03 de Outubro, 2018
—Aí, eu não sei, Bree! - reclamei, enquanto andávamos continuamente pela cidade.
—Parece que nunca foi às compras com amigas, Mett-san! - Bree diz.
Paro no meio da calçada, ela olha pra trás, me encarando.
—Não pode ser... - se aproximou, com os olhos cheios de lágrimas - Você nunca foi às compras com as amigas?
Desvio o olhar.
—Não - Bree começa a chorar silenciosamente - Quer dizer, eu já fui com a minha mãe, mas sei que não é a mesma coisa. No tempo que eu tinha amigas, eu não tinha muito gosto por roupas ou qualquer coisa do tipo.
—Que horrível! - disse com a voz embargada, ela secou as lágrimas rapidamente e sorriu - Bem, hoje, será o melhor dia da sua vida! Com sua amiga! Vamos!
E começa me puxar até as lojas de vestidos formais.
Amiga. Faz tempo que não tenho uma.04 de Outubro, 2018
—O que vocês vão fazer hoje? - pergunta Henry.
—Eu não sei. Vamos fazer alguma coisa hoje, maninha?
Pisquei algumas vezes pra saber se não estava enganada.
Não, eu não estava.
Corri em direção ao homem com uma expressão feliz.
—Mark! - pulo em seu pescoço, o abraçando.
—Oi, gatinha! - me abraçou de volta.
Nos separamos.
Matthew se aproximava calmamente, junto com Henry.
—Oi, Matthew! - fala Mark - Oi, garoto que eu ainda não sei o nome.
—Oi... - diz Henry, meio tímido.
Matthew olha pra Mark com uma cara de "Sério?".
—Que foi?
—É assim que você fala com seu irmão?
Mark riu.
—Vem cá, chorão! - e abraçou o menor.
—Espera, irmãos? - questiona Henry.
—Sim! - eu estava muito exaltada.
—Eu não sabia que você tinha outro irmão. Além de Matthew e a Nayara.
Dou de ombros.
—Querem carona? Tô indo pra casa.
Assinto e abro a porta do passageiro.
Matthew me bloqueou, enquanto Mark entrava no lado do motorista.
—Vai atrás.
—Ah, não, Matthew! - reclamei.
—Gatinha, vai atrás. Matthew é mais velho.
—Isso é injusto! - resmunguei, enquanto entrava.
Henry estava parado lá, olhando pra gente.
—Entra aí! - disse pra ele.—Então, você é Henry Walker, amigo da Merry?
Eu apenas observava a cena.
Mark estava insistindo em extrair mais informações do garoto, alegando que éramos algo à mais do que somos.
Suspiro pela décima vez.
—Devia arranjar um jeito de transformar seus suspiros em flores, gatinha, assim teria flores por todos os lados - comentou Mark.
Reviro os olhos.
—Mas...
—Mark, chega, né, grandão? - questiono, fazendo uma carinha de fofinha.
Coisa que eu não sou muito fã de fazer, mas é necessário.
—Mas, gatinha, eu só ia perguntar se ele não iria querer ser seu namorado! - reclamou.
Sinto minhas bochechas queimarem.
Ouço a risada de Matthew, parecia um gato engasgado.
—Não somos namorados porque ela não quer! - responde Henry.
Mark abre um sorriso estilo Gato Risonho, de Alice No País Das Maravilhas.
—Isso aí, Henry! - ouço Matthew, enquanto se aproxima.
Ele põe o braço em volta do pescoço de Henry, rindo.
—Finalmente, em, cunhadinho! - exclama Matthew.
—Agora você arranja coragem pra dizer algo, né?! - exclamou, envergonhada - Inacreditável!
Estou com vergonha e acaba que, essa vergonha, se manifesta em raiva.
Me viro e vou para meu quarto.
—Gatinha! - ouço Mark - Era brincadeira!
—Tô nem aí! - grito, já no meu quarto.
Bato a porta com força, fazendo-a estremecer.
Onde já se viu uma coisa dessa?!Passa uma hora, acho.
Eu fiquei na sacada todo esse tempo, enfurecida com meus pensamentos e querendo quebrar a linda carinha do Henry.
Sinto braços me rodearem, o perfume invade meus pulmões e sinto um queixo sendo apoiado no meu ombro.
—Ainda está brava? - sussurra Henry.
—Sim. Vai embora - falo.
—Não, obrigado.
Deu um beijo na minha bochecha e me virou, me prendendo contra a grade da sacada.
Seu rosto está com uma expressão de deboche, como se soubesse que eu iria ceder aos seus encantos.
Semicerrei os olhos e dou um sorrisinho.
—O que vai fazer? Se me beijar aqui, irão nos descobrir e não é isso que você quer, né? - questiono.
Ele riu de forma anasalada.
—Eu não me importo que nos vejam, você que não quer namorar agora - ele dá de ombros - Além disso, a porta está fechada, ninguém virá atrapalhar ou te socorrer.
—Me socorrer? O que vai fazer? Me atacar? - eu estava o desafiando.
Estou querendo saber até onde ele é capaz de ir.
E queria saber até onde eu mesma iria, também.
Sua respiração foi se aproximando do meu rosto.
Eu estava com as mãos em seu peito, o coração de Henry batia acelerado e desenfreado. Não havia uma melodia sendo tocada em seu peito, parecia mais algo sem sincronia.
—O que foi? - perguntou com sua boca à milímetros de distância da minha - Parece que perdeu a ousadia, MettMerry...
Meu coração deu uma tropeçada, minha respiração acelerou.
Henry deu um sorrisinho de canto, encaixou seu rosto no meu pescoço e dá um leve beijo no local. Me arrepio.
Ele foi fazendo um caminho de beijinhos até o canto da minha boca.
—O que foi, MettMerry? - questiona novamente.
—O-o que você e-está f-fazendo, Henry? - gaguejo.
Aí, esse garoto está me deixando louca.
—Fazendo sua raiva passar - e me beijou.
Me puxou mais para si, passei a mão pelos seus cabelos.
Senti sua mão nas minhas costas, por dentro da blusa.
Empurro ele, com a cabeça baixa.
—Chega! - falo.
Tento controlar minhas respiração.
Minha cabeça começou a doer. Por favor, que não seja enxaqueca.
—Mett...? - chamou.
—Me desculpa.
Me afastei, voltando pro quarto e saindo do mesmo.
Desci as escadas, ouvi os passos de Henry atrás de mim.
Passei por Mark e meus sobrinhos.
—Mett, o que foi? - pergunta Henry.
Abri a porta de casa.
—Não venha atrás de mim! Por favor - falei e saí.
Me encostei na porta.
Ok, tenho que me acalmar.
Comecei a andar pela cidade.
Passo a mão pelos meus cabelos.
Meu coração ainda batia acelerado.
Por que eu fiz isso? Nem eu sei!
O que eu estou fazendo da minha vida?
Eu amo Henry e, mesmo assim, me contento em apenas ficar com ele?
Queria poder chamá-lo de namorado...
Você não chama porque não quer.
Eu sei, eu sei. Já estou decidida!
Irei aceitar namorar com ele, quando ele pedir!
Minha vista embaçou e cai na densa escuridão, novamente.
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I'm MettMerry
Novela JuvenilNão faço cortes profundos no meu antebraço, nem observo os prédios mais altos para pular deles, mas minha mãe insiste que eu vá para um psicólogo. Isso tudo só porque eu não tenho amigos e pelo meu favoritismo pela cor vermelha. Como passar de algu...