Eu Luna

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Epílogo



Eu já tinha, tudo planejado, viver minha vida de forma calma tentando ao máximo não torna-la tediosa, seguindo com meus planos e sonhos. Até que, um belo imprevisto a virou de pernas para o ar.

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Acordo assustada pensando ter perdido o horário, mas ainda é o último dia de férias, que na minha opinião passaram voando. Eu não sei por que perdi o sono, se eu não tenho nenhuma expectativa de que algo vá ser diferente no meu ano letivo. Tudo bem que eu iniciarei o 1° ano do ensino médio, mas na minha escola não pode se esperar muito dos últimos anos, os alunos que entram no jardim e permanecem até a conclusão do fundamental, então se você fizer amigos no jardim de infância provavelmente serão seus amigos até o 9°ano. E é extremamente raro, para não se dizer quase impossível, entrar algum aluno transferido nos últimos anos letivos. O que por si só não traz nada de novo. Os professores são os mesmos, as atividades escolares são as mesmas das gerações passadas e as pessoas em geral são as mesmas. Não me leve a mal! Não é que eu não goste dos meus amigos. Pelo contrário eu os adoro! Eu a Lucia e o Enrique somos amigos desde sempre. E eu também me dou bem com meus colegas de classes, e adoro a maioria dos professores. Mas tudo é tão comum pra mim, eu diria até cômodo, e eu como uma boa leitora de romance e ficção espero que a vida possa ser mais do que cômoda! Apesar de gostar de ter o controle de tudo. Acho que é nítido que sou uma pessoa muito confusa, e bastante ansiosa. Oque provavelmente foi a razão pelo qual eu acordei pensando ter perdido o horário de um dia que ainda nem chegou!

Após um tempo sofrendo de ansiedade pelos dias que ainda nem chegaram, decido espantar o pensamento e me levantar. Quero tomar um banho para começar a viver meu último dia de férias. Do meu quarto ouço minha mãe preparando o café da manhã para meu irmão. Somos só nos três já há algum tempo. Meus pais se separaram quando eu tinha 9 anos, logo após o nascimento do meu irmão caçula. Ao contrário de muitos filhos de pais separados, eu não sofri com a separação deles, nem desejei que voltassem. No meu ponto de vista foi a melhor decisão que tomaram. Pelo pouco que me lembro eles brigavam muito e os dois estavam bastante infelizes. E como sempre tivemos a presença do nosso pai por perto não pude sentir o baque da separação, por que ao contrário de quando estavam casados os dois tem uma ótima convivência na separação, cada um seguiu com sua própria vida, mas em relação a criação dos filhos os dois concordam quase que 100%. O que é até um pouco irritante, por que apesar de eles não serem mais marido e mulher, eu quase nunca pude aproveitar os privilégios de quem tem pais separados, "o famoso pedir para outro caso um negue e dizer que um deles haviam deixado" está fora de cogitação, pois sempre ligam um para outro para saber a opinião a respeito dos meus pedido. Meu irmão, agora com 6 anos, discorda totalmente de mim, pois o sonho dele é que todos nós moremos juntos. Eu sempre digo que quando ele ficar mais velho intenderá.

Eu não sei se pelo fato de o casamento dos meus pais não ter dado certo. Eu não consigo me imaginar casada um dia. Eu sonho em viver um grande amor como nos meus livros favoritos, claro! Mas, se tem uma coisa que eu aprendi com o casamento deles é que sempre se tem uma outra história depois do "final feliz" e é exatamente essa que descreve a vida real.

Termino meu banho e fico me olhando no espelho, criando coragem para arrumar meu cabelo, que eu não sei como cresceu tanto de um ano para cá. Eu amo meus cachos, mas agora com o comprimento deles quase na cintura está um pouco complicado de penteá-los, eu sempre gostei da cor natural do meu cabelo, um castanho médio, nem escuro a ponto de ser chamado de marrom, mas também não tão claros para serem chamados de "castanho Mel", a não ser quando o sol reflete neles e ficam mais claros , lembrando os cabelos de surfistas. Mas, a verdade é que nem conheço o mar, o que é uma pena!

Uma possível história de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora