Capítulo 17

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Valentina.

Minha cabeça latejava demais quando abri meus olhos. Tentei de todas às formas dormir um pouco naquela noite terrível, e nada. Passei à noite em claro. Chorando. Com medo de tudo que pudesse acontecer à partir de agora. Não conseguia acreditar que viveria todo aquele inferno.

Deixei que minhas lágrimas caíssem livremente, não adiantaria em segura-las mesmo, era melhor tirar tudo aquilo do meu peito logo. Mesmo que fosse por pouco tempo.
Tentei dormir um pouco, mas foi em vão. Toda vez que fechava meus olhos, aquele homem aparecia e falava algumas coisas. Parecia que suas mãos estavam tocando meu corpo. Dei um salto da cama, não adiantaria ficar ali, sentido e revivendo aquilo.

Fiquei pior ainda quando parei diante do espelho. Meus olhos estavam inchados e vermelhos de tanto chorar. Liguei o chuveiro, dessa vez , esperei a água ficar morna e entrei. Enquanto lavava meus cabelos, algumas imagens da noite anterior apareceram na minha mente.

— Danilo — murmuro — merda!

Quando pensei que pudesse ser feliz...

Meus olhos estavam piores quando deixei o banheiro. Só em pensar que Danilo viu tudo aquilo ontem à noite, que pudesse descobrir sobre meu passado.

— Meu destino é ficar sozinha mesmo — suspiro.

Minha barriga reclamou de fome, não estava afim de comer, mas sabia que precisava ingerir alguma coisa, nem que fosse um suco ou fruta.

Fiquei paralisada ao encontrar com ele na cozinha. Danilo mantinha uma expressão que não conseguia decifrar. Não tinha coragem de olhá-lo, por isso, foquei meus olhos no chão.

— Valentina — chama.

— Disse para ir embora — falo.

— Não deixaria você depois de ontem — aproxima-se — por que ficou daquela maneira? — pergunta.

— Danilo, por favor — foco nele — é melhor ir.

Danilo tenta segurar meu braço e dou um passo para atrás.

— Por favor! — tento segurar às lágrimas.

— Tudo bem — passa às mãos pelo rosto — ligará caso precise?

— Sim — minto.

— Não consigo acreditar na sua resposta — diz — estou indo embora, Valentina. Apenas hoje. Amanhã, depois de amanhã e depois de amanhã e amanhã, estarei aqui. Espero que tenha entendido.

Observo quando segue para sala. Lucas estava deitado no bebê conforto, assistindo algum desenho que passava na televisão.

Fui em direção à porta, abri ela e esperei por ambos.

— Estarei com meu celular — avisa — me ligue, Valentina — pede.

Recebo um beijo rápido na testa.

— Sabe o significado do seu nome? — pergunta — forte, valente... Boa noite, Valentina.

Espero ambos entrarem no elevador, assim que às portas são fechadas, fecho à minha e deixo meu corpo cair no chão. Só deixei às lágrimas caírem.



Danilo.

Foi impossível dormir naquela noite. Fiquei muito preocupado com Valentina, não conseguiria ir embora, e deixá-la daquela maneira. Jamais faria isso. Passei o tempo inteiro na porta do quarto dela. Ouvi seu choro durante à noite inteira. Tive vontade de entrar e consolar ela, mas isso poderia piorar a situação.

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