Capítulo 14: Amar só dá dor de cabeça

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24 de Setembro, 2018

Eles se conhecem?
Eu e Matthew nos aproximamos. Todos observavam atentamente a cena.
—Te procurei em toda Beverly Hills até descobrir que você estava em Santa Mônica! - diz, meio alterada.
Mas o que está acontecendo aqui? Não fui com a cara dela! Ainda vem chamando o Henry de amor.
—O-o q-que faz aqui, Katherine? - questiona Henry, meio nervoso.
—Eu estava errado, Henryzinho, eu não quero você só como amigo, quero como muito mais! - fala, enlaçando os braços no pescoço dele.
Trinco os dentes.
Vou até eles.
—Com licença, mas eu acho que ele não quer olhar na sua cara - digo.
Katherine olha pra mim com cara de nojo.
—A tecnologia está avançada mesmo!  - fala - Para um boneco inflável de posto de gasolina falar!
Como?
Ouço alguns sussurros.
—Como? - arqueio a sobrancelha.
—Oh, você ainda não ouve? - pergunta debochada.
Tento avançar contra ela, porém os braços de Matthew me prende.
—O que está fazendo? Deixa eu quebrar a cara dessa aí! - exclamo.
Eu não sou de partir pra violência, mas ela passou dos limites.
—Isso, segura ela! Essa bonequinha inflável!
Matthew suspira e me solta.
—Provocou demais! - fala meu irmão.
Solto ela de Henry e a empurro.
—Quem você pensa que é? - grita, do chão.
—Oh, a Barbie Girl ainda não ouve? - pergunto - Eu sou MettMerry. E preciso avisar que você não deve mexer comigo, Barbie Girl! - falo - Ou as coisas vão ficar bem feias, queridinha, principalmente para esse seu rostinho.
Seguro seu rosto com uma mão, espremendo suas bochechas.
Me viro e saio andando.
Matthew e Henry me acompanharam.

—O que?! - exclamo - Ela fez isso?!
—Que megera! - fala Matthew.
Henry suspirou.
—Hey, MettMerry! - ouço, viro a cabeça.
Era aquela louca.
—O que foi? - apoio meus cotovelos nas minhas coxas e meu rosto nas mãos.
—Qual é a sua relação com o Henry?! - ela perguntou bem alto.
Tanto que todo o pátio parou.
Foi aí que eu percebi, todos queriam saber sobre isso, mas não tinham coragem de perguntar.
Dou uma risada sarcástica.
—Por que isso te interessa?
—Porque eu quero ele e você não vai me impedir, boneca inflável de posto de gasolina! - fala.
Me levanto, tentando conter minha irritação.
—Quer ele? - rio de forma sádica - Tenta pegar, então!
Ela me encarou.
—Ele será meu! Marque minhas palavras, MettMerry! - diz e sai andando.
Sento na escada novamente.
—Isso é exaustivo!
Minha dor de cabeça tinha voltado. Argh, mereço pessoas assim!
—Precisava ser tão possessiva? - questiona Henry.
—Possessiva? Não fui, ela foi! Só agi condizente à minha realeza! - digo, dando de ombros - Mas, se está tão insatisfeito com o que eu fiz, por que não vai atrás dela?
Me levanto e saio de lá.
Vou para meu armário.
Droga, não queria brigar, mas já estou de saco cheio!
Argh! Escorrego armário abaixo e apoio minha cabeça nos braços.
Por que amar alguém é tão complicado?

