Indícios

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Peter

Não reconhecia o lugar a minha volta, mas me lembro da sensação, a ansiedade para chegar em casa, nossa casa! Quando finalmente cheguei no prédio subi a escadaria até o segundo andar, praticamente correndo. Paro em frente a uma porta com número metálico em dourado, apartamento 22. Giro a chave e a chamo animado e ansioso. "Princesa?!" Mas, quando a porta se escancara, o local está escuro, sem nenhuma mobília, e completamente sozinho. E o sentimento de solidão começa a se espelhar no meu humor!

Acordo de repente com o coração acelerado e me dou conta que o sentimento indesejado me seguiu para realidade. Olho para o relógio na mesa ao lado da minha cama são 5:00 da manhã. Mas, prendo minha atenção na foto atrás do relógio. Luna e eu estamos sentados num banco com uma paisagem verde, da praça próxima a casa dela, ao fundo. Tivemos que perdi a um senhor que não entendia de tecnologia para tirá-la para nós, mas valeu a pena. Porque a Luna estava absurdamente linda naquele dia, ela carrega um sorriso que a tempos não via em seus lábios. Com todo esses estres a nossa volta é como se não conseguimos ser apenas nós, como costumávamos ser, e admito que isso me preocupa um pouco.

Decido me levantar logo e preparar minha vitamina, agora só falta uma semana para o campeonato e preciso manter a forma. Tenho tido treinos constantes, que não tem sido tão divertido como poderia, porque a Lu com toda sua agenda não tem conseguido vir assistir. Mas, a July tem me feito companhia, como diz ela. "Não tem mais nada para fazer." Até que ela é bem engraçada torcendo por mim, age quase como uma líder de torcida.

Depois que tive uma conversa séria com ela, prometeu deixar a Luna em paz, e até agora tem cumprido. E pelo fato de a Luna estar mais disposta a passar os fins de semana aqui suponho que está funcionando. Ela inda fica perguntando se a July não tem casa, já que ela praticamente está morando aqui, mas eu a expliquei que, para ela é difícil ficar sozinha, já que a mãe dela ficou em SP com o irmão e o pai dela vive viajando a negócios. Ela não pareceu gostar muito, mas, se conteve com minha resposta. Sinto que estou sempre tendo que amenizar as coisas entre as duas, chega a ser desgastante. Mas o que eu posso fazer? As duas são importantes para mim, eu amo a Lu, e a July é minha melhor amiga. Até minha mãe começou a notar que há uma tensão entre elas.

Depois de tomar minha vitamina, faço uns exercícios de aquecimento e tomo uma ducha. Quando estou saindo do banheiro dou de cara com a July sentada na minha cama, ainda de pijama, e tenho que segurar a toalha envolta na minha cintura, que quase cai com o susto.

_ Que droga, July! Oque está fazendo aqui? – pergunto apertando a toalha com mais força.

_ Eu....eu... – ela fica me encarando meio sem graça.

_ Então? – pergunto já impaciente.

_ Tem uma barata no meu banheiro. Então, eu vim usar o seu! – ela diz se levantando apressada, passa por mim e bate à porta do banheiro atrás de si.

_ Ei? – tento contra argumentar e me deparo com a porta já na minha cara. _ Você não podia usar o banheiro do corredor? – pergunto irritado.

_ O seu estava mais perto. – ela grita de dentro do cômodo.

Irritado pego minhas roupas e vou me vestir no banheiro do corredor, que tem exatamente a mesma distância do seu quarto para o meu.



Quando chegamos no colégio, percebo que algumas pessoas nos olham estranho. Talvez por ela ter vindo no banco da frente comigo. Peguei o carro porque vou direto para a academia depois da aula, e ela me pediu carona. Não vi problema em ela vir na frente, mas pelo visto as pessoas veem maldade em tudo. Mas, dane-se o que eles pensam, eu sei que não passamos de amigos e que só tem uma garota em quem estou interessado. Que por sinal quando encontra meu olhar, ao me aproximar da cafeteria, parece furiosa.

Uma possível história de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora