Capítulo 33: Briguinha de um não-casal

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22 de Janeiro, 2019

—Meow! - sinto garrinhas furando minha barriga.
—Kirara... - resmunguei.
Matthew entrou no quarto.
—Olha só, que despertador útil! - comenta ele - Tem vinte minutos.
—Tá! - me sento e brinco um pouco com a gata.
—Meow!
—Merry! - chama Matthew.
—Já levantei!

Kirara me seguiu em todo lugar.
Coloquei ração pra ela. A gata comeu, enquanto eu tomava café.
Peguei a mochila, me virei pro meu irmão.
—Vamos? - ele assente, pegando a mochila.
Vamos pra porta.
—Meow? - Kirara virou a cabeça.
—Que fofa! - sussurro - Kirara, a gente volta depois. Fica.
Acariciei o topo de sua cabeça e saímos de casa.

—Ah, agora só vai vim aqui por causa da Kirara? - questiono Henry, entrando em casa.
—Claro que não! - responde.
—Meow! - Kirara se levanta e vem até minhas pernas.
Ela me esperou aqui o tempo todo?
Tô muito apaixonada por essa gata, meu Deus!

—Você nem prestou atenção no filme! - reclamei.
—Era clichê! - disse, brincando com meus dedos.
—E daí? - faço bico.
Estávamos assistindo filme a tarde inteira, deitados de conchinha no sofá.
Eu sentia o calor de seu peito e, algumas vezes, seu coração acelerado.
Nem sei como esse garoto não teve um ataque cardíaco!
—Meow! - Kirara, que estava deitada no tapete, subiu no sofá e caminhou pelo corpo de Henry.
Ela pôs a pata na bochecha dele e pareceu brincar com a mesma.
—Viu? Até a Kirara ficou brava! - falei.
Ele riu e me deu um beijo na bochecha.
Caitlin veio à minha mente.
—Você ainda está ficando com a Caitlin? - questiono, de repente.
—Por que a pergunta?
—Só responde, Henry! - falo, me levantando e pegando Kirara no colo.
—Às vezes - dá de ombros, respiro fundo tentando não surtar.
—Como pretende me reconquistar, ficando, ainda, com aquela... Aquela... Coisa?
Ele levantou e caminhou até mim.
Pegou a gata e a pôs no chão.
—Está com ciúmes? - pergunta, acariciando meu rosto.
Sinto um choque pelo meu corpo.
—Claro que não - desviei o  olhar- Só não é legal você gostar de mim e estar ficando com aquela megera.
Henry soltou uma risada.
—E o Alex? - pergunta, fazendo eu encará-lo - Vive abraçando ele e saindo com ele.
—E? Nunca fiquei com ele! - falei.
—Espera, sério? Você nunca ficou com ele?
—Não! Pra mim, ele é aquele amigo Gay, que não é Gay! - exclamo - Você achou mesmo que me rebaixaria a esse nível só pra fazer ciúmes?
Ele ficou calado.
Senti meu coração acelerar de raiva.
—Você achou! - acuso.
—Não é nada disso!
—Se pensa que eu sou qualquer uma, que fica com qualquer um, vai embora! - falo - Saí dessa casa e aqui, por mim, você não entra mais!
—Pequena...
—Saí!!!! - gritei.
Henry pegou a mochila e se foi.
Suspiro, enquanto minhas pernas cediam e eu caí no tapete felpudo.
—Que idiota!
Kirara veio pro meu colo e se aconchegou.
Acho que Henry e eu nunca vamos dar certo.
É tanta coisa! Argh, isso que dá amar alguém!

26 de Janeiro, 2019

—E você, simplesmente, o expulsou? - pergunta Alex, tomando um gole do milkshake dele.
—É! Argh, que raiva daquele garoto! Quem ele pensa que é? Achando que eu fico com qualquer um!
—Já conversaram depois disso?
—Não, mas ele nem chega mais perto da Caitlin.
—Isso é bom? - dou de ombros.
Alex riu.
—Você é muito ingênua, sabia?
—Como?! - quase engasgo com o milkshake.
—Henry falou isso porque ele se sente ameaçado. Ele tem medo que, em algum momento, você mude de ideia sobre a reconquista dele e ele fique sem você, por minha culpa.
—Isso foi a coisa mais... Idiota e genial, que eu já ouvi! - me levanto, dou um beijo na bochecha de Alex e saio do local.

