15. Aniversários

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"It's my birthday, it's my birthday
I'mma spend my money
It's my birthday, it's my birthday
I'mma live my fantasy"

'Sim mamã'

'Amanhã vais a praça com a Cristina (minha irmã mais velha) fazer compras'

'Sim mamã'

Está chegando o aniversário de Alexandra e estamos preparando tudo para o seu pequeno lanche. Desde pequena que não gosto de celebrar os meus anos, de que serve ter uma data se ninguém lembra mesmo, até é normal outras pessoas esquecerem menos as pessoas muito próximas de mim, muito menos a sua própria mãe. A minha mãe nunca lembra dos meus anos e ela até pode ver alguém me felicitando ela não o fará, mesmo que ficou sabendo só agora, o aniversário de Alexandra está a chegar e ela não esqueceu 'para de se queixar e movimenta-te' tá bem eu vou. Terminamos de fazer todas as compras e fomos preparando tudo para os anos de minha irmã, está tudo lindo.

Não falo com Marcos a dias e ele também não apareceu na festa de Alexandra. O mesmo aconteceu com a festa de aniversário do meu irmão mais velho e da minha irmã mais velha também, eu só o queria aqui para me fazer companhia.

Chegou a minha vez de completar idade, uma boa parte da família não esquece que eu também faço anos nesse dia porque é o aniversário do meu primo também, ele nasceu a pouco tempo, então ainda está naquele tempo em que ainda se contam também os meses para além da idade.

Pra mim este é um dia normal como qualquer um, vou a escola, vou estudar, volto pra casa, janto e vou dormir. Visto uma calça branca justa e uma polo preta com umas sandalias pretas. Primeiro recebo um textão de Leandra me desejando feliz aniversário, ela nunca esquece de mim, tal como Bruno e Luís que falaram comigo durante horas.

Chego na escola o dia corre normalmente, quando estou me preparar para me ir embora, alguns dos meus colegas entrão na sala com bolos e gasosas e me desejam feliz aniversário. Nós vamos terminar a festa em minha casa e quando chego encontro gente em minha casa para celebrarem os meus anos, ou seja, do meu primo porque isso tudo foi ideia da minha tia, mãe de meu primo que decidiu dar um jantar aos dois, eu estava ocupada a atender as pessoas de casa quando estou a caminho da cozinha, ouço alguém batendo na porta, abro a porta e não acredito no que vejo, ou eu estou ficando doida ou é um fantasma, fico sem reacção durante alguns minutos.

'Feliz aniversário minha nengue'. Eu estou boquiaberta, ele me abraça e vai cumprimentar todos 'ceús, ahm, fica calma, vai correr tudo bem, apenas finja que não o viste' ok 'ok não chega' certo. Termino de fazer o que estava fazendo e não dou importância pra ele, mas eu conseguia sentir os olhares ameaçadores que ele lançava pra mim, então apenas o ignorei. Sempre que eu conversava com alguns dos meus colegas ele olhava pra mim, dando me olhares de promessa de morte, quando os nossos olhos se cruzavam ele não desviava o olhar e parece que apenas ficava mais frio, ele me olhando com aqueles olhos grandes e castanhos, é como se quisesse conversar telepaticamente e eu entendi a sua mensagem, mas eu não queria ligar pra ele então continuei fazendo o que estava a fazer. Depois de algumas horas os meus colegas se foram embora e restou apenas a minha família, então fui tentar conviver, já que ainda não haviam cantado os parabéns. Houve uma falha de energia e eu fui até a loja comprar algumas coisas que me mandaram, quando eu voltei o encontro na rua falando com uma garota, aí a raiva subiu de uma maneira que não percebi'porque ficaste com raiva?' fica quieta e não chateia, passei depressa e entrei, não demorou muito tempo para restabelecerem a eletricidade.

Já era tarde, cantamos os parabéns e o resto se foi embora, eu fiquei lavando a louça, secando e depois arrumei, depois limpei os balcões e o chão da cozinha, depois fui guardar os bolos, alguns deixei por cima da mesa de jantar e limpei o chão da sala, estava morta de cansaço, apenas atirei me no cadeirão e dormi.

Quando eu acordo encontro o meu irmão a assitir jogo e fico sentada por alguns minutos, Marcos entra na sala e senta se, levanto me e vou me preparar para a escola. Volto um pouco tarde hoje devido a uma defesa que terminou tarde por palhaçada de meus colegas, me sento no cadeirão e assisto um filme, meu irmão e Marcos chegam de lá sei onde, meu irmão me comprimenta, mas ele não, fiquei irada.

'Boa noite pra ti também'

'Agora me comprimentas'

'Pelo que eu saiba é que faz parte da educação'

'Mas porque havia eu de te comprimentar se hoje de manhã não me comprimentaste'. Meus olhos cresceram alguns cm em incredulidade.

'Mas eu sei que quem encontra é quem deve comprimentar'. Remato

'Eu já lá estava' escuso me de responder, levantei-me e fui pra cama.

Depois de alguns dias, um sábado para ser precisa, levanto me faço o que tenho de fazer e quando termino sento me na sala e abro o meu messenger, eu estou mal humorada, frustrada, ele está em minha casa e não consegue falar comigo, como demostrar o meu decontentamento, eu estava com as nossas conversas abertas, quando a minha sobrinha chega e faz uma bagunça na sala, derrubando a decoração da sala de minha mãe, se um desses enfeites parte, todos de casa podem considerar-se mortos, vou apanhar algumas coisas que ela derrubou, quando pego o meu telemóvel, ela enviou um ponto ao Marcos, não demora muito e o Marcos responde "se queres conversar vem, não custa nada, porque falar por mensagem se estamos na mesma casa', essa mensagem só me irritou ainda mais, vou lá deitando fogo pelas ventas.

'O que queres de mim?'. Pergunto cruzando os braços.

'Não foi você que me puxou pra conversar'

'Não vou discutir contigo, se não vai falar nada, então me deixa em paz'

Ele me puxa, tenta me abraçar, eu resisto, tenta mais uma vez e eu resisto.

'Ok'. Ok, ele me disse ok. Me sento ao computador e mando lhe olhares ferozes ao mesmo tempo, só de saber que ele não quer conversar me irrita, então atiro lhe vários objectos na escosta já que ele estava de barriga pra baixo, depois o atiro uma coisa mais pesada e ele reclama de dores nas costas.

'Tá bom, vamos conversar'

'Eu não te disse que quero conversar'. Ele pega no meu pulso e me puxa até a varanda e me coloca sentada na cadeira.

'Vamos conversar'

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O que acham que vão conversar?

Para quem não sabe, nengue, ndengue, canengue e candengue são expressões ou melhor dizer, gírias usadas aqui em Angola para dizer "puto" ou "miúdo".

Espero que tenham gostado do capítulo.

Alguma sugestão, estão livres para comentar e dar ideias sobre o que esperam dos próximos capítulos.

Letra: Will.i.am ft. Cody weezy- Birthday

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Dançando Com O DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora