Capítulo 35: Em meio ao caos (Último)

18 4 0
                                    

26 de Janeiro, 2019

—Como assim não a encontraram?! - explodi.
—Já se passou mais de 24h, se não aparecer ou não a encontrarmos até hoje à noite, será declarada morta - diz a delegada.
Trinco os dentes.
Miranda estava em prantos, William tentava a consolar, mas ele não estava em boas condições também.
—Sinto muito.
Passei a mão pelo cabelo.
—Okay, obrigada.
Saímos da delegacia.
Mamãe e papai nos esperavam do lado de fora.
—E aí? - pergunta mamãe, apreensiva.
—Podem a declarar morta, se não a encontrarem! - disse Miranda.
Mamãe a abraçou.
Sentei no meio fio e abaixei a cabeça.
—Henry. - chama Matthew.
Olho pra ele, tentando secar o início das lágrimas.
—Vem comigo.
Levanto e acompanho ele.
—O que foi, cara?
—Vamos atrás dela.
O que?
—Como você quer ir atrás dela, sendo que nem sabemos onde e como ela está!? - exclamo.
—Eu sei, eu sei. Mas, a Kirara está junto e MettMerry arranjou uma coleira com rastreador.
—Por que ela...?
—Não pergunte. Mas, voltando, eu só preciso entrar no sistema e procurar por ela.
—E se Kirara se separou da Merry?
—Vamos torcer para que isso não tenha acontecido.

       ゚・。🍓。・゚♡゚・。🍒。・゚♡゚・。🍓。・゚

Meu estômago roncou.
Argh, que fome!
—Vão me matar de fome? - gritei.
Eu não comia desde do dia do sequestro (dois dias atrás).
Katherine apareceu e sorriu pra mim, por algum motivo, esse sorriso não parecia falso.
Ela se agachou e respirou fundo.
—Preste atenção - pisco algumas vezes, tentando assimilar seu sorriso amigo - Eu vou embora daqui, Caitlin é uma vadia louca e quer explodir esse prédio com você e ela dentro. Vou te alimentar e te soltar. Kirara foi solta e, creio, que vá pra casa - assinto.
Ela, literalmente, me deu um Croissant de chocolate na boca.
Quanta humilhação.
Depois disso, afrouxou as cordas e voltou a me encarar.
—Me perdoe pelo o que eu fiz, ok? Eu não sou tão megera quanto pensa - diz, esfregando o braço.
—Tá tudo bem.
—O Henry tem muita sorte de ter você. Mas, bem... - suspirou - Vou indo nessa. Quem sabe, um dia a gente se encontra por aí, Boneco de Posto!
Ela se afastou.
—Até qualquer dia, Barbie Girl! - ela se foi.
—Ah, espera! - virei o rosto pra ela - Diga um oi pro Henry. E peça desculpas por mim.
—Pode deixar, Barbie Girl.
—Obrigada, Boneco de Posto.
E, agora, realmente, se foi.
Dou um sorriso.
Valeu, Katherine, você me proporcionou uma chance de fuga.
Só preciso aguardar.

       ゚・。🍓。・゚♡゚・。🍒。・゚♡゚・。🍓。・゚

—Conseguiu?
—Consegui! - exclama Matt - Vejamos... Ela está... Aqui?!?
—Como?! - grito.
—Não grita no meu ouvido, desgraça! -  grita.
—Como ela pode estar aqui?!
—Não sei!
Ele aproximou mais a perspectiva.
—Ela está bem...
—Meow! - damos um pulo.
—No meu quarto! - exclama Matthew, levantando da cadeira e correndo até Kirara.
—Kirara! - grita - Você está bem! Merry também está, né?
—Meoow.
—Aconteceu alguma coisa. Droga.
Me aproximo dos dois.
—Kirara, nos leve até lá.
—Meow! - ela pula do colo de Matthew e começa a descer as escadas.
—Vamos nessa!
E fomos atrás da gata.
Espere por mim, Pequena!

