Capítulo 7 - Sentimentos

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Eu realmente não acreditava que aquilo tinha acabado de acontecer, foi maravilhoso, mas, ninguém imagina o seu primeiro beijo dessa forma, entre os prós, posso destacar que foi com um cara lindo, que realmente sabia beijar, e que me fez sentir nas nuvens, esquecendo até meu nome, e seus lábios, minha nossa,  tinham o gosto e a textura perfeitos. 

Já os contras, foi sem sentimento, sem romance, roubado por vaidade por alguém que se acha o gostoso irresistível da faculdade.

Sempre imaginei que o meu primeiro beijo seria com o meu primeiro namorado, ou pelo menos com alguém que eu realmente gostasse, com sentimento. Acho que no fundo toda garota idealiza o seu conto de fadas e o momento mágico do primeiro beijo, e agora o máximo que consigo pensar, ou melhor sentir, é uma confusão que inquieta meu coração.

Será possível alguém sentir-se assim?  Ao mesmo tempo em que quero esganar o Cayo, também quero beijá-lo de novo, e isso está me matando.

Ele é convencido e egoísta, não se importa com os sentimentos das mulheres com quem se envolve, não aceitou minha negativa, não consegue perder. E veio apenas me provar tudo isso. Até agora não sei como ele me identificou tão depressa na festa, eu estava de máscara. Se bem que, eu também reconheci ele fácil, aqueles olhos eu reconheceria em qualquer lugar. Ele estava lindo!

Por outro lado, ele me faz sentir coisas que jamais imaginei antes, e fico querendo voltar no tempo e continuar o beijo. Como estou com raiva de mim mesma por isso.

Preciso manter distância, e armar um escudo protetor ao redor do meu coração, não posso cogitar a ideia de me apaixonar por alguém como ele. Vi durante todo o ensino médio o estrago que os garotos como ele causavam nas meninas da escola, até Mary vi sofrer apaixonada. Tenho que mergulhar nos estudos e encontrar trabalho logo, só assim vou ocupar meus pensamentos em outras coisas que não a boca de Cayo Albuqueruqe.

Nesse momento comecei a ouvir uma voz longe: Ana Clara, Ana Clara, tá tudo bem? Você está me assustando.

Quando dei por mim, vi Paulo me olhando assustado segurando meus ombros.

Pelo amor de Deus Ana.  Estou te chamando e você não responde. Você parecia em estado de choque. 

O que você faz parada aqui do lado de fora e com a porta aberta? Foi assaltada?

Desculpa Paulo, acho que estava com tanto sono e cansada que acabei divagando nas minhas tarefas e nem percebi que não tinha entrado ainda.

Tem certeza que não aconteceu nada? Você parece tão estranha, não sei, de um jeito diferente.

Tenho sim, está tudo bem, não se preocupa.

Por algum motivo que não sei explicar eu não quis contar nada do ocorrido ao Paulo.

Mas me conta Paulo, por que você está aqui? Pensei que iria ficar na festa até mais tarde, vi aquela veterana do quinto período de olho em você. Não rolou?

Ana, não se assusta com o que vou falar, por favor!

Mas depois que você saiu da festa, percebi que a única companhia que me interessava ali era a sua, e que foi um erro te deixar voltar para casa sozinha. Esses dias, estar perto de você tem me despertado sentimentos que eu julgava em coma profundo. E eu vim conversar com você, sobre isso.

Eu fiquei novamente em choque, por essa eu realmente não esperava. Paulo era tudo que uma garota sonha na vida, e eu não era diferente, mas não agora, não no meio dessa confusão de sentimentos, não no inicio do curso. Que droga!

O que está acontecendo? Passei o Ensino Médio todo em branco e nunca ninguém quis namorar comigo. Estou aqui a aproximadamente 1 mês e todo mundo resolveu que quer me conhecer melhor, dá um tempo. Não planejei isso para mim. Mas, não posso magoar o Paulo, ele é a única pessoa que tenho aqui, vou ouvi-lo e conversaremos.

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