Capítulo 24

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Valentina.

Uma semana depois.

Risquei outro número do meu calendário. Hoje completava uma semana que estava morando com Danilo. Os primeiros dias não foram fáceis, mas agora, às coisas estavam melhorando um pouco.
Mesmo assim sentia muita falta da minha privacidade, do meu cantinho... Suspirei mais uma vez, e desviei meu olhar daquele calendário. Não tinha certeza quando aquilo acabaria, e se acabaria algum dia.

— A senhorita deseja passar em algum lugar? — Solange pergunta quando liga o carro.

— Vamos direto para casa — respondo.

— Certo — fala — estamos seguindo para casa — avisa pelo rádio — pegaremos um pouco de tranqueira, mas logo estaremos aí.

— Ok! — Osvaldo responde — fiquem espertas.

Solange e Jessica, eram responsáveis pela minha segurança enquanto trabalhava na imobiliária. Ambas haviam virado minha sombra. Não poderia dar um passo sem elas, ou Danilo ficaria maluco.

— Jéssica? — Solange chama ela — prestou atenção naquele carro preto fosco? — pergunta.

Imediatamente largo à caneta que segurava.

— Estou observando desde que saímos da imobiliária — fala.

— Estão nos seguindo? — pergunto aflita.

— Mantenha à calma, senhorita Valentina — Solange diz — ninguém chegará perto desse carro. Tenha certeza disso — respira fundo — vou pegar outro caminho, tentar desviá-lo de alguma forma.

À postura de ambas mudou completamente diante daquela situação. Virei minha cabeça, e levei alguns minutos para encontrar o tal carro, ele estava numa distância pequena de nós. Meu coração acelerou imaginando que algo pudesse acontecer conosco.

Solange acelerou assim que o sinal abriu. Ela pegou um caminho totalmente diferente do que estávamos acostumadas à fazer. Precisei cravar minhas unhas no banco de tanto que corria naquela rua.

— Estamos sendo seguidas mesmo — afirma — filho da puta — fala baixo — vou entrar na próxima esquina — avisa.

Gritei quando ouvi o primeiro disparo na nossa direção.

— Deita no chão — Jéssica fala.

Retiro meu cinto imediatamente, e deito no carpete do carro. Fechei meus olhos e só ouvia os disparos que eram dados. Foram alguns minutos dessa forma.

— Consegui acertar o pneu — Jessica informa — corre, Sol. Continue deitada — pede.

Não teria coragem alguma em levantar naquele momento. Nenhuma.

Fiquei alguns minutos dentro do carro assim que chegamos na casa. Minhas mãos continuavam trêmulas. Solange e Jéssica, entenderam e não perguntaram nada, simplesmente deixaram o carro em silêncio.

Osvaldo apareceu imediatamente quando deixei o carro.

— Boa noite, senhorita.

— Será que posso chamá-la assim? — pergunto — Danilo chegou?

— Não — responde.


— Lucas, olha quem chegou? — Lúcia fala.

O menino larga imediatamente seu brinquedo, e vem na minha direção rapidamente.

— Meu amor — pego no colo — tudo bem?

— Com ele, sim. Porém com você... — ouço Lúcia.

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