15 de agosto, 20:16
Depois de duas horas rodando pela cidade sem sucesso, voltei para casa com um rombo no cartão de crédito que já estava pensando em como iria pagar.
Quando o carro parou em frente à minha casa vi que tinha alguém sentado na porta. Ele mal esperou o carro parar e foi abrindo a carteira, o motorista nem reclamou e assim que eu desci do carro eu não sabia se ficava feliz ou triste.
— Há quanto tempo você está aqui? Eu tava te procurando!
— A Renata me ligou dizendo que você entrou em contato com ela e estava me procurando. Então eu vim ver o que você estava querendo, já que você não teve a ideia de pegar meu número com ela. — O Téo disse o final da frase com um pouco de sarcasmo.
— Droga, iria evitar muito trabalho! — Bati na testa quando percebi a minha burrice.
— Eu chamei, ninguém apareceu, então eu fiquei aqui, não queria chamar de novo e dar de cara com o seu pai. — Ele passou a mão pelo rosto como se tivesse lembrando do soco.
— Vamos entrar para que possamos conversar melhor — disse-lhe enquanto abria a porta.
Logo vi que a casa estava muito quieta, a sala estava uma bagunça, aparentemente pediram pizza, tinha umas taças e umas latas de cerveja jogadas no chão, encima da mesa de centro tinha uns copos e uma garrafa de vinho pela metade.
— Uau, a festa foi boa! — O Téo falou assim viu a situação do cômodo.
— Bom, vamos para o meu quarto — apenas olhei mais uma vez para a bagunça e segui.
O quarto do Ricardo estava fechado, fiz sinal de silêncio para o Téo e depois que entramos no quarto fechei a porta também, e o indiquei a cama.
— Então, eu saí pela cidade lhe procurando. Pois eu passei o dia pensando em você e quando liguei para o hotel para falar contigo eu descobri que você na verdade ainda estava aqui em Itaguaí, pensei que depois da nossa última conversa você teria ido embora. — Me sentei ao lado dele e fui falando sem nem parar para respirar.
— Helô, eu aprecio sua preocupação, mas eu sou dono de um hotel, se tem uma coisa que eu prezo é uma boa estadia. Eu não voltei para Nova Iguaçu, pois queria me resolver contigo e pegar estrada todo dia é cansativo. — Ele segurou a minha mão enquanto falava.
— Aff, como eu sou burra! Claro que você iria ficar bem, mas é que eu não... — parei assim que percebi que ele estava rindo — O que foi? — Perguntei impaciente.
— É muito bom ver o quanto você se preocupa comigo — agora ele passava a mão pelo meu rosto.
— E quem disse que eu me preocupo com você? — Tirei a mão dele bruscamente.
— Ninguém, até porque, eu só acho que se você não se importasse não sairia pela cidade me procurando. — Ele fez uma cara de convencido que eu não sabia se achava lindou ou sentia raiva.
— Tá, eu fiquei preocupada. Mas sei lá, às vezes acho que tudo aquilo que aconteceu no hotel foi um sonho, e agora é como se uma mera...
— Realidade — ele me completou
— Sabe, Heloísa, tudo foi muito rápido entre a gente, agora se você quiser nós podemos ir com mais calma — vendo que eu fiquei em silêncio ele continuou — eu quero conhecer muito mais de você e também quero que você conheça mais de mim, acho que podemos ser além de tudo, bons amigos.
Eu não sabia se aquilo era uma proposta para algo mais ou se ele estava me dispensando, então na dúvida eu apenas acenei com cabeça. Passamos um bom tempo apenas nos olhando, quando eu tive um estalo:
— Mas antes, preciso que você me diga, quanto tempo você irá ficar por aqui?
Ele pensou por duas vezes, surpreso com a pergunta
— Então, quanto a isso eu acho que você não precisa se preocupar, como eu disse, fiquei hospedado em uma pousada por esses dias. E isso me fez perceber que talvez um investimento aqui cairia bem, demorou um tempo para convencer o meu pai, mas Itaguaí vai receber uma nova versão do Hotel Atlantis.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Eu não lembro o que fiz na noite passada
RomansaHeloísa acabou de completar dezoito anos e levar um pé na bunda, ao invés de ficar em casa sofrendo ela resolveu ir comemorar com a melhor amiga, ela só não contava com uma coisa: Que no dia seguinte não se lembraria de nada. Só lhe resta procurar a...