Capítulo 34: O sequestro da Rainha (Penúltimo)

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24 de Janeiro, 2019

Abri meu armário e caiu um papel.
Me abaixei e peguei.

"Oi, ladra de homens, me encontre na quadra. Vá sozinha.
                                     Caitlin."

Tá de brincadeira, né?
—Pequena! Onde você tava? Estava te procurando, você sumiu quando entramos... - me viro pra ele e lhe mostro o bilhete.
Ele leu.
—O que ela quer dessa vez? - questiona, parecendo cansado.
—Vou lá descobrir.
—Você está louca?! - ele agarra meu pulso.
Ele me puxa pra perto e me prende contra seu corpo.
—E se for uma armadilha? Você não é mais a Rainha do Medo, é apenas uma flor frágil.
—Tá me chamando de frágil, Henry Walker?
—Talvez - desdenha - Mas, me diz, você adoraria que eu te salvasse, né?
Desvio o olhar, ele beija minha bochecha.
—Vai lá, qualquer coisa sai correndo.
—Ok, ok.
Sai de seus braços, sem nenhuma vontade, e fui pra quadra.
Sinto meu corpo sendo puxado, de repente.
—Se afaste dele! - fala de forma ríspida.
—De quem, louca? - questiono, arqueando as sobrancelhas.
—Do Henry! - fala - Foi só ele descobrir que o tal Luke não era o seu amor, que voltou correndo pra você! Ele é m...
—"Fique longe do Henry!", "Ele é meu!" - debochei - E blá blá blá. Sempre mesma coisa. Já te ocorreu que, só talvez, Henry me amasse desde o começo? Ele só tenha ficado com você por pena e só estava tentando me esquecer? - estalei a língua no céu da boca - Você não é nada comparada à mim, Caitlin.
Não gosto de gabar, mas essas garotas estão me tirando do sério!
Primeiro, Katherine e, agora, ela?!
Ah, me poupe, né, Deus!
—Ah, vai se ferrar, MettMerry, ele só deve correr atrás de você, porque você d...
Dei um tapa em sua cara.
—Nunca insinue que sou uma vagabunda igual você!
Saí das arquibancadas.
Sinto um olhar.
Olho em volta e não tinha ninguém.
Estranho.
Segui de volta pro pátio, encontrando Henry no caminho.

