Capítulo 1

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Capítulo inspirado nas músicas :

Strong – Robbie Williams

Happy – Pharrel Williams

It’s a beautiful day – Michael Bublé

Acordei  sobressaltada com o barulho do despertador a relembrar-me de que estava na hora de me levantar e encarar o meu 1º dia de aulas  do meu último ano na secundária. Gosto da escola e gosto principalmente do ambiente que lá encontro, mas sempre detestei acordar cedo!

E estava assim a recomeçar a rotina: levantar, tomar duche, comer o meu pequeno-almoço e sair… - Cansava, era uma facto, mas gostava de estar de volta às aulas.

Depois do duche e de estar devidamente vestida com os meus habituais skinny jeans claros acompanhados por um tank top preto, casaco de malha e as minhas muito antigas vans pretas. Não

importa o dia da semana ou o clima do exterior. Eu uso sempre o mesmo look à anos, exceto em festas e outras ocasiões especiais, aí abro exceções e permito a invasão dos vestidos.

Tudo estava organizado na minha mala, mas voltei a olhar em redor do quarto para me certificar de que não me havia esquecido de nada. Abanei a cabeça e agarrei no telemóvel pousado em cima da almofada. Conheço-me muito bem.

- Bom dia, filhinha! – exclama a minha mãe atarefada com o que parece uma lista de compras.

Encontrava-se curvada contra o balcão no seu robe com anjinhos. Pousei a mala à entrada da cozinha dirigi-me até ela.

- Bom dia, mãe. – sorri e beijei-lhe a bochecha como habitual- Dormiste bem? – dirigi-me ao frigorífico para retirar o leite.

- Sim e tu? – perguntou num tom de voz que perdera o triplo do entusiasmo e que passara a um tom preocupado. Como se tivesse acabado de se lembrar de

algo mau.

A mãe não estava a olhar para mim enquanto me fazia uma pergunta. Não é bom sinal. Nunca foi. Nunca.

- Mãe o que é que se passa? –pousei a tigela com o leite no balcão e dediquei toda a minha atenção à minha mãe.

 Suspirou e procurava a todo o custo evitar o meu olhar quando interrompeu a sua tarefa para se poder sentar.

O facto de estar a evitar o meu olhar começava a deixar-me em pânico. Só uma pessoa conseguia deixá-la neste estado.

- Recebemos uma carta do tribunal. – Sussurrou quase inaudivelmente .

- Sim? – Oh Deus!

- O teu pai vai ser libertado no mês que vem.- confessou e finalmente encarou o meu olhar. Provavelmente para capturar a minha reação.

Abri a boca com o choque e em seguida pisquei várias vezes os olhos para poder sair do transe. «Já? Tão cedo?» eram as únicas coisas que me passavam pela cabeça.

-O que sentes quanto a isso?

- Estou aterrorizada querida. – desviou o olhar do meu.

-Mãe não! Não tens de te sentir assim. Agora somos duas, e eu não vou deixar que ele tente alguma coisa contra nós.- sentei-me na cadeira à sua frente e cobri a sua mão com a minha.

I saw it in your eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora