Capítulo 13: Patricinha de Beverly Hills em Santa Mônica

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21 de Setembro, 2018

—Mett, já arrumou suas coisas? - grita papai.
—Estou terminando, pai! - grito de volta.
A campainha toca.
Ouço vozes, mas estão baixas de mais para discernir o que diziam.
Fecho o zíper da mochila de viagem.
—Toc, toc! - ouço.
Me viro.
—Oi, Henry! - falo - Entra!
Ele senta na minha cama.
—Vai pra onde? - questiona.
—Pra minha irmã.
—Você tem uma irmã?! - exclama.
Acho que esqueci de contar pra ele.
—Sim, tenho mais dois irmãos além de Matthew.
—Wow, você nunca me contou.
—Esqueci, desculpa.
—Onde ela mora?
—Beverly Hills.
Entro no meu closet e pego minha nécessaire, ponho minhas coisas básicas.
E volto pro quarto. Henry estava meio cabisbaixo.
—O que foi?
—Vai ficar quanto tempo lá?
—Ahn, só o fim de semana. É aniversário dela, então eu e Matthew vamos. Porque nossos pais não vão poder.
—Ah! - ele se levanta.
—Henry, o que foi? Você está estranho! - digo.
—Não é nada! - responde, sorrindo.
Reviro os olhos e me aproximo. Dou um selinho rápido nele.
—Se comporte, em! - falo, rindo.
—Você também! Apesar que você virou uma santa! - diz.
—E você virou um demônio, né! - digo, pondo a mochila nas costas.
Pego meus fones e o celular, desço.
—Vamos? - questiona papai.
Assinto.
—Dá a mochila! - pede Matthew.
Entrego a ele, que põe no porta malas e o fecha.
—Tudo pronto? - pergunto, todos assentem.
—Até, Henry! - dou um abraço nele.
—Deixa disso, Mett, vai vê-lo mais rápido do que pensa! - disse.
Me afasto do garoto.
—Ah, cala a boca, Matthew! - digo, entrando no carro.
—Quer carona pra casa, Henry? - pergunta mamãe, ele nega.
Fecho a porta e aceno pra ele, atrás do vidro. Henry acena de volta.
Papai liga o carro e vejo Henry se afastando.
Suspiro. O que deu em você?
Ponho meus fones e encosto minha cabeça no vidro.

—Mett, acorda! - fala meu irmão.
Abro os olhos e vejo Matthew.
—Chegamos?
—Sim, vamos descer!
Saímos do carro, pegamos nossas coisas e paramos na frente da casa da Nayara.
—Deixa eu tocar a campainha - digo animada.
—É toda sua, chata! - fala Matthew.
Toco a campainha, extremamente feliz.
A porta é aberta por uma mulher de cabelos longos e olhos azuis profundos. Minha irmã.
—Onesan! - grito, pulando em seu pescoço.
—Oiee! - diz, me abraçando.
Matthew me afasta dela.
—Não monopoliza, Mett, ela é minha irmã primeiro! - fala, abraçando Nayara.
Logo em seguida, mamãe e papai.

—E então? Como está meu OTP?
—Que OTP, Nay? - questiono.
Ela estava deitada na cama do "meu" quarto, que é meu até ela ter herdeiros (risos)!
—Menry, ué! Que outro OTP? - rio.
Conto pra ela ou não? Eu não tinha contado nem pro Matthew!
Dessa vez, isso vai ser algo só meu!
—Tá na mesma! - digo, penteando o cabelo - Brigamos, fazemos as pazes, brincamos, brigamos, etc.
Ela bufou.
—Que chato! - reclamou.
Rio.
—Minha vida não é como a sua, na adolescência! - digo.
—Minha adolescência não foi uma aventura! - se defende - A sua é bem mais legal! Na minha época, mamãe jamais deixaria eu pintar o cabelo e usar só uma cor!
—Tá dizendo que tudo é mais fácil pra mim? - pergunto, arqueando uma das sobrancelhas.
Sento na cama e começo a pentear o cabelo dela.
—Não, mas se fosse eu, ela ía me obrigar a vestir qualquer coisa colorida! Se um saco de batata fosse colorido, ela iria me obrigar a vestir! Só para não vestir uma cor só! - rimos.
—É inacreditável! - digo - Prontinho!
—Obrigada! Mas já está tarde! Melhor irmos dormir. Até amanhã, neném! - ela me dá um beijo de boa noite e se vai.
Apago a luz e me aconchego na cama.
Suspiro.
Saudade de quando Nay vivia comigo.

22 de Setembro, 2018

Sou sacudida.
Abro os olhos e vejo Edward.
—Ed? O que foi?
—Café de aniversário! - sussurra.
Sorrio e me levanto.
Descemos as escadas. Matthew já estava na cozinha, preparando as torradas e o suco.
Arrumei as coisas na bandeja.
Depois de pronto, subimos.
Começamos a cantar Parabéns pra você e ela acordou.
Sorriu, se espreguiçando.
—Vinte cinco anos! - comemoro, pulando na cama.
Lhe demos a bandeja e ela come.
—Obrigada! - agradece.
—Finalmente, pensei que não iá agradecer - digo, fingindo irritação.
—Fica quieta aí, macaca! - fala, lembrando do meu antigo apelido.
—Não me chama de macaca! - reclamo.
—Macaca! - provoca.
—Velha! - digo, ela me olha indignada.
Começo a rir e logo todos me acompanham.
Isso é tão bom!

24 de Setembro, 2018

Acordei com dificuldade.
Me arrastei até o banheiro e tomei banho.
Acordei mais cedo que o Matthew, ótimo, adoro acordá-lo.
Abro a porta de seu quarto e me jogo em cima dele.
—Aí! - reclama ele - É jeito de acordar alguém?
—Levanta! - resmungo - Tem vinte minutos!
Saio e volto pro meu quarto.
Prendo meu cabelo e passo perfume.
Fecho o zíper da mochila, arrumada na noite anterior, e desço.
—Bom dia! - digo, um pouco mais  animada.
—Bom dia! - diz mamãe e papai.
Como meu cereal e vou escovar os dentes. Matthew já estava lá em baixo.
Pego meu celular no meu quarto, depois de escovar os dentes, e desço novamente.
A campainha toca.
—Olá, querido! - exclama mamãe.
Era Henry, como de costume.
—Vamos, Matthew! - grito.
O garoto desce e fomos pra escola.
Por algum motivo, essa rotina está me enchendo o saco!
Entramos na escola.
Minha cabeça está doendo.
—Você está bem? - pergunta Henry.
Assinto.
—Só dor de cabeça.
O corredor formado de alunos acaba, eu seguiria pra aula, se não fosse uma voz fina e estridente.
—Estão abrindo caminho pra mim?
Olho pra trás. Quem é aquela coisa? Cabelo loiro, olhos azuis, corpo perfeito. A típica patricinha de Beverly Hills. É admirável o fato dela ser uma patricinha de Beverly Hills, mas estar num colégio de Santa Mônica. Além disso, como se já não bastasse a Vanessa de patricinha!
—Uma novata? - questiono Matthew.
—Deve ser.
—Bem, ela não deve ter problemas com todo esse Beverly Hills escrito na  testa! Vamos! - digo, me virando.
Noto a falta de Henry. Me viro e encaro o garoto
Ele tremia. O que está acontecendo?
O olhar da loira recaiu sobre o garoto.
—Henry, meu amor! - exclama.
Como? Amor?

I'm MettMerryOnde histórias criam vida. Descubra agora