O DESTINO

Capítulo 29

Valentina

À fruta nunca cai longe do pé.

Nunca imaginei que fosse ouvir essas palavras do homem que tanto amo. Do homem que tanto confiei nesses últimos meses. Do homem que me entreguei de corpo e alma.

O parque estava praticamente vazio quando chegamos lá. Solange e Jéssica respeitaram minha vontade, e ficaram alguns metros afastadas. Deixei que às lágrimas caíssem sem importar com que passava por mim. Como ele pode acreditar naquela dissimulada ao invés de mim? Como pode duvidar da minha palavra?

— A senhora ficará bem? — Solange, pergunta — podemos fazer alguma coisa?

— Ficarei muito bem — garanto — já fizeram tanto por mim — sorrio — obrigada.

— Amanhã estaremos aqui, senhora — relembra Jessica — nosso trabalho continua — afirma — descanse, tenha uma boa noite.

— Obrigada — agradeço — boa noite!

Fiquei surpresa quando encontrei com meus pais em casa, ambos levantaram do sofá assim que entrei. Tentei colocar meu melhor sorriso para eles.

— Filha, que surpresa maravilhosa. Cadê Lucas e Danilo? Saudades daquele menino lindo — fala toda sorridente.

— Na casa deles — respondo — tem algum problema em passar à noite aqui? — pergunto.

— Vocês brigaram?

— Ricardo, não seja indelicado.

— Sim, nós brigamos — falo.

— Vá descansar, minha filha — recebo um beijo dela — amanhã será um novo dia. Tudo ficará bem entre vocês.

— Não tenho certeza sobre isso — confesso arrasada.

**

Encontrei um bilhete dos meus pais na porta do quarto.

Bom dia, filha. Tivemos uma emergência no hospital, infelizmente não estaremos em casa quando acordar, para que possamos tomar café juntos. Mas oportunidades não irão faltar, meu amor. Iremos respeitar sua decisão. Sabe que essa casa é sua também. Fiquei bem. Te amamos muito.

Mamãe e papai ❤️

— Bom dia, Valentina — sou recebida por Olga na cozinha — não acreditei quando seus pais falaram que estava aqui. Preparei um belo café da manhã.

— Bom dia, Olga — falo — não estou com fome.

— Precisa comer algo, sim. Pode sentando nessa cadeira. Uma salada de frutas? Ah, vou fazer uma marmita para levar para comer no trabalho. Não quero ninguém passando mal.

— Você não existe — rio.

— Suas seguranças já estão aqui — informa — chegaram bem cedo. Elas não quiseram entrar.

— Não vou demorar muito mesmo — ligo meu celular.

— Vou avisá-las que acordo — deixa à cozinha.

— Obrigada, Olginha.

Solange e Jéssica não mencionaram em nenhum momento o nome de Danilo. Só perguntaram se estava bem, respondi que sim, mesmo meu coração gritando que não.

Ana percebeu imediatamente que alguma coisa estava errada, mesmo assim, não perguntou absolutamente nada.

O mesmo não posso dizer sobre Renato. Ele indagou várias vezes aquele meu desanimou, precisei inventar uma desculpa e ficar livre dele.