Apaixonados

Capítulo 23 - Clima de Romance

Cayo Albuquerque

Eu estava cansado, sempre que tentava fugir dos meus sentimentos por Ana Clara havia uma reviravolta e eu levava a pior, eu não conseguia mais ficar perto dela somente como amigo, eu queria mais, queria poder beijá-la de novo, ficar com ela, cuidar dela, essas inquietações estavam me angustiando a cada dia mais.

Eu já não me reconhecia o Cayo pegador e insensível, que não queria envolvimentos, tinha cansado, o fato é que no fundo acho que todo mundo um dia cansa desse troca troca e procura alguém especial como Ana para dividir os bons e maus momentos, o problema é que tenho dúvidas se ela sente algo por mim, até percebo a atração que rola entre nós em alguns momentos, mas ela aceitaria namorar comigo? E quando o Paulo voltar como será?

Apesar de já saber o motivo do falso namoro, ainda não estou completamente convencido que não role nada entre os dois, eles tinham muita cumplicidade, e o ciúme já me consume só de pensar.

Nunca achei que  gostar de alguém seria assim, bom e ruim ao mesmo tempo, na festinha do alojamento, tentei mais uma vez ficar com outra pessoa, para tirar ela da minha cabeça, pois, já faz um tempo que não consigo passar de uns amassos com uma garota, as coisas até vão bem, e de repente aqueles olhos negros invadem meus pensamentos e não consigo mais, é quase uma obsessão. A garota tinha um papo interessante, era bonita e sexy, mas quando vi o idiota do Guilherme dando em cima dela descaradamente, o fogo me consumiu e tive que me segurar para não partir para cima dele, e isso só serviu para confirmar ainda mais que estou completamente apaixonado por ela.

Ela não percebe o quanto é linda e inteligente, meiga e interessante, tem uma tendência depreciativa e insegura, e nem imagina que todos babam por ela, já ouvi alguns caras dizerem que é a mais gata do curso, alguns palhaços até  me perguntaram como é morar com ela, me deixando furioso, distribuindo grosserias e patadas, acabando com todas as esperanças deles de uma aproximação. E durante a festa, naquela fração de segundos em que percebi as intenções de Guilherme  fiquei tão enciumado que tive que usar de muito autocontrole para não descontar nela, até porque fui eu que levei aquele pessoal para lá, no fundo com a intenção de causar ciúmes nela, sabendo que as garotas partiriam para cima.

Quebrei a cara. Tudo foi ao contrário, eu é que fiquei com ciúmes e não ela como eu queria. Agora, não sei como agir, o que falar, parece que não tenho nenhuma experiência, sou um calouro na arte de conquistar, já me prometi conquistá-la e também fugi várias vezes, nada funcionou, preciso deixar as coisas fluírem naturalmente, mesmo que leve ela para longe de mim, droga, como deixei isso acontecer? 

Durante a noite nem consegui dormir direito, li o projeto dela, e apenas confirmei que ela é brilhante, admirei ela dormindo por um bom tempo na madrugada sem fazer barulho para não acordá-la, parecia um anjo, quando amanheceu fui malhar pois precisava gastar energia e pensar um pouco, e nada como uma aula de boxe para relaxar, antes disso deixei um bilhete para ela, hoje a tarde seria só nossa e eu poderia curtir um pouco da sua companhia sozinho.

Ana Clara

Quando Cayo chegou eu já estava pronta, queria muito ir para a praia, então coloquei um biquíni branco que Mary me deu ano passado, um vestido florido e uma rasteirinha. 

Ele parecia muito sério ao me ver, acho que não agradei na escolha de roupa, foi o suficiente para me deixar insegura.

Oi, estava te esperando. Vamos?

Vamos. Vou só tomar um banho rápido, 5 minutos.

Cayo saiu do quarto lindo como sempre, entretanto, ainda sério!

Fomos almoçar no mesmo restaurante que eu o encontrei com Mônica da outra vez, e o almoço foi ótimo, conversamos sobre os projetos e ele me disse que achou o meu excelente, pelo menos desamarrou um pouco a cara e já começou a sorrir novamente.