Uma possível história de amor

Domingo

Peter

    Acordei incrivelmente agitado essa manhã, e não tenho dúvidas que foi resultado da noite incrível que tive com minha garota. Eu nunca me senti assim antes, com nenhuma outra, teve vezes em que eu pensei ter gostado de alguém, mas eu não tinha ideia do quanto estava enganado. A Luna desperta algo em mim, que me faz a querer mais, e mais a cada dia. E já está ficando extremamente difícil me controlar perto dela. Noite passada foi só uma previa de que estamos trilhando um caminho sem volta, e não quero magoa-la. Tenho a sensação que, mesmo ela se abrindo pra mim ela não tem total ciência de onde isso pode nos levar, e não quero que ela perceba tarde demais e se recinta comigo. Ela não é como as garotas que namorei, sei que um passo como esse seria de uma importância gigantesca pra ela. Então cabe a mim nos manter numa linha segura. Com toda certeza não vai ser fácil, mas vou ter que fazer isso por ela, nem que eu tenha que tomar uma ducha fria todos os dias.

Fiquei de busca-la às 17:00 para irmos a um parque que está na cidade, com seus amigos, e com o idiota do Daniel, que não está nem tentando camuflar suas intenções, se ele acha que eu vou ao menos o dar a chance de a roubar de mim, ele está muito enganado. Estou me controlando pra não quebrar a cara dele por ela, mas se ele ousar ultrapassar a linha da "amizade" com ela, foda-se os bons modos, ele vai ter uma lição.

Levanto da cama decidido a correr um pouco pra liberar um pouco dessa adrenalina que está me consumindo. Antes de sair passo pela cozinha pra pegar alguma coisa e dar um beijo na minha mãe.
_Alguém acordou animado hoje, em! Quer dizer que o passeio foi bom! – ela diz do outro lado da bancada retirando uma fornada de pão de queijos quentinhos, que fez meu estomago roncar.

_Foi incrível, ela é incrível! – digo enquanto pego os ingredientes pra minha vitamina na geladeira.
_ E ela gostou da pulseira? Você tem certeza que não vai se arrepender de ter mexido na sua poupança? Sabe que seu pai vai lhe dizer pra usar esse dinheiro quando disser que quer seu próprio carro.
_Eu sei, e não, não me arrependo, foi o presente perfeito, pra garota perfeita! – enfatizo antes de ligar o liquidificador.
_ Ok! Não vou mais tocar no assunto. – Ela diz erguendo as mãos em rendição. _Por falar em garota perfeita, quando vai traze-la aqui, quero conversar com ela com calma, tivemos pouco tempo no dia do campeonato.
_ Eu não sei, até tinha me esquecido disso. – Afirmei dando de ombros, entes de dar uma golada na vitamina.
_ Por que não a chama pra almoçar com a gente hoje, vou fazer lasanha! – ela pergunta já se empolgando.
_ Não é má ideia! – tenho que concordar com ela. Termino de virar meu segundo copo e saio já colocando meus fones e me alongando pra uma corrida rápida pela vizinhança.

Não sei se, pelo que minha mãe me disse, pela vontade de vê-la, ou pela adrenalina incessante que percorria meu corpo, quando dei por mim já estava virado sua rua.
Mandei uma mensagem e esperei enquanto recuperava o folego. Da calçada vi que ela apareceu na sacada que penso ser do seu quarto, e ela tinha um olhar confuso, talvez por esperar me ver só mais tarde. Ela sai da sacada e imagino que esteja descendo as escadas, então ouço o barulho do portão se abrindo. Ela o abre apenas um pouco e antes de passar, seu irmão a atravessa e vem me cumprimentar animado. E ela se aproxima atrás dele.

_ Aconteceu alguma coisa? – pergunta confusa e preocupada ao mesmo tempo.
Está usando short, camiseta, chinelos, e seu cabelo está preso num coque alto. E eu percebo que simplesmente adoro vê-la assim.
_Não eu só estava correndo um pouco e resolvi dar uma passada. Você está ocupada? – pergunto me sentido idiota de repente, por ter ido até lá.
_Não! Que bom que veio! – ela se aproxima sorrindo, como se fosse me dar um beijo, mas se contem, acho que por seu irmão nos observar. Então, pego sua mão acariciando e percebo que está usando a pulseira.
_ Minha mãe me pediu pra convida-la pra almoçar conosco, o que você acha?
_Hoje, agora? – ela parece meio em pânico
_É qual o problema? Já tem compromisso?
_ Não, não é isso, é que eu não esperava conhecer sua mãe hoje, olha pra mim nem estou arrumada. – Ela faz um gesto mostrando suas roupas.
_ Primeiro você está linda, segundo você já conhece minha mãe não vai ser nenhuma surpresa, e terceiro eu tive que conhecer a sua. Vamos lá, não seja tímida!
_ Eu.... Eu vou ter que pedir minha mãe! – ela diz rendida. E entramos pra ela fazer o pedido e trocar de roupa, coisa que pedi pra ela não fazer.