Capítulo 1

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Valentina

Um mês depois.

Analisava alguns contratos dos imóveis quando ouvi duas batidas na porta, levantei minha cabeça e encontrei com Ana sorrindo. Larguei à caneta que segurava e prestei atenção nela.

— Desculpa atrapalhar, Valentina — vai entrando na sala.

— Aconteceu algo? — pergunto.

— Um homem lindo — sorri.

— Como? — indago confusa.

— Tem um homem lindo na recepção — suspira — informou que é advogado. Carlos Eduardo Menezes.

— Advogado de algum cliente?

— Não — responde.

— Peça para entrar — digo.

Carlos Eduardo Menezes.

Tentei lembrar esse nome de algum lugar e nada.

— Com licença — ouço alguém falar.

Minha atenção é desviada para porta. Um lindo homem caminhava na direção da mesa. Ele deixou um pequeno sorriso aparecer nos seus lábios.

— Carlos Eduardo Menezes — apresenta-se.

— Valentina Soares — cumprimento ele — tenho quase certeza que nós conhecemos — falo.

— Nos esbarramos no hospital — revela — infelizmente não pude conversar com você naquele momento.

— Têm notícias do bebê?

— Todos os dias — revela sorrindo — sou padrinho dele. Seu nome é Lucas. Completou um mês ontem — pega o celular — salvou à vida dele.

— Qualquer um faria isso.

— Qualquer um, não — estende seu celular — ainda não está parecido com ninguém.

Não consegui segurar meu sorriso ao ver aquela foto dele. O pequeno estava dormindo e sorrindo ainda.

— Ele é lindo! — digo olhando para foto — então, Lucas está bem?

— Muito bem — entrego seu celular.

— Ótimo — murmuro — mesmo assim não consigo entender sua presença aqui, doutor.

— Carlos Eduardo — pede — meu cliente, pai de Lucas, gostaria de agradecê-la de alguma forma — vejo tirando um envelope da pasta — aqui — estende.

— O quê é?

Carlos Eduardo simplesmente não responde. Rasgo com cuidado aquele envelope. Não acreditei quando passei meus olhos pelo papel que estava ali dentro.

Cem mil reais.

Havia um cheque de cem mil reais nas minhas mãos.

— É desse jeito que agradece? — olho para ele.

— Valentina, eu...

— Tudo bem, Carlos Eduardo — largo o cheque — afinal, quem é esse cara?

— Danilo Monatti Albuquerque — fala.

— O publicitário?

— Ele mesmo — confirma.

— Certo — respiro fundo — obrigada pelo cheque — levanto da cadeira.

— Aceitará o cheque? — indaga levantando da cadeira também.

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