Capítulo 32: Gatinha

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19 de Janeiro, 2019

Terminei de me arrumar e desci, pegando uma barrinha de cereal na cozinha e vendo Matthew assistindo um romance com Bree.
Quem te viu, quem te vê, Matthew!
Ele odiava filmes românticos e melosos, mas quem diria, né?
A campainha toca.
-Já tô indo! - falo, saindo de casa.
-Tchau! - ouço.
-Oiê, Best! - fala Alex.
-Oiê, Friend! - respondo.
Fomos pro shopping.

-Espera, então, meio que vocês declararam uma guerra fria de ciúmes? - questiona Alex.
-É e, acho que, quem ceder perde.
-Porém também ganha, né?
Sugo um pouco do milkshake.
-Também.
Ele riu.
-Vocês dois são idiotas, por que não se agarram logo? Ele já disse que ainda te ama.
Desvio o olhar, eu estava pensando nisso.
-Bem, é que, sei lá, parece que ele disse aquilo devido a situação - tento explicar - Não que eu duvide do que ele sente, mas pareceu e eu não quero todo os dias ver Henry, beijar ele e pensar que ele só esteja comigo pra mim não tentar me matar.
-Tem sentido, Anã.
Dou um tapa em seu braço.
-Anã é a sua cara! - ele riu e eu acompanho.

-Morre! - ouço assim que chego em casa.
-Atira nele! Isso! Morreu!!! - comemora.
Fecho a porta e encaro Henry e Matthew jogando videogame.
-Oi, onde está a Bree?
-Ela teve que ir pra casa. Diferente de certas pessoas, ela não pode ficar na rua até 17 horas da tarde! - acusa Matthew.
-Ué, eu falei que eu tava com o Alex e que íamos voltar mais tarde. Sem possessividade.
-Tô brincando, chata. Se quiser, não volta mais pra casa. Vai ficar bem melhor.
Me "deitei" no encosto do sofá, abraçando o pescoço do meu irmão.
-Tem certeza, seu ridículo? - questiono - Olha que eu vou, em!
Sou puxada e caio no colo de Henry.
-Vai, nada! Vai ficar aqui, comigo!
Henry me rodeou com os braços e continuou jogando.
Que vergonha!!!
Ok, respira!
Me ajeitei em seu colo e me aconchego em seu peito.
Mas, gente, eu sou muito pequena! Como consigo caber quase toda no colo de alguém da minha idade?!?

Acordei e Matthew havia sumido.
Observei minha situação. Henry estava dormindo também.
Te me levantar sem acordar ele.
-Não... - resmungou - Fica aqui, Pequena... Seu cheiro ainda é tão bom...
Tento me levantar de novo, consigo sair de cima dele, mas...
Ele me puxa de novo e me encara.
Lá estávamos nós. Eu em cima dele, ele embaixo de mim, aqueles olhos verdes me encarando, seu perfume me deixando meio tonta.
-Eu pedi pra não sair, Merry... - sussurrou.
Seu hálito quente se chocou contra meu rosto, me fazendo estremecer.
-Eu quero sair, Henry... - falei.
-Um beijo e eu deixo.
Contraio os lábios.
-Pede pra Caitlin - finjo raiva.
Ele ficou desconcertado e me soltou.
Sai de cima e fui pro meu quarto.
Eu quis rir, mas tive que manter a compostura, porque ele estava vindo atrás de mim.
Henry estava muito mais ousado do que antes e eu queria conhecer esse "novo Henry", poderia ser divertido.
Ele apareceu na porta e me encarou.
-Ficou magoado? - questiono.
-Muito - disse meio triste - Eu quero você, Merry... Um beijo seu.
Ele tava muito fofo!
Começo a rir, Henry me questiona com o olhar.
Me aproximo dele e enlaço nossas mãos.
-Olha, você me ama, eu te amo. Eu sei - digo - Mas, pra mim, pareceu que você só falou aquilo pra mim não tentar me matar. E eu não quero pensar todos os dias que você só está comigo por não querer que eu me mate, entendeu?
Ele assente.
-Eu vou reconquistar! - fala decidido.
Dou um sorriso.
-Como?
-Flores e chocolates! - diz.
Aí meu Deus!! Hahaha.
-Tudo bem... - falo, enquanto ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
-Ah, tenho que te devolver uma coisa e quero que você nunca mais tire, ok? - assinto.
Ele pega algo no bolso e me entrega.
-Meu colar!
-Eu o peguei na véspera de Natal - disse, pega mais alguma no bolso e põe na palma da minha mão - Eu sempre as carrego no bolso. Use-a quando... Eu já tiver te convencido que te amo intensamente e quero acordar todos os dias e ver seu rosto.
Sinto minhas bochechas queimarem.
-Tenho que ir. - ele beija minha testa.
Vou atrás dele e seguro seu pulso, antes de sair do meu quarto.
-Henry... - sussurro, ele se vira pra mim - Tenho que te dar uma coisa também.
-O que?
Beijo ele de forma calma e lenta. Seus braços me rodeiam, me puxando para si.
Passo a mão em seu cabelo. Continuava macio.
Nos separamos.
-Espero ter mais desses - e se foi.
Era o Henry, com certeza, e sempre seria!