—Que?!? Matthew vai dormir na casa da Bree?!
—É, para de drama! Você já dormiu na minha, eu dormi na sua. Qual é o problema?
—Bree é um bebê! E Matthew é um demônio! - falo, enquanto sou puxada por Henry.
—Não! Eu tenho que impedí-los! - digo
—Merry... - suspira, soltando meu pulso.
Ele me pega que nem um saco de batatas e começa a andar.
—Me põe no chão, Henry! - reclamo.
—Vai parar de tentar impedir os dois?
—Vou... - suspiro derrotada.
—Tudo bem, então. Se você correr atrás deles, te deixo sozinha!
—Tá!
Ele para e me põe no chão.
—Bree!! - grito, enquanto corro.
Henry vem atrás de mim e me pega pela cintura.
Ele me vira em seus braços.
—Você não disse que não ia correr.
—E você disse que ia me deixar sozinha. Nenhum dos dois tá cumprindo.
—Você quer que eu te deixe sozinha? - sussurra em meu ouvido.
Me arrepio.
Quando esse garoto ficou tão... Sexy?
—Nunca... - arfo.
Ele dá uma risada anasalada e beija minha bochecha.
—Vamos, então! - ele soltou minha cintura e pegou minha mão.
Voltamos a caminhar.
Eu olhava pra céu claro, cheio de nuvens.
—O dia está lindo hoje, não?
—Está nublado, Pequena.
—Tempestades, às vezes, não são tão ruins. Como dias de sol, às vezes, não são tão bons.
—Por que acha isso? - questiona.
—Precisa aguentar a tempestade pra ver o arco-íris.
—Você é muito poética, sabia? - ele beija minha bochecha.
—Eu escrevia poesia, aos 10 anos.
—Wow, que legal! Quem diria, né?Agora, eu realmente percebo que ninguém nunca te conheceu de verdade.
Dou de ombros.
Ouço a porta da minha ser aberta, enquanto ainda estávamos a meio metro de distância da mesma.
Kirara veio até mim, pulando para meus braços.
Começou a se esfregar no meu pescoço e a ronronar.
—Vocês estavam demorando.
Henry avançou no caminho, enquanto eu fiquei parada acariciando Kirara.
—Filha, venha!
Alguns pneus derrapando são ouvidos.
Me viro por puro instinto, era uma van preta.
Ela veio rápida em minha direção, parou ao meu lado.
—Merry, corre. - ouço Henry.
Eu não conseguia, eu tava congelada.
A porta de correr se abriu, revelando um homem com uma máscara preta.
—Olá, MettMerry!
Apertei Kirara em meus braços, enquanro o homem me colocava num saco e me jogava pra dentro da van.
—Filha!
—Merry!
Sinto a movimentação da van, onde estávamos indo?
Sinceramente, por que estou sendo sequestrada?
Agora minha vida virou fanfic de Wattpad?
—As chefes vão ficar feliz com nosso trabalho, né? - questiona alguém.
—Claro! Fizemos direito, né? Sequestramos a "Boneco de Posto" - eles riem.
Boneco... De posto?
Kirara miou.
—Shiu... Vai ficar tudo bem - sussurro pra ela - Mamãe tá aqui.
Sinto ela se aconchegar em meus braços, ouço seu ronronar.
Eu não acredito que a culpada disso é ela!
Argh, aquela garota vai me pagar ou não me chamo MettMerry Anystrey.
—Eu não gosto da loirinha - disse um dos dois.
—Eu também não. Prefiro a outra, ela diz que eu sou um gatão - comenta.
Uh, nojo.
—Como ela chama essa aí, mesmo?
—Ladra de homens! - eles riem.
Não creio. Essas duas vão me pagar.
A van para, um deles me pega.
—Meow! - reclama Kirara.
—Uh, trouxe seu gato? - pergunta - Podemos fazer churrasquinho depois, né?
—Claro, tomara que esteja gordinho!
Ele me joga chão.
—Aí... - sussurrei.
—Aqui está, chefes! - fala o outro.
—Tirem ela do saco, seus bastardos! - eles arrancam o saco de mau jeito.
Me sento no chão, Kirara se ajeita no meu colo.
—Olá, MettMerry! - dizem as duas.
—Oi, vadias! - falo, acariciando a cabeça de Kirara.
Caitlin trinca os dentes e estala os dedos.
Kirara sai correndo do meu colo, enquanto sou chutada nas costas.
Ralo o queixo no concreto.
Meu olhar se foca no coração vermelho à minha frente.
Vejo um tênis preto, olho pra cima e lá estava ela, Caitlin, a vagabunda!
—Que colar lindo! - ela pisou nele, quebrando-o - Ops.
Tira o pé de cima do cacos.
—Sua... - me levanto com dificuldade, ainda estava doendo o chute - Vadia.
Me levanto por completo e lhe dou uma rasteira.
Ía avançar nela, mas os caras me seguraram.
—Vadia, eu vou te matar! - gritei, querendo chorar.
Quem ela pensa que é pra quebrar meu colar?!?
—Amarrem-na! - exclama Katherine, ajudando Caitlin se levantar.
Apareceu uma cadeira, nem sei da onde, me amarram à ela.
Essas loucas!
Parei de me debater quando senti as cordas entrarem em atrito com minha pele.
Talvez isso se devesse ao pânico e medo que eu estava, mas abaixei a cabeça e deixei algumas lágrimas caírem na minha calça.
Henry...
—Me salve...





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