Danilo.Raiva.
Nojo.
Essas duas palavras poderiam representar tudo que estava sentindo agora. Não conseguia acreditar que havia passado por tudo isso. Era apenas uma criança, precisando de amor paternal, e recebe o pior do próprio pai.
Aproximo vagamente dela:
— É melhor ir embora — murmura.
— Não vou à lugar nenhum, Valentina. Meu lugar é aqui, com você — seguro delicadamente seus braços.
— Esse homem é perigoso — fala apavorada — ameaçou minha família — chora — não quero envolvê-lo nisso.
— Posso ser mais perigoso que ele, Valentina — digo sério — não fui ameaçado, e nem serei, porque pegaremos esse desgraçado logo.
— Dan.... — não deixo ela terminar.
— Vou proteger você — aliso seu rosto — esse homem não chegará perto novamente, isso te garanto, Valentina. Não adiantar falar, falar e falar. Estarei aqui, mesmo você não querendo. Não vou soltá-la — aproximo mais dela.
— Não quero ser solta — rebate.
Valentina não recusou meu abraço, pelo contrário, ela agarrou-se à mim, e voltou à chorar novamente. Não disse nada, fiquei calado e deixei que se livrasse de toda aquela dor que estava sentindo.
— Preciso conversar com meus pais — fala baixinho — viu eles?
— Conversei rapidamente — responde — todos estão preocupados contigo, assim como eu estou.
— Sempre trazendo transtornos para eles — suspira.
— Não fale isso — peço.
— Desce comigo? — indaga.
— Estou com você — aperto sua mão — não vou soltá-la — afirmo.
Quando chegamos ao topo da escada, alisei sua mão e fomos descendo devagar. Conseguia ouvir algumas vozes conversando da sala, assim que chegamos no último degrau, ouvimos.
— Valentina não aceitará isso.
— Será o melhor.
— Melhor? — alguém pergunta — melhor tirar essa ideia da cabeça. Ela não aceitará.
— Aceitar o quê? — indaga ao chegamos na sala.
— Meu amor — dona Angélica aproxima-se — estávamos muito preocupados contigo — alisa seu rosto — nada acontecerá — abraça Valentina.
— Desculpa — sussurra.
— Não peça desculpas — diz.
Ambos permaneceram um tempo abraçadas.
— O quê não vou aceitar? — indaga novamente.
— Morar na Europa — um dos irmãos responde — estamos dizendo que não aceitará isso.
— Está certo — ela fala — não vou sair do Brasil.
— Valentina, estamos falando sobre sua segurança — seu pai, diz — ficará na Europa enquanto esse maluco não for pego.
— Não vou — cruza os braços.
— Valentina, pelo amor de Deus — bufa — sem birras agora.
— Não estou fazendo nenhuma birra, pai. Pode tirar essa história de viagem da cabeça, eu não vou.
— Por que é tão cabeça dura? — pergunta irritado.
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O DESTINO
RomanceUm bebê. Duas pessoas totalmente diferentes. Dois destino traçados!