Capítulo 23: Ataque Camarão!

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13 de Outubro, 2018

Sinto algo pesado sobre mim.
Resmungo.
—Matthew, hoje é sábado... - murmurrei.
—É a segunda vez que sou confundido com o Matthew, isso não é legal! - comenta Henry.
Ele sai de cima e eu me sento na cama.
Esfrego os olhos e bocejo.
—Bom dia... - falo, querendo voltar a dormir.
Encaro Henry e começo a rir.
—O que foi? - questionou, ajeitando seus óculos.
—Quando começou a usar? - pergunto.
—Ontem à noite.
—Fica fofo. Eu gostei.
Os óculos, de armação preta, davam um destaque maior para seus olhos e, obviamente,  seu rosto.
Me levanto e sorrio pra ele, dou um leve beijo em sua bochecha e saio do quarto.
Escovei os dentes e arrumei meu cabelo.
—Aí, aí! - reclamei.
Henry apareceu, de repente.
—O que foi? Está machucada? - exclamou.
—Henry, eu não sou uma bonequinha de porcelana - falei, ainda com os braços erguidas, tentando finalizar meu coque - A aliança prendeu no cabelo!
Ele riu e me ajudou a soltar minha mão da juba vermelha.
Ouvi o barulho de uma foto sendo tirada, olho pra porta do banheiro e vejo Matthew.
—Mãe, quando o papai te ajudou a arrumar o cabelo?
—Ahnn... Só quando nos casamos, Matthew, por que?
Avancei pra cima dele, mas meu irmão prendeu meus pulsos.
—Porque eu acho que a Mett e o Henry já casaram!
Ouço a risada dos meus pais e, agora oficialmente, meus sogros.
Matthew me soltou e saiu correndo.
Eu ía atrás dele, só que Henry me puxou. Me prendeu a ele.
Seus óculos estavam no meio do nariz.
Soltei uma risada e levantei eles.
—Você fica lindo com óculos - comento.
Ele sorriu.
—Seus olhos acinzentados também são lindos - ele beijou minha testa - É a primeira vez que vejo a cor deles.
Desvio o olhar e me solto dele.
—Tô com fome, vamos logo! - exclamo, descendo as escadas.
Pulo o último degrau e entro na cozinha.
—Bom dia, famí... Cadê eles? - questiono, observando a cozinha vazia.
—Eles saíram, agora há pouco.
—Como sabe? Você estava comigo - resmunguei.
—Eles me falaram antes de eu ir acordar você.
Reviro os olhos e me sento, preparando meu cereal.
Henry sentou do meu lado e começou a mexer no celular.
Comecei a comer meus carboidratos, noto o olhar do garoto.
—Dá um pouco? - pergunta de forma fofa.
Peguei um pouco com a colher e lhe entreguei.
—Não, para de ser uma namorada chata! - ele pegou minha mão, "prendeu" a colher na mesma e me fez dar o cereal na boca dele - Assim que se faz.
Corei.
—Eu não sou uma namorada chata! - ele apertou minha bochecha - E pra quê foi isso?
—Sempre quis que minha namorada fizesse isso. É um dos meus sonhos de príncipe.
Rio. Sonho de príncipe!
Ele volta a mexer no celular e continuo a comer.

Depois de terminar de comer, arrumar a cozinha e lavar a louça, Henry ainda mexia no celular.
—O que tem de tão bom nesse celular, em? - questiono, enquanto seco as mãos no pano de prato.
—Tô terminando de agendar e preparar algumas coisas pra hoje.
—O que faremos hoje?
—Curiosa! - acusou - É surpresa!
Abraço seu pescoço, por trás, inclino a cabeça e o encaro.
—Eu quero saber! - reclamei.
Ele riu e se soltou, levantou da cadeira, me puxou pela cintura e me beijou.
Foi bem clichê esse "tipo" de pegada.
Nos separamos por falta de ar.
—Isso foi uma garantia que o dia será ótimo!
Sorrio e ele me beija novamente.
—E esse? Foi o quê?
—Foi a vontade mesmo - rimos e ele me arrastou pra sala.
—Eu tenho que trocar de roupa! Ainda estou de pijama.
—Eu gosto desse pijama! - comenta.
Esse pijama era umas das poucas coisas que não eram totalmente vermelhas.
Ele era preto com detalhes em vermelho, mas creio que não era isso que Henry gostava nele.
Apesar de ser quase inverno, o shorts era curto e a blusa de alcinha.
Senti meu rosto esquentar e subi correndo pro meu quarto.
Entrei no closet e respirei fundo. Meu coração estava acelerado.
Isso... Isso... É tão legal!
Rodopio pelo closet, extremamente feliz.
—Aí, fiquei tonta! - exclamo, tentando fazer o local parar de girar.
Pego meu moleton da plataforma ❾¾, vesti e desci.
—Harry Potter? Gosta da saga?
Pulo o encosto do sofá, deito a cabeça em seu colo e sorrio.
—Adoro! - respondo, pegando o controle da sua mão.
Dei play no filme, que já estava no DVD.
Henry começou a brincar com meus dedos. Suas mãos eram tão quentes.

Assistimos três filmes, "Para Todos os Garotos Que Já Amei", "Como Se Fosse A Primeira Vez" e "Homem-Formiga e A Vespa".
Quer dizer, eu acabei dormindo no último.
É meio-dia.
Eu e Henry ficamos nos encarando, sem nada pra fazer ou falar.
Um barulho preencheu o lugar. Era meu estômago roncando.
—Vamos lá pra cozinha, vou fazer alguma coisa para comermos.
Sentei e me encostei no encosto.
—Não quero ir, tô com preguiça! - reclamei.
Ele riu e me pegou no colo, igual a um bebê.
Prendi minhas pernas em sua cintura e abracei seu pescoço, deitando sobre o braço.
Ele me carregou até a cozinha, onde me colocou sobre o balcão. Me solto dele e ele vai cozinhar.
Balancei os pés, como uma criança de cinco anos.
Ele passou dez minutos andando pra lá e pra cá, levando o mesmo pote de um lado para o outro.
Ele se virou, se escorou no fogão e me encarou.
—Você não sabe cozinhar, né? - pergunto.
Ele dá um sorriso amarelo e assente.
—Vem cá! - chamo, ele se aproxima, dou um selinho nele - Sabe fazer macarrão, pelo menos?
—Sei - disse.
—Então, tem um pacote naquele armário ali - apontei - Faça-o, enquanto eu preparo o molho.
Ele sorri e assente.
Pulo da bancada e começamos a cozinhar juntos.

—Pra quem não cozinha, está bom esse macarrão! - elogiei.
Ele riu.
—Ata, só está dizendo isso porque é minha namorada!
—Não, é sério, tá muito bom.
Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e sorriu.
—É o molho - comentou, reviro os olhos - Aliás, tem um pouco de molho no canto da sua boca.
—Arranjando uma desculpa pra me beijar, Henry?
Ele foi se aproximando, sua boca estava a milímetros da minha.
—Como se eu precisasse de desculpas! - e me beijou.
Nos afastamos.
—Vai me dizer onde vamos hoje à noite? - pergunto.
Henry ri e nega.
Reviro os olhos e termino de comer.

—Estou bonita? - questiono, entrando no quarto de Matthew.
Eles haviam acabado de chegar e Henry, de sair.
—Wow, você está com algo preto?
O vestido era xadrez, vermelho com preto, nem sei por quê tenho ele.
Tinha calçado o allstar preto, que é de 2015.
Descobri que eu não cresci em 3 anos!
—Só responde!
—Maravilhosa! - ele levanta da cadeira e beija minha testa - Se divirta!
Ouço a campainha.
Desço e vejo Henry.
Ele estava com uma calça Jeans e uma blusa social.
—Bem, ela está ali! - disse mamãe.
Pego meu casaco no sofá e vou até a porta.
—Aí, estou tão emocionada! - comenta mamãe.
Rio e lhe dou um beijo.
—Até mais tarde, mãe!
—Não espere acordada! - fala Henry.
Ela deu um sorriso sugestivo, que dava pra ver do espaço.
—Vamos logo, Henry! - digo, o puxando pelo braço.
Tinha um carro nos esperando.
O Uber, talvez.
Henry abriu a porta pra mim e entrei.

Que vergonha!
Eu estava num encontro com o Henry, meu namorado.
O restaurante não era tão chique, porém nada normalzinho.
Estávamos esperando a sobremesa.
—Hmmm, primeira garota que você conheceu? - pergunto.
—Vejamos, se não me engano, foi uma menininha, num parque de diversões, que tinha se perdido da mãe. Brincamos muito naquele dia, até sua mãe e seu irmão aparecer, nunca mais a vi.
—Nossa, parece até aquelas histórias de fanfic, só faltava essa garota reaparecer e você descobrir que ela estava apaixonada por você, depois de todo esse tempo! - comento, enquanto o garçom põe a sobremesa na minha frente.
—Obrigado - agradece Henry.
Comi um pouco.
—Humm, delici... - senti minha língua inchar e minha respiração ser bloqueada.
—Mett? Mett?!?! MettMerry! - exclama Henry, em pânico.
Eu já não conseguia respirar, mas, antes que eu acabasse apagando, conseguir falar algumas palavras.
—Tem... - tentei respirar, sem sucesso - Camarão.
E tudo se foi.

I'm MettMerryOnde histórias criam vida. Descubra agora