Capítulo 25

2K 184 10
                                    

Era uma manhã de sábado, eu e Dinah combinamos de nos encontrarmos no parque junto com o casal Camren e Vercy, já que aquelas duas assumiram o namoro resolvemos comemorar de um jeito bem diferente das outras vezes, eu acordei bem disposta, o dia estava lindo lá fora e é claro que o meu bom humor devia também a minha vida sexual que se tornou bem ativa com Dinah, praticamente faziamos sexo quase todos os dias.

-- Bom dia Rosa querida!!!

-- Alguém anda acordando de bom humor ultimamente -- ela disse sugestiva -- O namoro ta fazendo bem né?

-- Um bem danado que você nem imagina mulher -- disse sorrindo e ela gargalhou entendendo o que eu quis dizer.

-- Que bom minha menina, eu fico feliz em te ver bem.

-- E eu fico feliz em ter vocês ao meu lado -- falei vendo meus pais se aproximarem pra tomar café também e isso era uma cena que estava acontecendo bastante ultimamente.

Meu pai estava contando como a nova tecnologia estava ajudando pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e isso me chamou bastante atenção porque ele falava com muito amor sobre um assunto muito delicado e pouco debatido, e a minha mãe olhava pra ele da mesma maneira que eu, com admiração.

-- Sem celular na mesa Ally -- ele falou assim que meu celular começou a tocar, eu pedir desculpas e silenciei, mas ele continou tocando e quando eu vi era a Candece ligando, logo eu achei estranho ela me ligar em um sábado de manhã sem antes ter combinado nada, mas depois de muito insistência eu resolvi levantar e atender.

-- Ally você ta ai? Por favor diz que ta -- ela estava chorando desesperada no outro lado da linha e logo meu cérebro entrou em alerta.

Candece não teria motivos pra me ligar desesperada daquela maneira aquele horário, ela não tinha namorada pra talvez ter tido um possível término, ela não tinha problemas aparentes que eu não sabia, ela era uma menina comum com uma vida comum, exceto o fato da sua mãe só ter alguns meses de vida e talvez aquele fosse o motivo.

-- Estou aqui Can respira -- tentei acalma-lá o máximo que pude -- tenta respirar e me conta o que houve.

-- Minha mãe Ally -- Ela chorou de um maneira tão triste e forte que uma lágrima desceu dos meus olhos e meu coração se apertou -- Minha mãe se foi -- mais um choro e um soluço eu ouvi enquanto ela tentava falar entre lagrimas e soluços de uma pessoas destruida por dentro -- Ela me deixou Ally.

Eu não sabia o que dizer naquele momento, eu sabia que ele ia chegar, Candece sabia que aquele momento ia chegar, mas ninguém se prepara pra aceitar uma morte, ninguém se prepara pra se despedir da pessoa que mais ama, meus pais viram eu chorando e logo se preocuparam mais eu fiz um sinal que depois falaria com eles.

-- Ei eu estou com você tá, eu sei que esse deve ser o pior dia da sua vida mas eu já estou indo pra ai e não vou sair do seu lado, ta bom?

Encerrei a chamada e sentei no sofá com as mãos entre o rosto e abafei o choro, perder a mãe deve ser uma das piores coisas que existe, a minha é meio desmiolada mais eu não imagino uma vida sem ela ao meu lado, e aquilo me fez chorar mais, meus pais se sentaram ao meu lado e eu expliquei a situação para eles que entenderam e tiraram o dia de folga pra me acompanhar.

Assim que eu cheguei naquela casa eu já podia ouvir o choro, não tinha muita gente, e no meio da sala ela ja estava deitada sobre o caixão da mãe chorando, aquilo me partiu o coração e me único impulso foi correr para abraça-lá.

-- Porque ela me deixou Ally? Porque? Eu não fui uma filha ruim -- ela disse chorando em meus braços e eu só podia abraçar e desejar que Deus pudesse consolar a sua alma.

