Capítulo 9: Pagando os pecados

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09 de Setembro, 2018

—E por que você está nervosa? - questiona Nayara, enquanto eu prendia meu cabelo em um rabo de cavalo.
—Porque, talvez, eu goste dele, ué! - exclamo, ajeitando as pontas vermelhas.
—Aí, eu não acredito! Minha irmãzinha está apaixonada! - gritou Nay, do outro lado da linha.
—Fica quieta, garota! - reclamei.
Ela riu.
Nay é a segunda filha, antes dela vem Mark.
Depois Matthew e eu.
Nayara está casado faz uns 2 anos, Mark casou duas vezes e tem dois filhos (meus anjinhos/pestes).
Ouço a campainha.
—Tenho que ir, Nay! Beijos! - falo, apressada.
—Uh, ela tá com pressa pra ver o crush! - fala rindo.
—Tchau, chata! - e desligo.
Deixo o celular na cama e desço.
Apesar de Nay ser 10 anos mais velha que eu, nos dávamos muito bem. Tanto que eu contava qualquer coisa pra ela. Ela que me ajudou a ser essa coisinha vermelha!
Papai abria a porta para os Walker's entrarem.
Todos estavam formais.
O Sr. Walker e Henry trajavam uma calça e uma blusa social (obs: Henry estava uma graça, haha).
Sasha vestia um vestido verde água justo, enquanto Gaby vestia um vestido branco com flores.
Eu, como de costume, visto uma roupa vermelha. Um vestido com a parte de cima justa e a saia rodada.
Estava com meu allstar cano baixo, dando um ar mais informal.
Minha mãe vestia algo florido também (tinha florzinhas vermelhas, como ela é linda!), papai estava do mesmo jeito que Sr. Walker.
—Olá! - todos se cumprimentaram.
Fico ao lado da mamãe.
—Sou Miranda! - se apresentou, dando um beijo na bochecha de Sasha.
—Sasha! - disse ela, muito animada - E esse é meu marido, Roberto.
—Sou William! - se apresentou papai.
Todos trocaram apertos de mãos e blá blá blá.
—Vamos para sala? - convida mamãe - Assim poderemos conversar melhor - ela se vira pra mim - Poderia chamar Matthew, Mett?
Subo as escadas, enquanto todos iam para a sala.
Bato na porta e abro.
—Matthew, mamãe está chamando você pra cumprimentar a família Walker.
—Tenho que fazer isso? - questionou, fechando o último botão da camisa.
—Sabe que mamãe gosta de causar uma boa impressão! - falo, entrando e ajudando ele a dobrar as mangas.
—Está bonita! - me elogiou.
—Obrigada!
Ele me encarou, encarei de volta.
—O que foi?
—Você aceitou um elogio? - assinto - Você me batia quando eu te elogiava.
Dou de ombros. Ajeitou seu cabelo.
—Parece que o Henry está te mudando - e saiu, me deixando sozinha em seu quarto.
Suspiro e olho pra janela.
Será que ele está certo?
Desci e vejo meu irmão sendo super formal com eles.
Sentei ao lado de Henry.
A conversa foi morrendo e tudo se silenciou.
Passou um, dois. Cinco minutos no silêncio.
—Argh! Vocês querem parar de serem formais e conversarem sobre coisas normais?! - questiono.
Todos olham pra mim e riem.
—Ufa, odeio ser formal! - comentou Sasha.
—Eu também! - mamãe comentou.
Os homens suspiraram aliviados.
—Quer um chinelo, Sasha? Esse salto deve estar te matando! - comentou mamãe.
—Eu adoraria, Miranda! - a sra. Walker seguiu minha mãe.
—Vocês viram o jogo de ontem? - perguntou Roberto.
—Foi top! - comentou Matthew.
Solto uma risada.
—Vem, vamos pro jardim! - comento para Henry.
As flores estavam morrendo aos poucos e as folhas da árvore caíam regularmente.
—Eu cuido desse jardim há anos! - comento, enquanto sento na raíz da grande árvore.
Ele senta ao meu lado.
—Não sabia que gostava de jardinagem.
—Eu gosto um pouco. Quer dizer, jardinagem foi uma das poucas coisas que me restaram da época.
—Que época?
—Quando eu ainda usava cores! - falo,  soltando uma leve risada.
—Você nunca vai me contar sua história, né?
—Não sei, você é digno de ouví-la? - questiono, o encarando.
Acabou que a minha pequena brincadeira de encará-lo deu ruim.
Ele foi se aproximando lentamente.
Sua mão encontrou meu rosto.
—Mett, eu... - sussurrou.
—Crianças, venham almoçar.
Levanto, ele também.
Limpo meu vestido e seguimos para dentro.

