Capítulo 12

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Danilo

Rafael mantinha-se calado quando entrei na sala do delegado, ele apenas deu uma olhada e abaixou sua cabeça novamente. Ele havia passado dos limites.

— Boa noite, delegado? — estendo minha mão.

— Maicon — cumprimenta — boa noite.
— Gostaria de entender tudo isso — pergunto.

— Rafael, seu irmão, foi pego dirigindo um carro. Ele é menor de idade. Sabe que é crime dirigir sem carteira — ouço o delegado — os policiais também acharam algumas garrafas de bebidas. Sorte que não aconteceu nada com eles, e com outras pessoas. Esses adolescentes acham que são reis. Que podem tudo. O mundo não é assim.

— Não é assim mesmo — afirmo irritado — posso levá-lo? — pergunto.

— Teremos que fazer uma ocorrência — fala — como ato infracional de natureza “dirigir sem permissão ou habilitação. “

— Vou ligar para nosso advogado — pego meu celular — quero resolver tudo como manda à lei — digo.

— Como quiser.

Não troquei uma palavra sequer com Rafael. Ficamos em silêncio enquanto aguardávamos Cadu chegar. Meu amigo não demorou muito para chegar, ele conversou com o delegado e tomou todas às providências para liberar aquele pirralho inconsequente.

Estávamos dentro do carro quando ouvi ele perguntar :

— Contará aos nossos pais?

— Amanhã mesmo ligarei para eles.

— Danilo — tenta falar.

— Não quero ouvir nada, Rafael. Passou de todos teus limites. Por favor, fique em silêncio — peço.



Rafael tomou um susto quando encontrou nossos pais na sala. Não teve como fugir deles.

— Sem festas, cartões e mesada — Meu pai é direto — cadê sua responsabilidade, Rafael?

— Como irei sobreviver? — pergunta.

— Por que não pensou nisto antes? Por que insiste em andar com esses garotos?

— Eles são meus amigos.

— Não são teus amigos — minha mãe, fala — estou muito chateada com você, Rafael. Como pode fazer isso? Algo grave poderia ter acontecido.

— Mãe...

— Outra coisa — meu pai, caminha pela sala — depois do seu curso, irá trabalhar com seu irmão na empresa, não quero ouvir nada. Já está na hora de assumir suas responsabilidades.

— Vou trabalhar no que? — pergunta.

— Depende do seu irmão. Ele irá decidir no que trabalhará na empresa.

— Ele vai acabar comigo — resmunga — não posso ficar de castigo?

— Está decidido, Felipe — é cortado pelo nosso pai — logo fará dezoito anos — diz — precisa crescer. Para de agir dessa forma.

— Eu sei, pai.

— Não parece. Sorte que não fui buscá-lo na delegacia.

Resolvi deixá-los à sós. Subi às escadas, passei no quarto de Lucas, que dormia ainda e segui para o meu. Dei uma olhada no celular. Algumas mensagens de Fabíola, outras de Cadu e Valentina, perguntando como estava tudo.

— Por que desse sorriso? — escuto minha mãe — viu passarinho verde?

— Expressão bem velha — digo rindo.

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