Olha Cayo, eu sei que você leva a sério esse seu papel de tutor e imagino que deva ter sido "bicho" de alguém ano passado e agora quer descontar nos calouros, me desculpa pelo meu mal humor e falta de paciência no dia do trote, mas eu realmente não fiz por mal.
Eu já realizei minhas atividades de bicho na decoração da festa, e hoje eu vim para me divertir com meu amigo Paulo, e muito mais por ele do que por mim.
Se fosse por mim, eu estaria dormindo esse horário, pois foi uma semana estressante e eu quero apenas, ficar aqui de boa e curtir um pouco da música, enquanto meu amigo não pode ficar comigo, então por favor me libera desse negócio de acompanhante, pois tenho certeza que você tem melhores opções para essa noite do que ficar me torturando pela minha rebeldia.
Calma Ana Clara, eu não mordo e você está tirando conclusões precipitadas. Quem disse que eu vou ficar te torturando pela sua rebeldia? Quem decide as minhas opções da noite sou eu, e pode acreditar, no momento estou querendo conversar com você e mais ninguém.
Eu só posso estar tendo alucinações, e olha que eu não bebi nem água aqui nessa festa. É impressão minha ou ele está querendo flertar comigo. Só pode ser brincadeira, um cara desses nunca iria olhar para alguém como eu. Será que fez uma aposta com alguém? Respira Ana, respira e não fica nervosa ou ele vai perceber.
Foi no momento que eu conversava comigo mesma que uma das beldades da nossa turma aproximou-se toda melosa, me ignorando completamente e se insinuando toda para Cayo.
Apesar de ter me incomodado muito a falta de educação dela, fiquei quieta observando.
Oi Cayo. Tudo bem? Vi que você chegou sozinho, está esperando alguém?
Oi Mônica. Tudo bem sim e com você? Cheguei sozinho, mas não vou sair sozinho, pelo menos é o que espero.
Os olhos da garota brilharam de esperança e excitação. Eu quase ouvi os pensamentos dela dizendo: Se depender de mim, não vai mesmo. Tive até vontade de sorrir, será que elas não percebem a bandeira que dão?
Então ele sorriu de canto, da maneira mais linda que eu já vi e falou.
A pessoa que eu procurava chegou. Você conhece a Ana Clara?
Fiquei de todas as cores do arco-íris de vergonha. Oi? Como assim a pessoa que eu procurava? A situação ficava cada vez mais confusa na minha cabeça, e por mais inteligente que eu fosse não estava entendendo nada. Afinal, qual era desse cara?
A menina me olhou como se fosse me envenenar com os olhos e disse:
Ah oi, tudo bem? Não tinha percebido você aí.
Nossa como foi descarada.
De longe vi que Paulo observava intrigado. Coitado devia não estar entendendo nada, me vendo aqui com esse povo arrogante, mas eu não podia fugir. Espera eu posso sim.
Então respondi, tudo bem Mônica, não tem problema, eu estava apenas cumprimentando o Cayo, afinal sou um dos bichinhos dele esse semestre, vocês podem ficar a vontade, eu acho que vou ajudar o Paulo.
Então ele me segurou pela cintura e falou próximo ao meu ouvido: Não pense que vai fugir da nossa conversa, eu não te liberei ainda.
Misericórdia, eu fiquei arrepiada até nos pelos do nariz. A voz me entorpeceu, mais o toque, foi demais para mim. Nunca deixei nenhum cara me pegar assim, ou nenhum nunca tentou pelo menos que eu me lembre, enfim o que tá acontecendo comigo, era a pergunta que martelava na minha cabeça. Eu precisava fugir dele, não vim para a Faculdade para namorar, ficar ou sei lá o quê. Eu preciso manter o foco, e perto do Cayo, eu não tenho chão, as borboletas voam no meu estômago, fico desorientada e sem fôlego de uma maneira como nunca senti antes. Se ele consegue me deixar assim, só conversando, imagina se ficássemos. Não, definitivamente não. Tenho que evitá-lo. Sempre me blindei, para não me apaixonar, talvez por medo, ou insegurança e talvez até por ter baixa autoestima, e ele mexe comigo de um um jeito como não estou acostumada, logo distância é o melhor remédio.
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Apaixonados
RomanceAna Clara é uma estudante que nunca namorou e que quer se formar em medicina para mudar a vida dos pais. Cayo é o galã pegador, extremamente inteligente que tem medo de se apaixonar e tem as mulheres ao seus pés. Em meio as descobertas da vida adul...