7. Adeus 2

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" 'Cause they say home is where your heart is set in stone
Is where you go when you're alone
Is where you go rest your bones
It's not just where you lay your head
It's not just where you make your bed"

Chego em casa e descanso um pouco. O final de semana foi tranquilo.
Na segunda-feira acordo um pouco mal disposta e era tarde, tinha de me apressar para não atrasar na escola, então deixei algumas coisas por fazer para fazer mais tarde quando regressar da escola, quando termino  de arrumar quase tudo, ia me preparar para ir a escola.

'Luísa , a mamã disse para trocares os lençóis de todas as camas'. Minha irmã mais velha disse.

'Vou fazer isso quando voltar da escola, se fizer agora vou atrasar'. Ela levantou-se de onde estava e veio ter comigo aos berros.

'Melhor você tirar agora estou a te avisar'. Ela parecia tão zangada, mas eu não fiz nada, e não gostei nada do modo como ela falou comigo mas não a respondi, tirei os lençóis de todas as camas levei os até a lavandaria e fui buscar novos, ela estava no corredor a me observar, abri o armário para poder tirar lençóis limpos.

'Se não quiseres tirar não tira, não precisas atirar assim as coisas'. Ela começou a gritar e eu não percebia absolutamente nada, eu apenas tirava os lençóis e os atirava na tábua de engomar, atirava porque estava um pouco distante de mim e queria despachar o serviço.

'Mas eu não fiz nada'. Tentei me defender e deu errado.

'Para, sai daí, quando não queres fazer avisa'

'Eu não disse que não vou fazer, apenas estou a me despachar para não atrasar'. Disse

'Cala a boca, vocês são assim, todos malandros. Eu já disse pra você sair daí senão vou te atirar com uma merda'. Ouvindo aquilo, saí dali e deixei assim, fui até a casa de banho para me preparar e ouvindo aquilo a minha prima Ângela (Ângela veio viver connosco a última vez que mudamos de casa) veio ter comigo onde eu estava.

'Não lhe ligues, ela está frustrada'. Eu juro que queria acreditar naquilo mas não conseguia.

'Você não gosta da tua mãe, vocês vão ver quando a mamã morrer, depois não vêm reclamar se tivessem mãe, e não finjam vindo chorar lágrimas que não são de verdade'. Eu tentei de tudo para não ouvir mais nada, tudo o que ela dizia me magoava, ela parecia abalada por alguma coisa e ela me deixava pertubada com isso, quando ela acabou com a gritaria, me preparei para ir para a escola. Não é a primeira vez ou a segunda que ela faz coisas desse género, e ela o faz desde que eu era pequena e isso já me vem a irritar muito, eu estava mal da vida. Eu cheguei a escola e não conseguia fazer nada nem me concentrar, eu só queria chorar.

'O que se passa?'. Bruno vem ao pé de mim depois da aula terminar. Esperei que todos fossem embora e aí desatei a chorar, contei lhe tudo o que aconteceu.

'Fica calma, não chores mais Luísa'. Ele me deu um abraço e secou as minhas lágrimas.

'Eu quero ir embora'. Digo entre os meus soluços.

'Não, tu vais pra casa e conversas com a tua irmã e mãe tá bem'. Depois chega Luís e os dois me tranquilizam.

'Não, eu não quero'

'Mas tens de ir, vais ver que isso se vai resolver'. Diz Luís.

'Eu vou pra casa de meu pai, eu não vou mais conseguir ficar ali'. Digo determinada.

'Não, você está de cabeça quente, e não estás a pensar direito, se acalma um pouco depois decide'. Bruno fazia movimentos em minha escosta.

'Podemos ficar aqui mais alguns minutos?'. Peço, já eram 19h, e eu não queria ir pra casa. Quando eram quase 20h eles me levaram pra casa. Durante esse tempo eu não conseguia pensar em nada.

'Pensei que foste na casa do teu pai'. Diz a minha mãe logo que eu entro sem sequer olhar pra mim, me despeço dos meus amigos e vou direito para o quarto. Ângela chega ao pé de mim, seca as minhas lágrimas.

'Não chora, ainda não comeste nada o dia todo não vais jantar?'

'Não'

'Tá bem'. Ela começa a acariciar o meu cabelo até eu adormecer.

No dia seguinte quando chego da escola converso com a minha mãe e ela permite que eu vá ficar um tempo com o meu pai, depois o meu pai foi a minha busca. Assim em casa somos apenas nós os dois, e incrivelmente eu me sinto em paz e bem em casa de meu pai, embora que eu já esteja morrendo de saudades dos meus irmãos e da minha mãe. As minhas tias já não moram connosco desde que conseguiram uma independência monetária e eram todas maior de idade. Naquela noite o Bruno ligou pra mim.

'Tens a certeza disso Lu? É que viveste a tua vida inteira com a tua mãe, apenas alguns anos com o teu pai'. Ele parecia preocupado, mas eu estou bem.

'Sim, eu tenho a certeza que estou bem, e acho melhor assim'. Primeiro ouve um silêncio, depois ouço um suspiro.

'Está bem, sempre que precisares estou aqui pra tudo tá bem'

'Tá bem'

'Amo você, dorme bem tá, falamos amanhã'

'Também te amo, falamos amanhã'. Eu bem que podia me abituar a esse silêncio e paz.

***

Todos os finais de semana passo em casa de minha mãe e as vezes passo semanas inteiras, mas isso acontece raramente. O que mais me prende e faz com que eu passe semanas em casa de minha mãe é minha sobrinha Rafaela, filha da minha irmã mais velha, eu a amo tanto.

Hoje estou um pouco triste porque o nosso pequeno grupo de amizade vai separar-se, vamos todos para escolas diferentes, Leandra já se foi embora, vou ter tanta saudade da minha amiga, agora cada um no seu caminho, espero não perder contacto com ninguém com o tempo 'quem quer consegue, se quiserem continuar a ser amigos vão ser, apesar da distância e o tempo' desta vez concordo contigo.

Mas é que as vezes passar o final de semana em casa da minha mãe consegue ser estressante demais, e ultimamente é isso o que tem acontecido, quando lá estou quase que não tenho paz de sossego, mas fazer o quê, 'despacha te, para chegares depressa'. É mais um dia em casa da minha mãe, espero não ter problemas.

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Olá a todos queridos leitores,
Desculpem a actualização tardia, sem rede no celular,
espero que tenham gostado do capítulo
O que acham de decisão de Luísa e do comportamento de sua irmã?
espero muito
pelo vosso feedback nesta história,
tenho muitas ideias .

Letra: Gabrielle Aplin- Home

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Dançando Com O DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora