Capítulo 3

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Valentina

O coração acelerou quando ouvi pronunciando meu nome. Virei completamente nervosa para ele. Danilo mantinha seus lindos olhos azuis em mim. Queria entender porque ficava mexida quando nos encontrávamos.

— Danilo — digo.

— Valentina — diz novamente — podemos conversar? — pergunta.

— Podemos — respondo — tem uma cafeteria na outra quadra — falo — poderíamos conversar lá. O que acha?

— Sim.

— Certo — Continuo mexendo na bolsa — só preciso achar minhas chaves.

— Não são essas? — indaga, olhando para minha mão.

— São — falo sem graça.

Já havia destrancada quando fui guardar minhas coisas. Consegui sentir perfeitamente sua respiração atrás de. Tentei controlar aqueles tremores que estava sentindo naquele momento. Fechei o carro, respirei fundo e virei novamente para ele.

— Podemos ir?

— Sim — confirmo.

Seguimos em silêncio para cafeteria. Não passou despercebidos alguns olhares na nossa direção.

— É aqui — aponto para fachada cinza.

Sempre que podia estava aqui. O lugar era aconchegante demais. E nem precisava falar das delícias que eram servidas. Fui surpreendida quando abriu a porta e deu passagem para entrar.

Fiquei olhando aquele salão com diversas pessoas. Parecia que não conseguiríamos lugar naquela tarde.

— Valentina — alguém toca meu braço.

— Sheilla — abraço com carinho — está lotado — falo sorridente.

— Final de mês — sorri — lugar para vocês dois? — pergunta sorrindo.

— Sim — respondo — será que conseguimos?

— Temos uma mesa vaga ainda — comenta — venham comigo.

Sheilla nos acompanhou, entregou os cardápios e afastou-se. Disse que qualquer coisa poderíamos chamá-la.

— Sempre vem aqui? — desvio meus olhos do cardápio.

— Sempre — confesso sorrindo — tenho certeza que voltará outras vezes aqui — afirmo, fechando o cardápio.

Faço sinal para Sheilla.

— Vou querer o mesmo de sempre.

— O senhor? — pergunta.

— Torta de chocolate e café preto — entrega seu cardápio.

Ela anota tudo. Saiu rapidamente em direção ao balcão. Acabo voltando minha atenção para Danilo.

— Recebi algumas ligações hoje — diz, calmamente.

— Pensou que aceitaria seu dinheiro? — indago rindo.

— Sinceramente? — pergunta — achei.

— Não preciso do seu dinheiro, Danilo. Trabalho justamente para não depender de ninguém — falo irritada.

— Não precisa ficar irritada.

— Quem disse que estou irritada?

Danilo dá um sorriso torto e não fala mais nada. Alguns instantes Depois, Sheilla volta com nossos pedidos. O cheiro estava maravilhoso como sempre e minha barriga agradeceu. Eu simplesmente amava aquela torta fria.

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