sim..."

Me afastei sem dizer ou ouvir nenhuma outra palavra. Apenas comecei a andar depressa, tentando sair da loja o mais rápido possível. Eu sentia meus olhos queimarem, então corri para longe, deixando até mesmo Lexy para trás. Eu queria apenas sumir e ficar um tempo sozinha.

Depois de caminhar sem rumo pela cidade, sentei num banco qualquer da praça, olhando as folhas caírem, anunciando que dali a algum tempo o inverno iria chegar com força total. Mas eu não me importava. Meu coração doía. E mesmo com toda tristeza, eu me recusava a chorar.

Ele havia mentido pra mim. Eu acreditei nele. Em suas boas intenções. Em seu sorriso. Em seu olhar. Eu acreditei em seu beijo. E ele havia mentido pra mim. Ele tinha uma namorada e eu acabara de conhecê-la. Ele estava apenas brincando comigo. Não foi real.

Por um minuto, pensei em voltar e contar para ela tudo que aconteceu. Ela também merecia saber. Não era culpa dela. Ele que era um canalha. Ela não merecia isso. Eu não merecia.

De repente senti um ódio profundo crescer dentro de mim. Eu havia dado espaço para ele. Havia acreditado. Havia aberto as portas do meu coração para ele entrar. E ele simplesmente queria brincar comigo. Mas brincou com a garota errada. Eu estava decidida a fazê-lo pagar por ter me usado. E iria começar por hoje.

Meu celular tocou, me retirando de meus pensamentos de vingança e ódio eternos. Olhei para o visor. Ville.

É sério isso? Como ele podia ser tão cara de pau? Obviamente ele devia achar que eu não sabia. Mas sabia. E também sabia jogar. Se é assim que ele quer. Vamos ver quem joga melhor. Atendi a chamada, tentando parecer normal.

-"Olá Beah. Como você está? Eu queria falar com você..."

-"Oi Ville. Estou bem." - Menti.

-"Nós poderíamos nos encontrar hoje, antes do show? Tem uma coisa que quero te falar..." - Ele disse apreensivo.

Love: in Theory and Practice - Chapter one (Ville Valo OC) - Em ReformaOnde histórias criam vida. Descubra agora