—Wow, o Strogonoff está uma delícia, Miranda! - elogiou Sasha.
—Está mesmo! - confirmou Roberto.
Estava muito bom aquela atmosfera. Sem perguntas, nem nada! Só nós, ali, terminando de saborear o maravilho...
—Já se beijaram? - questiona Roberto.
Poxa, tio Roberto, assim não dá, né?!
Henry dá uma engasgada. Deu vontade de rir, mas me controlei.
—Como, pai? - questiona, rindo de nervoso.
—Ué, vocês não estão namorando? - questiona MEU pai.
Meu santo Pudim!
—Pai, não! - exclamo, envergonhada.
—Viu? Estou falando! Namoram escondido, né? Só pode! - exclamou Sasha - Henry nunca me apresentou uma paixonite sequer! Aí vocês vem e dizem que não são namorados - ela suspira.
—Que decepção! - falam mamãe e Sasha juntas.
Minhas bochechas queimavam.
Vergonha! É meu castigo por ter feito tudo que fiz com as pessoas da escola. Só pode! Meu Deus!
—Henry e Mett se beijaram ontem! - informa (uma informação falsa, aliás) Gaby - Lá em casa!
Droga! Não gosto mais de tu, garota!
—Ah, então foi por isso que você demorou, MettMerry? - questiona minha mãe - Você tinha falado que Sasha havia oferecido Cokkies!
—Mas ela ofereceu mesmo! - choraminguei.
—Mas você nem com... - olhou para Henry, de um jeito assustador.
Ele estremece.
—Quero dizer, ela comeu tudo! - mente Henry.
—Comeu nada! Eu fui buscar o prato e só tinha sido comido dois Cokkies! - exclamou Sasha.
—Mett! - brincou mamãe, me deixando mais envergonhada.
Matthew começou a rir. Chuto sua canela.
—Aí, Mett! - exclamou, levando a mão à canela.
—Mas vocês não responderam! - exclamou meu pai.
Enterro meu rosto nas mãos.
—A gente pode falar sobre qualquer coisa sem ser minha vida amorosa?! - exclamo, um pouco revoltada.
Eles se silenciaram.
—Henry, você já beijou a Mett? - questiona Matthew.
Olho de forma sanguinária para meu "amado" irmão.
—Será que a gente pode comer a sobremesa? - questiona Henry.
Obrigada!
Mamãe, rindo, traz algumas taças com coisinhas alaranjadas dependuradas.
Pôs pra todos, menos pra mim e Matthew.
Olhei para a taça de Henry. Era camarão.
Mamãe trouxe duas taças cheia de sorvete para nós.
—Não gostam de camarão? - questiona Sasha.
—Somos alérgicos - responde Matthew.
—O que é uma pena, eu adoro caranguejo - resmunguei.
—Você pode comer! - fala mamãe - Só depois vai passar cinco horas numa cama de hospital, coisa que você odeia!
—A consequência de comer algo bom vale o cheiro ruim de hospital? - me questiono.
—Nem pense! - fala Henry - Não vai ser nada legal ver suas bochechas inchadas e combinando ainda mais com o cabelo.
Ele estava preocupado.
Ownn...
—Ownnn - suspiram mamãe e Sasha - Eles foram feitos um para o outro!
Coro.
—Oh, é verdade! MettMerry não cora! - comenta Matthew.
Não surta! Não surta!!
Me levanto, pego minha taça de sorvete.
—Com licença! - falo e vou para meu quarto.
—Mett! Volta aqui! - chama meu pai.
Suspiro. Dou meia volta e sento na cadeira.
—Sem drama!
Me indigno.
—Drama? - falo - Estou sofrendo Bullying da minha própria família!
Tudo isso só porque eu trouxe Henry aqui!
Meu pai ri da minha indignação.
—Henry, vocês tem a minha bênção! - fala papai.
—Pai! - reclamo.
Aí meu Deus! Por que isso tá acontecendo?!

I'm MettMerryOnde histórias criam vida. Descubra agora