21 de Janeiro, 2019

-Ah, mas talvez ele não quisesse matar ela ou algo do tipo - comento sobre o filme que tínhamos assistido.
-Nem vem, maninha! Você não ouviu o que ele disse: "Vim aqui pra te matar!" - falou Matthew - Você anda vendo muito romance onde não há!
-Aff, você é todo indeciso, quando eu não via, reclamava. Agora que eu vejo, reclama também?
Henry e ele riram.
-Tô brinc...
-Meow! - o miado interrompe Matthew.
-Awnnttt! - me abaixei e peguei o gatinho ruivo.
-Você não tem medo de quê ele tenha uma doença ou sei lá.
Mostrei gatinho na cara de Henry.
-Acha que essa coisinha fofa tem doença, Henry? - questiono, voltando a abraçar o bicho - Será que a mamãe deixa eu ficar com ele.
Matthew revira os olhos.
-Vamos tentar.
-Tô indo. Falou, Matthew.
-Falou, Henry.
-Tchau, Pequena - ele me deu um beijo na bochecha.
O gatinho pôs a pata na cara de Henry.
O garoto encarou o gato, seus olhos brilharam.
-Se você não puder ficar com ele, me avisa, eu venho buscá-lo.
-"Ele tem doenças"! - imito-o.
-Fica quieta, baixinha! - fala - Até amanhã!
E atravessou a rua.
Matthew e eu entramos em casa.
O cheiro de comida invadiu meus pulmões.
Mamãe está em casa!
Fui até a cozinha.
-Oi, mamãe! - falo.
-Falou mamãe. Quer alguma coisa? Não tenho dinheiro.
-Quero ficar com um gato! - sou direta.
Ela se virou e encarou o bicho.
-Que coisinha fofa! - exclama - Pode ficar.
Sorrio.
-E, aliás, é ela! - diz.
-Mil perdões, Sra. Dra. Veterinária! - falo, rindo.
-Quer o que? Eu me formei nisso!
Ponho a gatinha no chão, pego um potinho e ponho um pouco de leite.
Ela toma tudo, enquanto eu a observo.
Ela é tão fofinha.
Matthew aparece, sem blusa, mesmo estando frio.
-Qual vai ser o nome dela?
-Eu tô pensando nisso - observei sua cauda balançando, enquanto olhava fixamente pra mim - Kirara.
A gatinha, ao ouvir o nome, veio e começou a se esfregar na minha perna.
-Ela gostou - comenta mamãe.
Matthew se abaixou.
-Kirara, vem!
A gatinha foi correndo até ele e pôs as patinhas em suas coxas.
Que fofa!! Hahaha.
-Temos uma gatinha! - comemorei - Ela dorme no meu quarto!
-Ah, não, Merry. Deixa ela dormir no meu!
Mamãe riu.
-Ela dorme onde ela entrar e ficar, ué! - diz mamãe - Parem de brigar por causa disso!
Meu irmão e eu trocamos sorrisos.
Sempre quisemos ter um bichinho! E, agora, temos!
Observo a Kirara, que também me observava.
Ela é tão fofinha!!




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