Cap 23: The Foreboding Sense Of Impending Happiness

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Resolvi tomar um banho. O banheiro era elegante, com luzes amarelas e ladrilhos beges. Toda a decoração parecia combinar. Liguei os aquecedores antes de sair do quarto. E verifiquei se as saídas estavam fechadas. Havia ficado frio. Estar em alto mar tarde da noite, já virando a madrugada devia ser a causa.

A água quente escorria por meu corpo. Me sentia estranha e feliz ao mesmo tempo. Tudo parecia tão surreal...

Mas a ardência entre minhas pernas dizia que havia sido tudo muito real. Estava dolorida. Sabia que não havia sido culpa de Ville. Ele tentou fazer tudo devagar. Não queria me machucar. Mas aconteceu.

Assim como ele, eu também estava a bastante tempo sem praticar. E além do mais, basta olhar para ele para saber que o garoto tem seus atributos.

Ao sair, fiquei estagnada na porta observando um par de olhos tatuados e uma espécie de coração com pentagrama acima deles.

Ville ainda dormia. Não queria acordá-lo. Sabia que ele estava cansado e que dormir não era a tarefa mais executada pelo vocalista do HIM. Além disso, ele estava tão bonito...

Coloquei um roupão e decidi ir até a cozinha. Assim como todo o resto, era espetacular. Me surpreendi com o fato de haver comida lá. Joguei um pouco de cereal na tigela, bebi água e voltei para o quarto, mastigando.

Ainda havia um finlandês tatuado dormindo exatamente do mesmo jeito que antes. Sorri. Abri a persiana e destravei uma das saídas. Ventava bastante lá fora, mas o mar era calmo. Podia ver as luzes da cidade ao longe, a estátua, os prédios. E além disso, apenas água, nos cercando. O céu incrivelmente estrelado sobre minha cabeça. Ele tinha razão... Jamais iria esquecer esse dia.

-"Que tá fazendo aí fora?"

Me virei num susto. Ville estava encostado nas persianas, um braço apoiando a cabeça e outro descia por seu abdômen, segurando o lençol em sua cintura. Tentei me recuperar do susto.

-"Você quase me matou do coração!" - Falei com a mão no peito.

-"Essa frase é minha..." - Ele riu. -"Vem aqui, querida."

Refiz meu caminho de volta. Ele estava tão bonito cobrindo-se com aquele lençol branco e sedoso, aquele cabelo emaranhado... Coloquei a mão livre em seu peito, desenhando círculos.

-"Já se olhou no espelho?" - Falei.

Ele fez uma cara de quem não estava entendendo muito, pensando em uma resposta.

-"Por que eu deveria fazer isso?"

Pobre e inocente Ville...

Segurei sua mão e o puxei para dentro, guiando-o pelo quarto. Entramos no banheiro.

-"O que estamos..."

-"Shiiii." - O interrompi. -"Apenas olhe."

O virei de frente para o espelho. Sua mão subiu para sua boca imediatamente, tampando-a.

-"Oh deus..." - Ele exclamou enquanto seus olhos seguiam as linhas vermelhas em seu peito. Ele estava completamente riscado.

Sua pele é de fácil vascularização. Ele fica corado com facilidade e aquelas marcas iam demorar um pouco para sumirem.

Ele olhava o próprio reflexo com admiração. Não para si, mas para os desenhos abstratos que minhas unhas formaram em sua pele. Sua mão escorregou de sua boca, descendo e contornando alguns riscos.

-"Eu gostei..." - Ele olhou para mim, pelo espelho.

-"Vai amar suas costas então..."

Love: in Theory and Practice - Chapter one (Ville Valo OC) - Em ReformaOnde histórias criam vida. Descubra agora