Uma possível história de amor

Park

   Luna

Eu pensei que ir almoçar com Peter e sua mãe seria estranho e constrangedor, afinal nunca tinha ido até sua casa e nem conversado com sua mãe sendo oficialmente sua namorada. Mas, pra minha agradável surpresa, eu me senti muito mais à-vontade do que pensava ser possível! E como imaginava pelas nossas breves conversas sua mãe é muito simpática e me tratou muito bem, me fazendo sentir bem-vinda!

A casa deles é incrivelmente linda e grande, apesar de Peter insistir em dizer que é simples, por que "é oque sua mãe pode pagar". Se a casa que ela pode pagar é quase duas vezes maior que a minha, e ele a considera pequena deve ter crescido em uma mansão. E sabendo com que seu pai trabalha, e pela preocupação evidente de sua mãe, ao vê-lo me passar essa informação, creio que eles têm muito mais dinheiro do que eu possa imaginar. Eu nunca tinha parado pra pensar a respeito, mas agora com tudo que Peter me contou a respeito de seu pai e de seu dinheiro, entendo sua preocupação em se tornar uma pessoa como ele, ao assumir os negócios da família.

Não me lembro de meus pais terem tido problemas com dinheiro, sempre tiveram suas profissões e são bem pagos pelo que fazem, mas também nunca foi algo glamuroso, como passar um império para o herdeiro. E sou grata por isso, seria um fardo pra mim ter de assumir algo, mesmo que eu não quisesse, simplesmente por ser filha de quem sou.

Senti que a mãe de Peter temeu por ele ter me contado a verdade sobre sua família, mas ele escolheu me contar ainda sim, e o amo um pouco mais por isso, agora!

Ele me deixou em casa faz meia hora, e disse que me pegaria daqui uma hora e meia. Minha mãe logo veio me interrogar, querendo saber como foi, se fui bem tratada pela mãe dele, como era a casa deles, e se ela cozinha bem. Respondi tudo sem entrar em detalhes, não sei por que, mas sinto que agora tenho que ser discreta, quando o assunto é a família dele.

O Rô finge não está conversando comigo ainda, por ter de ficar em casa, mas presta a atenção em cada resposta que dou a minha mãe. Digo a ele que eu lhe trouxe um presente do Peter, mas como ele não estava falando comigo ia ter de devolver, e ele rapidamente vem me abraçar dizendo que estava brincando. Dou risada de sua mudança rápida de atitude, e lhe entrego uma miniatura perfeita de helicóptero que Peter lhe mandou de sua coleção. Eles se tornaram muito companheiros e meu coração derrete, sempre que ele faz coisas como essas pelo Rô!

Subo pro meu quarto pra tomar um banho e me arrumar para o passeio no parque, que confesso está me deixando um pouco aflita. Daniel vai estar lá, e com sua nova atitude, ele está imprevisível. Peter tem se esforçado pra manter o controle, e Daniel parece está se aproveitando disso. Espero de verdade que ele não seja inconveniente, pra que tudo possa correr bem, e essa situação não estrague o passeio.

O tempo parece ter esfriado um pouco, então coloco calça ao invés dos shorts que tinha planejado. Calça preta alta, com cinto e um cropped branco, e tênis all star. Deixei meu cabelo solto, mas coloquei um elástico no pulso caso tenha de prendê-lo para ir em algum brinquedo. Não que eu esteja planejando ir em algum deles realmente. Mas, é melhor prevenir, Luci sempre consegue me persuadir a fazer coisas que não faria normalmente, e considerando a tenção entre Peter e Daniel, talvez eu tenha de ir em vários deles pra os manter afastados.

As 17:00 em ponto Peter buzina lá em baixo, digo a minha mãe que estou saindo, e dou um beijo no Rô que está, até agora entretido com o helicóptero novo.

Peter está dentro do carro, com um sorriso que ele está tentando fazer parecer animado, mas percebo o seu nervosismo, e retribuo da mesma forma, por que também estou preocupada. Ele destrava a porta pra mim, e quando entro lhe beijo, tentando me acalmar e transmitir calma pra ele. Quando nos afastamos ele diz com a testa franzida.