Entro em casa, troco de blusa, pego a aliança, a ponho e desço.
Antes de, sequer, girar a maçaneta, a campainha toca.
Ah, não! Sério?! Eu tenho que sair, merda!
Abro a porta e dou de cara com Henry.
—H-Henry...? - arfei, coloquei uma mecha atrás da orelha - O q-que faz aqui?
Por que eu tô gaguejando?!
Eu tô nervosa? Com a presença dele?
É como se eu tivéssemos voltado ao primeiro dia de aula.
—Bem, eu disse que ia te reconquistar.  E, sinceramente, fui muito babaca e idiota...
—E insensível, imaturo e ciumento.
—E tudo isso também - disse, rindo - Mas, quero te dizer que... Eu te amo, MettMerry! E, além disso, você tem meu coração, sabia?
Ele pegou minhas mãos, enquanto olhava nos meus olhos.
Os olhos deles se arregalaram, olhou pro minha mão direita.
—Você... - voltou a olhar pra mim, dou um sorrisinho de canto - Eu...
Pego seu rosto e o puxo para um beijo.
—Mett... Eu...
—Fica quieto e me beija! - falo.
Ele me puxa pela cintura e me beija com mais intensidade.
Afastamos nossos lábios e encostamos nossas testas.
—Eu também te amo, Henry, e quero passar o resto da minha vida ao seu lado. E quebrarei a cara de toda garota que se insinuar pra você, ok? - ele riu e assentiu.
—O que fez você mudar de ideia?
Ri, pensando nisso.
—É bem contraditório. Foi Alex.
—Sério? - assinto - Devo uma pra ele.
—Besta!
—Mas, agora, que tal a gente se beijar um pouco, em, namorada? - pergunta.
—Acho uma boa ideia, namorado! - falo.
Ele fecha a porta e me puxa até a sala.
E ficamos ali, nos beijando o resto do sábado.

—Vocês voltaram? - questiona mamãe.
—É isso aí!
—Eu não permito! - fala.
—Que?! - exclama eu, Henry e (até) Matthew.
—Por que não? - questiono.
—Ele te magoou, MettMerry! Henry pode ter te salvado, mas isso não altera essa questão!
—Mas, mãe, pensei que apoiasse os dois! - exclama Matthew.
—E eu apoiava! Mas, agora, não! - diz.
Trinquei os dentes e inspirei.
Ela se virou e sorriu.
—Não permito mais que fiquem nessa enrolação de: "Ah, você olhou pra tal pessoa, não te quero mais!"! Ainda quero fazer o casamento de vocês!
Comecei a rir.
—Eu não vou casar, mãe! Sabe disso.
—Por que não? - questiona Henry, parecia triste.
—Porque casar dá trabalho e eu não gosto desse tipo coisa, ué!
—Então, a gente só vai namorar? Morar junto? - assinto - Quer filhos?
Temos 15 anos e ele já tá pensando nisso? Por Deus! Imagina quando tiver 19!
—Claro! Adoro crianças! - respondo - Três ou quatro. Dois casais, de preferência!
Mamãe e Matthew ri.
—Merry e seu sonho com filhos.
—O que tem?
—Nada, é só bonitinho! - exclama Matthew.
—É bonitinho, mesmo! - Henry me abraça por trás.
—Ah, fiquem quieto! - reclamo.
Faço bico.
—Aí que coisinha fofa! - Henry aperta minhas bochechas, aumentando meu biquinho.
Dá um beijo nas mesmas e ri da minha cara.
—Te amo, Pequena! - sussurra, apoiando o queixo no meu ombro.
—Chato!
Todos riem e eu também.
—Parem de rir, seus chatos! - exclamo.

I'm MettMerryOnde histórias criam vida. Descubra agora