Capítulo 2

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Danilo.

Fiquei com meus braços cruzados enquanto observava aquela mulher entrar no elevador. No instante que às portas estavam sendo fechadas, ouvi passos vindo na minha direção e desviei meu olhar.
—  Doutor Danilo, precisa de alguma coisa? — pergunta nervosa.

— Depois conversamos, Lívia.

— Tudo bem — diz — tem certeza que não precisa de nada?

— Apenas faça seu trabalho — respondo sério — não quero ser interrompido por ninguém — deixo claro.

— Não será, doutor — garante.

Lívia tinha seus olhos arregalados quando voltou para mesa. Não passou despercebido que suas mãos tremiam um pouco. Decidi provoca-lá um pouco.

— Seu contrato acaba na próxima semana — aviso.

Segui pelos corredores que levavam para minha sala. Empurrei a porta e entrei. Carlos Eduardo, meu advogado e melhor amigo, virou-se para trás e indagou:

— Aconteceu algo?

— Valentina Soares — respondo.

— Cadê ela? — pergunta interressado.

— Foi embora — sento na cadeira — veio devolver o dinheiro — rio.

— Sabia que não aceitaria — sorri.

— Engano seu — clico no teclado do notebook — levou novamente o cheque com ela. Às pessoas sempre querem dinheiro, Cadu. Estava fazendo charme na sua frente. Ninguém recusa uma quantia daquela.

— Dinheiro não resolve tudo — fala sério — enfim... agradeceu ela?

— Agradecer pelo quê?

— Caralho! — exclama irritado.

— Ela pediu para conhecer Lucas — revelo.

— Seus olhos brilharam quando mostrei uma foto dele — comenta — deveria pensar nisso.

— Vou pensar — murmuro.

— Não faça isso — pede.

— Podemos mudar de assunto? — pergunto — ainda precisamos resolver algumas coisas nesse contrato.

— Fugir não adiantará em nada, meu irmão. Você sabe disso — finaliza sério.

Cadu colocou seus óculos de grau, pegou novamente o contrato que estava na mesa e começou à lê.

Eram quase nove horas da noite quando estacionei o carro na garagem. Fui tirando minha gravata antes mesmo de entrar em casa. O silêncio reinava quando coloquei meus pés na sala. Parecia que não havia ninguém ali.

— Boa noite, Danilo — avisto, Lúcia — chegou tarde hoje. Aconteceu alguma coisa?

— Boa noite, Lúcia — beijo sua testa — trabalho. Muito trabalho.

— Isso é ótimo! — afirma sorrindo — desejo tomar banho ou posso servir o jantar?

— Preciso comer alguma coisa — falo — Lucas? —pergunto.

— No quarto — responde sorrindo — Clara está fazendo ele dormir — diz — lave suas mãos — pede.

O cheiro estava maravilhoso quando sentei na mesa. Lúcia arrumou tudo rapidamente enquanto lavava minhas mãos.

— Alguém apareceu aqui? — pergunto.

— Ninguém apareceu — fala — mesmo que aparecesse não deixaria entrar aqui. Minha colher de pau sempre anda comigo.

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