Capítulo 6

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Danilo

Meu plano inicial era, chegar em casa, tomar um belo banho, comer alguma coisa e beber um bom vinho naquela noite de sexta-feira. Porém meus planos foram por água abaixo. Havia esquecido completamente do aniversário de Cadu. Raíssa, sua esposa, enviou uma mensagem algumas horas. Não poderia deixar de comemorar com meu amigo. Mesmo morto de cansaço.

Terminava de vestir minha calça quando alguém bateu na porta. Imaginei que fosse Lúcia.

— Entra — digo.

A toalha que estava no ombro foi parar sobre minha cama. Peguei minha camisa preta e vesti ela.

— Doutor Danilo? — olho na direção da porta.

— Algum problema, Clara — pergunto, ajeitando a camisa no corpo.

— O senhor não desceu para jantar — diz — tomei a liberdade de preparar um sanduíche — estende o prato — do jeito que gosta.

— Obrigado — pego o prato — Lucas?

— Passamos um dia maravilhoso — sorri — como sempre — suspira — brincou, alimentou-se bem e dormiu enquanto lhe dava banho.

— Certo — dou outra mordida no sanduíche — muito bom — elogio.

— Obrigada, doutor.

Meu celular tocou no exato momento que pegava às chaves. Olhei rapidamente o visor e resolvi não atender. Não estava afim de conversar com Fabíola naquele momento. Havia informado que ficaria na minha casa nessa noite.

— Não atenderá, doutor?

— Não é importante — coloco no silencioso — Lúcia passará à noite aqui — aviso — estarei com meu celular, Clara. Ligue em caso de emergência.

— Sim.

Antes de guardar o celular no bolso, enviei uma mensagem para Cadu, avisando que estava saindo de casa naquele momento.

Entrei em silêncio no quarto de Lucas. Caminhei até seu berço e fiquei observando enquanto dormia. Era inevitável não olhá-lo, e não lembrar da sua mãe. Ambos tinham os mesmos olhos escuros, o nariz e a boca. Tinha certeza que seria uma cópia fiel de Raquel quando crescesse.

— Ele dorme muito bem à noite inteira — Clara fala.

— Que bom — digo — ligue caso aconteça alguma coisa.

— Não acontecerá nada — informa sorrindo — boa festa.

— Obrigado.

Estava entrando dentro do carro, ouvi meu celular tocando novamente, peguei do bolso e encerrei à ligação. Não acreditava que Fabíola fosse ficar à noite inteira dessa maneira.


Passava das onze horas quando cheguei na boate. O lugar estava completamente cheio naquela noite. Demorei um pouco para conseguir uma vaga para meu carro.

Raíssa, havia informado que meu nome estava na lista de convidados, portanto, não ficaria nem um minuto naquela longa fila que estava para entrar. Informei meu nome ao segurança, uma mulher muito bonita aproximou-se e colocou uma pulseira no meu pulso.

— Que horas estará liberada? — pergunto diretamente.

Ela sorri.

— Saio às seis horas — responde.

— Quem sabe não poderemos esticar um pouco depois.

— Estarei esperando — pisca.

Tocava David Guetta quando entrei na boate. Havia uma placa enorme informado que às escadas levavam para os camarotes. Mostrei minha pulseira ao segurança, informei novamente meu nome e consegui subir. Algumas mulheres dançavam no ritmo da música. Não deixei de observar o quanto eram gostosas.

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