Capítulo 7

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Sete anos atrás

Rush

Fazia uma semana que não via Lia. Eu estava com tanta saudades da minha garota. Não perdíamos o contato, conversávamos todos os dias, constantemente. Por chamada de vídeo ou por mensagens.

Eu estava me sentindo sozinho e vazio, muitas vezes falei para ela que queria desistir e voltar. Mas todas as vezes ela foi persistente, me dizendo para não desistir, que ficaria muito triste se eu tomasse essa decisão por conta dela.

Lia me falava que nada seria capaz de nos separar, e a distância não seria uma das alternativas. Ela falou que se sentiria muito feliz se eu seguisse meu sonho e depois voltasse para ela em todos os finais de semana.

Eu estava muito focado em minha segunda luta dessa temporada. Eu queria o cinturão de todas as formas, para fazer valer a pena o tempo em que ficarei longe de Lia.

Eu treinava, de dia, de noite, de tarde. Por isso não as vezes era muito difícil conversar bastante com Lia no dia.

Eu sabia que isso deixava ela chateada e agoniada. As vezes conversávamos de madrugada. Lia estava sempre me esperando. Não dormia enquanto eu não mandasse mensagens para ela.

O cara com quem iria lutar era bom. Por isso meu dedicação era superior aos outros.

Treinem enquanto eles dormem, e você será tudo o que eles sempre sonharam ser.

O meu adversário parecia me odiar profundamente. Ele era arrogante e ambicioso de todas as formas.

Já esteve metido em muitas polêmicas. Era um homem famoso e muito rico.

O hotel em que eu estava era muito luxuoso. Alguns lutadores também estavam hospedados nele, principalmente Murphy.

Todas as noites, diversas prostitutas rodavam o lugar. Eu nunca cheguei perto de nenhuma delas.

Nunca faria algo assim. Lia era meu mundo e eu não conseguia ver nada de atraente nas outras mulheres, principalmente nas prostitutas sujas.

Os caras me zoavam no começo, perguntavam se eu era gay. Eu ignorava e dizia que tinha uma mulher incrível em casa. E me asseguraria a ela para sempre.

Todos voltaram a me respeitar em questões de festas e mulheres. Sabiam que eu era comprometido e que amava minha namorada.

Eu não fazia ideia de que isso seria isca para meu adversário, que logo seria meu inimigo.

Ele observava tudo. Ele tinha achado meu ponto fraco e não iria desistir.

Meu ponto fraco era o meu incrível relacionamento, isso era a única coisa capaz de me fazer desistir da luta. Meu ponto fraco era Lia, era machucar Lia.

Ele queria me levar até Lia desesperadamente e me fazer desistir da luta.

Eu era treinado. Estava entre os tops dez dos boxeadores que mais nocautearam. Murphy estava com medo, ele queria isso mais do que eu, e sua ambição era seu forte.

No dia seguinte a festa para patrocinar o evento contaria com todos os lutadores que participariam. Eu seria obrigado a ir.

- Rush - Filipino disse me cumprimentando. - Gostaria de nos dar uma entrevista?

- Claro - Filipino acompanhava o evento. Era um cara legal.

No final da entrevista Murphy apareceu na festa. Os paparazzi tiravam diversas fotos dele. Ele trazia um cinturão no ombro. Murphy tinha o cabelo raspado e diversas tatuagens no corpo. Principalmente no pescoço.

DevassoOnde histórias criam vida. Descubra agora