17. O que tá acontecendo?

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14 de agosto, 19:54

Escutei o barulho de um soco e resolvi intervir, se eu conhecia bem o Ricardo ele não ia deixar o Téo sair vivo de lá. Quando cheguei na porta o Téo estava caído no chão e o meu pai alisava o punho como se o soco tivesse doído mais nele do que no Téo.

— Helô, deixa eu explicar tudo para você – e mesmo com um olho roxo ele ainda continuava lindo

— Minha filha não vai perder mais tempo com você — o Ricardo se preparada para um novo soco, quando eu segurei a sua mão

— Como você encontrou a minha casa?

— Encontrei sua amiga no meio do caminho, ela não queria me dizer, mas eu falei que se ela não contasse eu bateria nas portas de todas as casas da cidade até te encontrar. – Foi quando os seus olhos encontraram os meus

— Além de tudo é psicopata! Some da minha casa! – Meu pai gritava de uma forma que os vizinhos começaram a sair para ver o que estava acontecendo.

— Eu só saio se ela pedir – o Téo respondeu gritando também e me encarou novamente

— Téo, por favor... – implorei baixinho – Sabemos que não tem mais nada a ser dito – completei encarando o chão

— Eu voltarei aqui todos os dias até que você me escute — ele tentou dar um passo em minha direção

— E eu estarei aqui todas as vezes — mas meu pai interviu

Logo quando ele foi em direção ao carro, voltei para o meu quarto. Era tão difícil acreditar nele, mas também não seria possível que ele se esforçaria tanto se não tivesse algo de errado. Perdi a fome e antes que eu percebesse acabei pegando no sono.

15 de agosto, 09:45

— Helô, minha filha, você não comeu desde que chegou.

Acordei com meu pai sentado na cama com uma bandeja no colo, a qual tinha uma maçã, uma xícara de café e um sanduíche de atum, que era o meu preferido.

— Eu acabei ficando sem fome, e o sono falou mais alto – sentei na cama também e apenas peguei a xícara de café.

— Vim lhe trazer o café antes de sair, mas pode ficar tranquila que volto para almoçarmos juntos. Após terminar de comer, você pode voltar a dormir mais um pouco – ele beijou minha testa e levantou.

Foi quando percebi que ele estava com uma calça tactel, uma regata preta e tênis, ele só usava essa roupa quando ia fazer algum exercício, mas o perfume exagerado era algo novo.

— Vai andar de bicicleta agora? – Franzi a testa enquanto finalmente comia o sanduíche

— Era para termos saído mais cedo, mas sua amiga é um pouco atrasada.

Assim que ele terminou de falar eu engasguei, antes que pudesse perguntar alguma coisa a Samira apareceu no meu quarto com uma calça legging preta e uma blusa regata rosa que ela costumava usar para ir à academia.

— Desde quando você anda de bicicleta? – Foi a única coisa que consegui dizer quando o pedaço de sanduíche finalmente desceu.

— Não tenho muita prática, foi por isso que pedi ao Rick para que eu o acompanhasse da próxima vez que ele fosse – Ela respondeu com as sobrancelhas arqueadas.

— Podíamos marcar de sair nós três, mas a Helô não é muito fã de exercícios. — O Ricardo riu como se estivesse lembrando de algo.

— E nem a Samira, ela malmente vai à academia – larguei a comida na bandeja, estava começando a ficar com ânsia de vômito ao imaginar que tinha algo rolando entre os dois.

— Não foi o que ela me disse ontem, e você tem que ver a bicicleta dela, totalmente conservada, parece que foi comprada ontem. – O Ricardo estava muito empolgado

— Sério? Uma bicicleta? – Encarei a Samira que desviou o olhar

— É melhor adiantarmos antes que fique tarde, e a Helô também precisa descansar, né amiga? – Ela veio me dar um abraço

— Se você tentar algo com ele, eu te esgano – sussurrei em seu ouvido

Meu pai que já estava saindo do meu quarto voltou e me deu um beijo na testa de despedida, eu não sabia o que a Samira estava planejando, mas eu iria estragar.

Antes que eu começasse a ter péssimas imaginações sobre os dois, resolvi voltar a dormir, só acordei quando ouvi a alguém bater na porta.

Eu não lembro o que fiz na noite passadaOnde histórias criam vida. Descubra agora