Ele foi atrás dela, só para esclarecer.
Três segundos depois que sai de lá, Henry foi atrás dela.
Estamos de aula vaga e ele ainda não apareceu.
Suspiro.
—Você não vai atrás dele? - pergunta Bree.
Ela estava em educação física, mas era a vez dos meninos jogarem, então ela está conversando comigo.
—Pra quê? Ele foi atrás dela! Simples! Deixe ele lá! Não me importo!
Me importo, sim!
—Aham, finge que eu acredito! - fala, olhando pro céu.
Minha cabeça estava latejando.
—Vou tomar uma água, já volto.
—Ok!
Desço as arquibancadas e entro no colégio.
Suspiro. Massageie as têmporas. Espero que não seja uma crise de enxaqueca.
—Não, Kathe! - ouço, era Henry - Você fez merda e agora quer compensar? Depois de perceber que eu não voltei?
—Sim, Henryzinho, eu estou muito arrependida. - era Katherine.
Ou devo dizer *Kathe*?
Encosto minhas costas na parede.
Está tudo doendo, não metaforicamente.
A dor de cabeça estava fazendo se torna insuportável até respirar.
Droga.
—Quem você escolhe, Henry?! - ouço, minha visão começou a embaçar - Eu ou a MettMerry?
—Eu... Eu não sei... - e tudo se apagou.

"—Henry! - gritei.
Ele olhou pra mim.
—Eu nunca te amei, só queria tentar esquecer meu verdadeiro amor! Mas não consegui! - fala.
O que?!
—Quem?
—Katherine!
Comecei a cair em lugar negro.
A loira sorria maleficamente pra mim.
—Henry! - gritei."

Acordei, mas não abri os olhos.
O "pi" constante e irritante comprovavam que eu havia sobrevivido.
Movimentei um pouco o braço e sinto o tubinho de soro.
Abro os olhos lentamente, me acostumando com a claridade.
O cheiro de hospital me enoja. Sento na cama e esfrego os olhos.
Olho ao redor. Não tinha ninguém.
Apertei um botão pra chamar a enfermeira.
Logo a enfermeira, mamãe, papai, Matthew e Henry entraram.
—Querida, você está bem? - pergunta mamãe, me abraçando.
—Sim, mãe, só cansada.
—Que susto você nos deu, tampinha! - fala papai.
Passo a mão pelo cabelo.
—O que aconteceu? - questiono.
Não lembro de nada além do "Eu não sei" do Henry.
Merda, ele tinha dito que não sabia? Ele estava indeciso entre mim e a Barbie?! Só pode estar de brincadeira!
—Você desmaiou pela enxaqueca! - informa a enfermeira.
—Por que não falou que estava com enxaqueca, Mett? - questiona Matthew - Sabe o que acontece quando você tem uma crise.
—Sim, sim, eu sei. Desculpa.
Meu irmão veio e me abraçou também.
—Sorte sua que Henry te encontrou.
Sorte? Não foi sorte, ele não apareceu no corredor do nada, ele já estava lá. Tentando se decidir!
—É, que sorte! - digo, fingindo felicidade pela sorte que tive.
—Agora, você precisa descansar, se tudo ocorrer bem, poderá sair amanhã! - disse a enfermeira.
Suspiro.
—Posso comer algo que não seja comida de hospital, pelo menos? - a mulher ri e assente.
Olho pra mamãe.
—O que você quer? - abro um sorriso.
—Ahnn... Lasanha! - exclamo - E sorvete!
Meus progenitores e meu irmão reviram os olhos.
—Não revirem eases olhos! Sabem que eu odeio comida de hospital e hospitais! - exclamo.
Eles riem e saem, me deixando à sós com Henry.
—Você está bem?
—Estou numa cama de hospital, Henry, se eu estivesse bem não estaria aqui! - falo com ignorância.
—Por que está sendo ignorante? - pergunta, se fazendo de inocente.
—Você foi atrás dela! - acuso.
—Ah, merda, isso? - desdenha - Mett, olha...
—Você não consegue se decidir! - falo,  cortando ele - Então, é isso! Fiquei pra segunda opção!
—Mett, você não...
—Entendo? É, não devo entender mesmo. Não importa, não estou com cabeça pra discutir isso, Henry. Vai embora.
—Mett, deixa eu...
—Por favor. - digo, virando o rosto pra janela - Agradeço por ter avisado à todos sobre o desmaio, mas agora vai embora.
O quarto se silenciou e depois surgiu o barulho da porta sendo aberta e depois fechada.
Suspiro e olho pra porta.
Encosto a cabeça na parede.
Que merda! Isso que dá amar alguém!
Suspiro, queria que não tivesse que terminar assim!

I'm MettMerryOnde histórias criam vida. Descubra agora