14. Só mais um pouco

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Agora a história volta a ser contada pela Heloísa.

14 de agosto, 15;33

— Uau, muito obrigada por me salvar. — Agradeci ainda perplexa com o que eu tinha passado.

— Que nada, você tem que agradecer ao Dr. Pedro, ele que te salvou — ele respondeu meio sem animação

— Mas se não fosse por você, eu não teria chegado até ele. — Coloquei a mão no seu ombro, mas ele continuou com a cabeça baixa

— É... — Foi apenas o que obtive de resposta

— Téo, o que houve? — Eu realmente não estava entendendo a mudança de humor repentina.

— Você já sabe o que aconteceu na noite passada, então nada mais te prende aqui — ele levantou e caminhou até a porta

— Você está me expulsando? — Eu levantei atrás

— Não, é apenas a verdade, você só queria saber o que houve na noite passada, se sabe, não tem motivo para ficar.

Ele realmente estava triste com a possibilidade de eu ter que ir embora, mas eu precisava voltar para casa, meu pai estava preocupado, foi quando voltei até a cama e mandei uma mensagem:

"Volto até à noite, explico tudo quando chegar, estou bem, pode me matar quando eu aparecer, até lá fique tranquilo."

— Provavelmente esse será o nosso último dia juntos, pois eu não vejo maneiras de sobreviver quando eu voltar para casa, então eu passarei o resto dele contigo. E agora eu tenho certeza que irei me lembrar de cada detalhe — eu me aproximei dele novamente e o seu semblante mudou em menos de um segundo.

— Então vamos aproveitar — ele deu aquele sorriso de canto e logo após me puxou para um beijo.

Eu já tinha ficado com alguns caras na vida, porém, beijar o Téo era totalmente diferente, ele era carinhoso, mas com pegada, e a minha mão passava pelas suas costas, com uma vaga lembrança do que eu tinha visto mais cedo. Não demorou muito para que ele tirasse a camisa e jogasse em qualquer canto do quarto, não sei como, mas encontramos o caminho até a cama de uma maneira tão rápida, e então ele tirou a minha blusa, estávamos tão 'entretidos' que eu quase caí da cama quando alguém abriu a porta:

— Oh, mil desculpas, eu bati na porta, como ninguém respondeu eu pensei que você ainda estivesse dormindo — ela se virou para ir embora tão rapidamente quanto chegou

— Renata! Não precisa ir assim — o Téo tentou se recompor, mas ele não achava a sua camisa nem a minha blusa. — Heloísa, esta é a Renata ela me ajudou bastante ontem — ele completou.

— Muito obrigada, eu não sei o que seria de mim sem vocês — me levantei para abraçá-la, mesmo com a falta de roupa

— Disponha, é bom ver que você está bem — ela me olhou de cima a baixo, e eu fiquei vermelha de vergonha

— Todos estamos — o Téo se intrometeu e passou por nós para abrir a porta

— É, então eu já vou — ela entendeu o recado — Se cuidem — disse assim que passou pelo Téo

— Nossa, que vergonha! — Eu falei o rosto com as mãos assim que ele fechou a porta

— Que nada, ela já te viu de um jeito bem pior — ele me abraçou e eu fiquei imaginando como ele queria que aquilo que ele disse me fizesse melhor

— Ah, que ótimo! — Ironizei e desvencilhei do seu abraço — Cadê a minha blusa

— Ah não! Vamos continuar de onde paramos — ele chegou mais perto e começou a beijar o meu pescoço

— Não posso — me afastei dele novamente

— Ninguém vai nos atrapalhar dessa vez — ele me puxou para perto outra vez

— Não posso, eu nunca... eu sou...

— Ahh — ele me interrompeu como se tivesse tentando entender — e o maluco de óculos? — Completou

— Ele estava esperando até chegar o 'dia especial', acho que na verdade ele não sentia essa atração por mim, sempre que algo esquentava ele dava uma desculpa — revirei os olhos enquanto lembrava

— Ele não sabe o que perdeu, agora eu tenho certeza. Mas não se preocupe, se você não quer eu paro, mas isso não quer dizer que o nosso dia acabou— o Téo começou a acariciar o meu pescoço

— E o que teríamos para fazer em um quarto de hotel?

— Já lhe disseram que o Hotel Atlântis é um dos melhores da região? — ele deu um sorriso torto e foi procurar algo na gaveta do criado-mudo, então seu sorriso aumentou quando ele achou uma chave

— O que seria isso? — examinei a chave que estava em sua mão

— Cadê a nossa roupa? Precisamos ir a um lugar! — Foi só isso que ele respondeu.

Eu não lembro o que fiz na noite passadaOnde histórias criam vida. Descubra agora