Capítulo 22

5.4K 612 25
                                    


Danilo.

Raiva.

Nojo.

Essas duas palavras poderiam representar tudo que estava sentindo agora. Não conseguia acreditar que havia passado por tudo isso. Era apenas uma criança, precisando de amor paternal, e recebe o pior do próprio pai.

Aproximo vagamente dela:

— É melhor ir embora — murmura.

— Não vou à lugar nenhum, Valentina. Meu lugar é aqui, com você — seguro delicadamente seus braços.

— Esse homem é perigoso — fala apavorada — ameaçou minha família — chora — não quero envolvê-lo nisso.

— Posso ser mais perigoso que ele, Valentina — digo sério — não fui ameaçado, e nem serei, porque pegaremos esse desgraçado logo.

— Dan.... — não deixo ela terminar.

— Vou proteger você — aliso seu rosto — esse homem não chegará perto novamente, isso te garanto, Valentina. Não adiantar falar, falar e falar. Estarei aqui, mesmo você não querendo. Não vou soltá-la — aproximo mais dela.

— Não quero ser solta — rebate.

Valentina não recusou meu abraço, pelo contrário, ela agarrou-se à mim, e voltou à chorar novamente. Não disse nada, fiquei calado e deixei que se livrasse de toda aquela dor que estava sentindo.

— Preciso conversar com meus pais — fala baixinho — viu eles?

— Conversei rapidamente — responde — todos estão preocupados contigo, assim como eu estou.

— Sempre trazendo transtornos para eles — suspira.

— Não fale isso — peço.

— Desce comigo? — indaga.

— Estou com você — aperto sua mão — não vou soltá-la — afirmo.



Quando chegamos ao topo da escada, alisei sua mão e fomos descendo devagar. Conseguia ouvir algumas vozes conversando da sala, assim que chegamos no último degrau, ouvimos.

Valentina não aceitará isso.

— Será o melhor.

Melhor? — alguém pergunta — melhor tirar essa ideia da cabeça. Ela não aceitará.

— Aceitar o quê? — indaga ao chegamos na sala.

— Meu amor — dona Angélica aproxima-se — estávamos muito preocupados contigo — alisa seu rosto — nada acontecerá — abraça Valentina.

— Desculpa — sussurra.

— Não peça desculpas — diz.

Ambos permaneceram um tempo abraçadas.

— O quê não vou aceitar? — indaga novamente.

— Morar na Europa — um dos irmãos responde — estamos dizendo que não aceitará isso.

— Está certo — ela fala — não vou sair do Brasil.

— Valentina, estamos falando sobre sua segurança — seu pai, diz — ficará na Europa enquanto esse maluco não for pego.

— Não vou — cruza os braços.

— Valentina, pelo amor de Deus — bufa — sem birras agora.

— Não estou fazendo nenhuma birra, pai. Pode tirar essa história de viagem da cabeça, eu não vou.

— Por que é tão cabeça dura? — pergunta irritado.

O DESTINO Onde histórias criam vida. Descubra agora