Sarah:
Eu tinha consciência dos poucos míseros segundos que possuía para me decidir. Olhei uma última vez para a onda a fim de saber sua proximidade e quando o fiz, constatei que seria naquele instante ou nunca o momento em que eu deveria optar pela minha vida ou pela de nenhuma de nós dois.
- Corre... Corre... Corre - Ouvi de relance essas palavras serem ditas por Maurício só que soavam mais abafadas ao passo que eram repetidas.
Eu não poderia abandoná-lo!
Segurei firme em suas costas e o impulsionei a se virar e "caminhar" para longe daquele lugar.
Sentia pura adrenalina tomando conta de meu corpo o que me dava, de alguma forma, mais e mais forças para continuar. De repente, senti um braço agarrando Maurício do lado oposto de onde eu o segurava. Não deu tempo de olhar para o lado e ver quem era, de certa forma, mesmo sem dizer nada, nós três sabíamos que apenas precisávamos depositar toda nossa energia no que fazíamos e foi exatamente o que aconteceu, em pura sincronia.
Foi indescritível a velocidade com que nos distanciamos da praia até estar a metros da mesma.
De súbito, senti Maurício e eu sermos empurrados para dentro de um carro e quando finalmente tive oportunidade de olhar para quem havia salvado nossas vidas, tudo o que vi foi a porta do carro ser fechada com brutalidade pela tal pessoa. Poderia parecer loucura, mas ele simplesmente desapareceu e só existia agora em nossas memórias. Fiquei em êxtase por um tempo, sem saber o que pensar primeiro.
- Sarah... Diriga o carro. De pressa!!! - Quando ouvi a voz de Maurício, percebi que ambos estávamos no banco de trás e que não havia ninguém ao volante. Ainda em clima de desespero, mudei-me para o banco do motorista e pisei fundo no acelerador do carro que já estava ligado. A esta altura a onda já havia alcançado a pista que se separava da nossa por um guarderreio. Não havia tempo para pensar, apenas para agir.
- Acelere... Acelere mais Sarah! - Os gritos de Maurício fizeram todo sentido quando olhei para o retrovisor e vi a onda, em tamanho menor, nos seguindo apruptadamente.
Rapidamente, observei que mais a frente havia uma entrada a esquerda e que talvez usá-la nos ajudaria a ganhar mais tempo do que seguir em linha reta, que era o principal destino das águas violentas e então assim o fiz.
Assim que entramos na tal rua, percebi uma subida enorme e possivelmente complicada de encarar com aquele carro que dava acesso a um lugar pouco visível e que não fazia a mínima ideia de onde era, tudo o que sabia é que seguir por aquele caminho era o único jeito de ganharmos tempo.
Quando terminamos a difícil e longa subida, avistei um enorme galpão e pensei naquilo como um grande achado, precisávamos de um ambiente mais fechado e alto possível. Parei o carro.
- O que está fazendo? - Maurício indagou com a voz embargada, levemente trêmula.
- Vamos entrar no galpão. - Disse saindo e tentando tirá-lo do veículo com demasiada dificuldade. Para nossa sorte, a entrada do lugar estava aberta e então guiei Maurício para dentro. Eu suava freneticamente e minha coluna parecia prestes a me deixar na mão. Assim que conseguimos entrar, o apoiei sentado no chão contra a parede e corri para fechar o grande portão por onde passamos. Foi nesse intervalo de tempo que vi o carro que até pouco tempo utilizamos ser arrastado pela água como um simples barquinho de papel. Bati o portão com força e o tranquei com o cadeado que trazia consigo também a chave que possivelmente o abriria.
Dei o suspiro mais longo que já dera em toda minha vida.
- Sarah... Eu acho que... - Tudo o que podia era escutar a voz de Maurício fazer eco pelos quatro cantos do local. Não havia qualquer sinal de luminosidade e o breu era tão ensurdecedor que simplesmente parecia falhar também todos os meus outros sentidos.
Logo lembrei que havia trazido no bolso o meu celular e o peguei e liguei a lanterna apontando-a para Maurício que tremia descontrolavelmente enquanto que seu rosto migrava da cor habitual para um roxo bem visível e suas unhas cianóticas revelavam junto a todo o resto de conjunto de sinais em seu corpo que estava prestes a entrar em estado de convulsão.
- Estou convulsionando... - Ele terminou a fala e logo após seus olhos começaram ameaçar fecharem como quando se está prestes a entrar em repouso profundo.Oi galerinha. Boa tarde. Estão bem? Perdão por não ter postado semana passada. Estou vendo ainda mais possivelmente os capítulos sairão às segundas e quartas ok?
Espero que tenham gostado e gostaria de pedir que deixem seus comentários porque preciso da opinião de vocês e deixem suas estrelinhas também.
Fiquem com Deus. Mil beijos 😘😘
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Seu Amor, Meu Bem Maior
RomanceSarah é uma jovem mãe de 20 anos, que sofreu muito após ter sido abandonada pelo pai de sua filha, Emma...como se não bastasse, acabou de perder a mãe. A moça então resolve tentar a vida em outro país, onde pretenderá dar todo o conforto e bem estar...