-- Tenho certeza que você não foi Can, tua mãe te amava muito e vai continuar te amando e te protegendo só que agora lá do céu -- peguei pela sua mão e conduzi até a cozinha onde preparei um rápido chá pra ela e convenci ela a tomar.

-- Eu ja sabia que estava perto -- ela disse ainda chorando só que dessa vez com o olhar vago -- Eu sentia isso e ela também e na madrugada de hoje ela pediu que eu dormisse com ela e ela morreu em meus braços -- o choro veio com tudo e a xícara caiu de sua mão, ficamos ali abraçadas até que ela fosse parando aos poucos.

-- Eu não consigo imaginar a dor que você está sentindo agora Can mas o pouco que eu conheci sua mãe eu percebi que ela era uma mulher incrível e que adorava te ver bem, esse deve ser o pior dia da sua vida então chore o quanto você quiser, grite, espernei, e chore porque ninguém entende a tua dor, mas eu vou estar aqui do seu lado pra te dá apoio e te ajudar sempre que você precisar, você pode contar comigo sempre, porém tenho o seu momento de luto e não deixe que ninguem tire isso de você, mas depois quando você estiver pronta eu vou estar do seu lado pra te reerguer e te ajudar a levantar.

Ela me agradeceu e ficamos abraçadas ali mesmo no balcão da cozinha, Candece não era uma pessoa má, ela só era carente e as vezed ingênua, ela tinha toda aquela pose de durona e que não se abalava com nada, mas eu sabia que tudo aquilo era fachada pois a verdade Candece tinha o coração bom.

Ouvimos uma tosse e eu olhei pro lado e vi Dinah com as meninas, elas se aproximaram e foram dar os pêsames para a Candece que abraçou cada uma delas e escutou chorando as palavras de conforto de cada uma, Dinah ficou ao meu lado e beijou a minha testa.

-- Como souberam? -- sussurrei para ela que me abraçou por trás.

-- Falaram no grupo da sala e a galera toda ta vindo pra cá e você? -- ela perguntou me puxando pra deixar mais espaço para as meninas e consequentemente para nós.

-- Ela me ligou desesperada e eu logo vim pra cá.

-- Eu entendo -- ela disse com o olhar vago para Candece que era abraçada por Lucy Vives -- Ela perdeu a mãe e isso é a maior barra.

-- Você tem esse medo também né? -- perguntei me referindo a Normani que por mais que ja estivesse em casa ela ainda não estava 100% curada.

-- Sim a Normani é como uma irmã pra mim, não posso julgar a dor da Candece mas a minha dor seria grande também -- ela disse deixando sua cabeça no meu pescoço enquanto eu observava o movimento de pessoas das escola chegando.

-- Cada um tem uma dor, nenhuma dor é maior do que a outra pra quem sente, só quem sabe o tamanho da sua dor é que ta ali sentindo ela.

-- Amor se você quiser ir pra lá ficar perto dela tudo bem tá, eu vou ficar ali com as meninas -- Dinah me olhou e eu olhei de volta meio que admirada mas aquele era um momento delicado e é claro que ela não iria fazer cena.

-- Eu vou sim amor e depois vou lá ficar um pouco com você -- dei um beijo nela e sai pro quarto onde Candece estava com algumas meninas da sala e entre elas estava a Kim, Chloe e Suzy, não me importei e sentei perto dela que logo me abraçou.

Passei a noite com ela e é claro que as meninas passaram junto, no outro dia foi o enterro, cheio de lágrimas e soluços, aquele era o momento de despedida e de mais um ciclo se fechando para Candece que agora só tinha o pai que morava a km de distância, mas era emancipada e agora iria viver sozinha sem a mãe do lado.

-- Esta tudo bem? -- Dinah perguntou segurando a minha mão enquanto andavamos pelo cemitério.

-- Só estou pensando na vida que a Candece vai ter a partir se hoje, é triste.

-- Ela vai ficar bem amor.

Namorada de Aluguel (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora