34. Casais

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19 de agosto, 19:57

— Téo, resolveu aparecer! — o Ricardo estava arrumando a mesa.

— Ainda não sou o namorado, mas não podia recusar esse jantar! — ele disse apertando a mão do Ricardo.

Depois que eu mandei uma mensagem resumindo um pouco as coisas que tinham acontecido a Samira teve a inusitada ideia de fazer um jantar de casais. Ela disse que estava muito animada que nós duas estávamos saindo com alguém e que sempre quis ter um encontro duplo, eu só nunca imaginei que estaria num encontro duplo com o meu pai. Então nós passamos no hotel em que o Téo estava hospedado, pois ele queria se arrumar para dar uma boa impressão, pois segundo ele mesmo, como eu ainda não o aceitei, o meu pai deveria ser mais fácil de conquistar.

— Bom, vou tomar um banho rapidinho e já volto. — fui em direção ao meu quarto.

— Não tão rápido mocinha, me conta direito isso aí. Como assim o Hotel vai ter o seu nome? — a Samira me acompanhava sussurrando.

— Louco, né? Quando ele me mostrou o cartaz, eu pensei que era alguma brincadeira, mas lá estava. Não é necessariamente o meu nome, mas a variação dele. Mesmo assim é algo tão lindo! — eu procurava uma roupa sem sucesso.

— Enquanto isso você está aí deixando o cara na geladeira. Quero ver se vai esperar ele nomear um país em sua homenagem para que você se toque... — agora a Samira também estava procurando uma roupa comigo.

— Não, nomear um país seria exageradamente assustador.

Foi quando nossas mãos pegaram um macaquinho azul que estava escondido atrás de outras roupas, não precisei falar mais nada, corri para o banheiro, já curiosa para saber o que o Téo e o Ricardo estariam conversando.

— Voltamos! — anunciei já sentido o cheiro da comida pronta.

— Uau! Você está, ou melhor, você é linda! — o Téo levantou-se da mesa e ficou me encarando.

— Quando eu digo que vocês são um belo casal — o Ricardo sorriu enquanto colocava a travessa de macarrão na mesa.

— Também acho isso quase-sogro, mas não depende só de mim, sabe. — o Téo voltou-se para a mesa.

Sentamos todos na mesa e a conversa fluiu naturalmente, o Ricardo perguntou sobre o novo hotel para o Téo e ele explicou tudo calmamente, até sobre o nome. A Samira perguntou se ela teria algum desconto no hotel que levava o nome da melhor amiga, e o Téo garantiu que ela poderia se hospedar de graça, eu disse que não teria necessidade já que o Hotel é na mesma cidade que ela mora.

— Téo, estava olhando os jogos do Flamengo, acho que nós poderíamos ir em algum da libertadores, o que você acha? — o Ricardo mudou radicalmente de assunto.

— Acho ótimo, meu pai é sócio do time, poderia nos arranjar ótimos lugares, se o Mengão passar para as quartas, é tudo por minha conta!

Os dois continuavam a discutir assiduamente sobre as possibilidades do Flamengo ganhar o campeonato, das estratégias do time, e das novas contratações que poderiam ser feitas. O Ricardo estava mais animado, com a presença do que eu, que estava apenas observando, juntamente com a Samira, toda a conversa futebolística.

— Bom, vocês fizeram a comida, eu cuido dos pratos. — anunciei já tirando a mesa.

— Que orgulho, de ter uma filha tão prestativa!

— Eu ajudo! — o Téo rapidamente se levantou e me acompanhou até a pia.

— Você não precisa me ajudar, você é visita! — disse-lhe quando ele me entregou os pratos restantes.

— Não tem nada disso, e eu também prefiro ficar aqui contigo do que de vela do casal. — ele respondeu olhando para a mesa.

— Mesmo que seja lavando os pratos?

— Com você, qualquer tarefa se torna divertida, até mesmo lavar os pratos.

Enquanto eu lavava o Téo me ajudava para secar, quando terminamos de arrumar tudo, o Ricardo apareceu anunciando que iria levar a Samira em casa, que veio se despedir de nós.

— Seu pai é um cara bacana! — o Téo disse após sentar no sofá.

— Ele tem ficado bem mais alegre depois desse rolo com a Sam. — sentei ao seu lado.

— E você já está aceitando tudo isso facilmente?

— Eu não tenho muito o que aceitar, a Samira sabe muito bem se cuidar e eu não posso julgar o meu próprio pai, apenas estou seguindo tudo, torcendo para que no final dê certo, só quero que eles sejam felizes! — descansei minha cabeça em seu ombro.

— Isso é a melhor coisa a se fazer, deixar as coisas rolarem. — ele começou a acariciar o meu braço.

Ficamos assim por muito tempo, tanto que acabei cochilando, acordei quando o Téo tentou me ajeitar no sofá, para que ele pudesse levantar.

— Ei, aonde você vai? — perguntei com os olhos entreabertos.

— Já está ficando tarde, não era pra você ter acordado. — Ele beijou a minha testa.

— Dorme aqui, não precisa ir embora. — puxei a sua mão.

— Hoje não, talvez um dia...

Ele chegou mais perto e me beijou, eu então levantei e o levei até a porta, só tive tempo de chegar no quarto e me jogar na cama, para cair no sono novamente.

Eu não lembro o que fiz na noite passadaOnde histórias criam vida. Descubra agora