Capítulo 19

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Valentina.


Meu celular começou à tocar, abri meus olhos e encerrei à ligação. Em pleno domingo essas pessoas ficavam ligando, ainda mais naquele horário. Passava um pouco das nove horas da manhã. Imediatamente lembrei que não estava no apartamento, e sim, na casa de Danilo. Na cama dele.

Ouvi duas batidas na porta.

— Entra — falo.

— Bom dia — entra, segurando uma bandeja – escutei seu celular tocando.
— Não era ninguém — digo.

— Certeza?

— Absoluta — garanto — café na cama? — pergunto.

— Não acostuma — sorri — alguma dor?

— Nenhuma — afirmo — qualquer coisa passo no hospital.

— Esqueço completamente que seus pais são médicos — senta na cama.

— Às vezes também esqueço — confesso — estou morrendo de fome.

— Caprichei no café — diz orgulhoso.

— Vou no banheiro — levanto da cama.

Encontrei com Danilo encostado na cabeceira da cama, ele parecia entretido em algo que lia no celular e sorriu assim que sentei ao lado.

— Lucas? — pergunto.

— Com meus pais — bebe seu café — vou buscá-lo mais tarde. Gostaria de ir comigo?

— Ah... — gaguejo — é, pode ser.

— Vamos depois do café, certo?

— Sim — respondo.

Era meio da tarde quando o carro parou diante à casa dos pais de Danilo. Meu coração havia acelerado assim que paramos. Senti delicadamente à mão dele sobre a minha.

— Tudo bem? — pergunta.

— Estou um pouco nervosa — confesso.

— Fiquei tranquila — beija minha mão — não vamos demorar muito.

Uma mulher muito bonita apareceu na porta, ela levou às mãos na boca e venho em nossa direção. Fiquei sem entender sua atitude, mas quando aproximou-se mais, eu percebi uma semelhança com Danilo.

— Oi, mãe — ele diz.

— Oi, filho. Tudo bem? — pergunta, mas seu olhar continua em mim.

— Estou ótimo — responde — mãe, essa é Valentina. Essa é minha mãe, Julieta.

— Não acredito que estou conhecendo você — suspira — por que demorou tanto para trazê-la aqui? — indaga.

Fui abraçada com força.

— Muitíssimo obrigada, Valentina. Não tenho palavras para agradecer o que fez. Obrigada, obrigada e muito obrigada.

— Qualquer pessoa faria isso.

— Negativo — fala — às pessoas pensam somente em si.

— Lucas? — indaga Danilo.

— Com Rafael. Vamos entrar.

De longe pude ouvir às risadas de Lucas. Ele estava sentado no chão, brincando com o irmão de Danilo. O menino percebeu uma movimentação e começou a engatinhar na nossa direção.

— É aí, campeão! — Danilo pega no colo — cansou bastante seu tio?

— O garoto não para — diz — Rafael — estende sua mão.

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