       ゚・。🍓。・゚♡゚・。🍒。・゚♡゚・。🍓。・゚

Já se passou uma hora.
Recapitulei o plano quinze vezes e estou plenamente aguardando a hora de executá-lo.
Ouço um rangido.
—Meow! - Kirara pula em meu colo, apoia suas patinhas no meu peito e passa sua língua áspera no meu queixo.
—Pequena!
—Maninha! - ambos vêm correndo em minha direção.
—Calma! - falo, me levantando da cadeira massageando meus pulsos e calcanhares.
—Meow! - reclamou Kirara.
Ela, literalmente, estava presa com as garras na minha blusa.
—Uh, desculpa, bebê! - a seguro e ela se solta.
A ponho no chão.
—Por que você estava solta? - questiona Henry, vindo me abraçar.
—Katherine me soltou.
—Aquela coisa está metida nisso?! - exclama Henry.
—Calma, grandão! - arrumo seus óculos, que estavam caindo - Katherine abandonou Caitlin e me ajudou. Aliás, ela te mandou um oi e pediu perdão.
Ele contrai os lábios e assente.
—Mas e agora? - questiona Matthew.
—Ué, agora, vocês morrem! - diz Caitlin, surgindo das trevas - Quem diria que Katherine iria me trair.
Trinco os dentes.
Ela revelou um detonador.
—É só eu apertar isso e todo o prédio vai pelos ares.
—Você é louca? Vai se explodir junto! - grito.
—Hahaha, valerá a pena, MettMerry!
—Não adianta, Pequena, ela está insana.
—Henry e Matthew! - os dois a olha com ódio - Darei uma chance a vocês.
A porta central de metal começa a se abrir.
—Podem ir, mas terão que deixá-la aqui - diz.
Olho pra eles, eles olham pra mim.
—Vão - digo.
—Maninha, não! Não vamos te deixar aqui!
Pisquei pra eles e eles entenderam.
—Prometa que vai ficar bem! - exige Henry, beijando minha testa.
—Não se preocupe, sou MettMerry, a Rainha do Medo.
Ele sorriu e saiu com Matthew.
Kirara se manteve aos meus pés.
Assim que eles saíram do prédio, Kirara pulou em cima de Caitlin (essa gata é muito top!), dei uma rasteira na garota e lhe dei um soco.
Kirara pulou nos meus ombros.
Corri até a porta, mas Caitlin veio atrás e me segurou.
Houve uma explosão.
—Ops, eu apertei o botão - disse, me puxando de volta.
—MettMerry! - vi o painel, que fecharia a porta.
—Kirara! - grito, a gata foi lá e apertou o único botão (gatinha esperta!).
A porta começou a se fechar. Houve outra explosão, alguns pedaços do teto começaram a cair.
—Merry!
—Eu sinto muito! - grito, enquanto lutava pra sair do puxão de Caitlin - Amo vocês!
E a porta se fechou de vez.
—Que lindo! - exclamou a garota.
Trinquei os dentes.
Me virei, agarrei o seu pulso e a fiz dar um mortal. Ela bateu as costas contra o concreto.
Outra explosão.
—Meow! - reclamou Kirara, quando caiu um pedaço de alguma coisa em sua cabeça.
Dei um soco numa Caitlin inconsciente.
Pego Kirara no colo e corro pra porta.
Antes que eu pudesse apertar o botão e sair, houve a mais intensa e última explosão.
Protegi Kirara em meus braços, enquanto sentia meu corpo ceder com o peso das estruturas caindo sobre ele.
Houve um barulho ensurdecedor.
E, então, houve o silêncio.
Dava até pra ouvir as partículas das coisas recém quebradas se aquietando em algum lugar.
—MettMerry!!! - ouço.
Eu conseguia ver uma luz, o que a impedia era apenas uma estrutura de metal.
—Ki... Rara... - chamo, a gata me olha - Vá!
—Meow... - ela se esfrega no meu rosto.
—Rápido.
E, mesmo quase perdendo a consciência e com o braço tremendo, consegui, de alguma forma, levantar aquela estrutura o suficiente para deixar ela sair.
A gata saiu, olhando pra trás e balançando a cauda. De alguma forma, aquilo parecia dizer: "Eu volto".
Sorrio e sinto minha consciência se esvair.
Me jogando na escuridão.

       ゚・。🍓。・゚♡゚・。🍒。・゚♡゚・。🍓。・゚

—MettMerry! - meus joelhos cedem.
O silêncio reinava na rua amontoada de gente.
Sinto as lágrimas escorrendo.
Matthew se agacha ao meu lado e tenta me consolar, mesmo ele próprio estando bem pior do que eu.
—Meow...? - ouço.
Levanto a cabeça e encaro a gata ruiva, sentada, balançando a cauda e com a cabeça torta.
—Kirara... - sussurrei.
Matthew a encarou.
—Meooooww - ela se levanta e passa o rabo no meu queixo e vai em direção dos destroços.
Olho pra Matthew.
Nos levantamos e fomos até lá.
Kirara ficou em cima de uma das estruturas destruídas e começou a "cavar".
Matthew me ajuda a tirar aquele negócio e algumas pedras.
E, embaixo daquilo tudo, lá estava ela, inconsciente.
Minha Pequena Vermelhinha.
—Merry... - sussurro.

       ゚・。🍓。・゚♡゚・。🍒。・゚♡゚・。🍓。・゚

27 de Janeiro, 2019

—Você nos deu o maior susto, sua louca! - disse Bree.
—Eu sei, eu sei. Mas estou bem, ok? Não é dessa vez que você vai conseguir meus livros, sua ratinha de biblioteca! - brinco com ela.
Bree me abraça e sorri.
—Que bom que está bem. Mas tem alguém que quer muito te ver.
Assinto e ela se despede, saindo do quarto.
Fazia uns 20 minutos que eu tinha acordado e já falei com todos, menos Henry.
Ele entrou no quarto, ele estava com olheiras e um sorriso cansado.
—Só me dá trabalho! - brinca.
Sorrio, dando de ombros.
Ele para ao meu lado. Ajeito seus óculos.
—Você é viciada nisso, né? - assinto, ele ri - Caitlin quebrou o colar, né?
—É, infelizmente.
Ele põe uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e beija minha testa.
Pega algo no bolso da calça e me mostra.
Era aqueles colares de fotos.
Era em forma de coração.
Ele o abriu e revelou uma foto nossa, da gente se beijando.
Sorrio.
Pego meu cabelo e o seguro. Henry prende o colar em volta do meu pescoço e beija no fecho.
Nos encaramos.
—Obrigada.
—Não foi nada! - ele entrelaça nossos dedos - Te amo.
—Também te amo.
Ele aproximou sua boca da minha e nos beijamos.
Um beijo calmo, porém cheio de urgência e amor.
—Ainda vamos nos casar - comenta, quando nos separamos por falta de ar.
—Henry, eu nunca vou me casar!

I'm MettMerryOnde histórias criam vida. Descubra agora