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Apesar de uma boa quantidade de países terem aceitado ajudá-los, a maioria havia rejeitado.

Louis não sabia se eles iriam conseguir colocar todo o plano em prática, mas o quarto carregamento de materiais para as vacinas haviam chegado da Polônia, França e Itália.

- Me passa o dióxido de silício. - Harry pediu, enquanto misturava substâncias .

Louis olhou confuso para cima da mesa.

- É o tubo com o pó branco - Harry falou, sem se quer parar o que estava fazendo.

Louis pegou o tubo indicado e o entregou.

Louis estava cansado. Havia acabado de chegar de  uma missão de entrega. 

O plano era grande e parte dele consistia em entregar a cura pronta em forma líquida e gasosa para países próximos, para que, quando chegar o momento, esses países mandem aviões para despejar a cura nas hidroelétricas de todo Reino Unido e também espalhar o gás com a cura no ar. E ao mesmo tempo que isso acontece, vai ser preciso o máximo de pessoas possíveis vinda de outros países para ajudar a apaziguar essas pessoas após cura. É bem óbvio que não vai ser possível apaziguar todos, mas se conseguirem ajudar a maioria, já vai ser uma grande vitória.

E o mais importante, também enquanto tudo acontece,  vai ser preciso derrubar a guarda do líder e, finalmente, tirar o Líder do poder.

Para facilitar, Niall sugeriu colocar um sonífero forte na água do quartel. Ele havia falado em tom de brincadeira, mas Cassie imediatamente arregalou os olhos e disse que aquilo era brilhante e o mandou ligar para algum país e pedir soníferos.

Louis não sabe se aquilo foi realmente brilhante ou se Cassie está apenas desesperada. Talvez os dois.

- Ei... Sabem onde está Niall? - Louis voltou para a terra quando ouviu aquilo.

Era o rapaz ruivo, Edward, que eles haviam meio que sequestrado para testar a cura.

Nos primeiros dias após a cura ele ficou muito emotivo,  mas também retraído e defensivo, como se estivesse começando a entender o que de fato estava acontecendo, o que de fato era o Líder. Ele ficou em um quarto, sendo Niall responsável pelos seus cuidados e por observar como ele evoluía.

Apesar de ter se retraído no começo, aos poucos ele foi se acalmando e conversando com Niall.

Ele contou que se lembrava de tudo, de toda sua vida, tinha todas essas memórias desde a infância até agora. Ele relatou que, após a cura, o que sentiu, após ser esclarecido que aquilo era sentir, foi algo muito estranho, como se estivesse preso por correntes e alguém as tivesse quebrado.

Liberdade. A cura os libertava.

- Ele está em uma missão de busca. - Louis respondeu Edward, que estava parado a sua frente, segurando um livro contra o peito com as duas mãos.

Aquele livro era um guia para as emoções. Todas as emoções possíveis estavam descritas ali. Seu Mestre havia feito aquilo para ajudar ainda mais a guiar as pessoas que recebiam a cura. Haviam poucas cópias,  mas Cassie já tinha planos para fazer mais copias e fazer com que fosse distribuído em todo Reino Unido.

- Quando ele volta? - Edward perguntou abaixando o livro, ainda o segurando com as duas mãos.

De todos ali, Edward parecia apenas confiar em Niall e Eva. Talvez pelo fato de terem sido os dois que guiaram ele por aquele processo pós cura.

- Acho que daqui a algumas horas. Você precisa de ajuda com algo? - Louis ofereceu sua ajuda.

- ... Sim, mas..  - Os dedos de Edward se apertaram ao redor do livro - E Eva? Ela está aqui?

O ruivo realmente ainda não conseguia confiar neles.

- Sim, ela está na sala aqui do lado. - Louis respondeu e o rapaz caminhou com passos rápidos para fora do laboratório.

- Ele só confia neles dois mesmo, né? - Harry, que estava esse tempo todo concentrado na cura, falou.

- Sim. Isso na verdade me preocupa um pouco. E se todos que receberem a cura só confiarem naqueles que estiverem com eles lá para ajudá-los no momento?

- Não vejo isso como algo ruim - Harry o respondeu - É bom que elas criem confiança em alguém,  em especial na pessoa que vai estar lá para ajudá-las a entender o que está acontecendo, ajudar a entender as emoções. Eventualmente elas vão aprender a confiar nas outras pessoas.

- Me empresta um pouco do seu otimismo? - Louis pediu, admirado pelo fato de Harry sempre ver o lado bom das situações.

- Empresto, pegue aqui - Harry inclinou a cabeça para frente, indicando os lábios com mão.

Louis sorriu suavemente e o beijou, mentalmente se arrependendo de ter deixado Harry assistir filmes românticos, filmes antigos, antes do Reino Unido se tornar o que era agora, e agora o cacheado havia ficado encantado com os filmes e as vezes repetia algo desses filmes e tentava ser romântico com Louis.

- Opa, nada de namorar no laboratório. - Cassie advertiu entrando no local, mas sorriu suavemente para os dois.

- Niall já voltou? - Louis perguntou, se afastando de Harry.

- Sim, chegou agora, foi tudo bem, por isso estou aqui - Cassie o respondeu - Você tem missão de entrega, a van já está carregada.

- Ok. - Ele se levantou sem questionar e acenou em despedida para Harry.

O rapaz de olhos azuis estava cansado, havia voltado de uma missão de entrega a algumas horas, mas não poderia reclamar. Todos ali estavam cansados e trabalhando muito para que tudo desse certo. Louis tinha que fazer sua parte, por todos ali, pelo seu Mestre. Tinha que honrá-lo. Todos tinham.

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[R]evolution | l.s auOnde histórias criam vida. Descubra agora